Tatiana Belinky revela que o convite para a APL foi inesperado
JAMILLE MENEZES
Colaboração para a Livraria da Folha
| Jair Bertolucci/Divulgação |
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| Tatiana Belinky, indicada para a Academia Paulista de Letras |
No auge dos seus 90 anos, a escritora Tatiana Belinky entende, como poucos em nosso país, do universo infantojuvenil. Sua experiência no assunto também não é nada modesta, pois já ultrapassou a marca de 120 livros publicados, sendo um grande exemplo para quem quer trilhar a carreira das letras.
Autora de sucessos como "O Grande Rabanete", "Limeriques do Bípede Apaixonado" e "Mandaliques", ela recebeu recentemente o convite para candidatar-se à vaga na APL (Academia Paulista de Letras), que começa 2010 com eleição para a cadeira de número 25, que pertencia ao médico Pedro Kassab (pai do prefeito Gilberto Kassab), que morreu em setembro último.
Para ela, o convite veio inesperadamente. "Nunca me passou pela cabeça essa ideia, mas recebi o telefonema do presidente da APL e a princípio até recusei. Dois dias depois o José Renato Nalini, a Ruth Rocha e o Gabriel Chalita foram a minha casa e insistiram no convite. Me cantaram tanto que eu cedi", revela. A eleição está marcada para o mês de fevereiro e a posse está prevista para o mês de abril, quando a APL deve inaugurar seu auditório reformado no seu prédio no largo do Arouche.
Para tanto sucesso, ela diz que não existe receita pronta e gosta de usar uma frase que certa vez ouviu de sua neta, ainda criança: "Um livro que não dá para rir, chorar ou ter medo, não tem graça", sintetizou a menina. A inspiração para escrever vem de todo lugar. "Tudo o que acontece ao nosso redor dá história. Eu sou muito observadora e muito curiosa, então tudo o que vejo ao meu redor me dá ideias para escrever histórias", revela.
Para estimular nas crianças o hábito da leitura, ela lembra que as crianças aprendem muito mais pela observação do que pela obrigação. Ou seja, ela é estimulada quando tem acesso aos livros e quando vê os pais lendo. "As crianças estão atentas a tudo e quando ela vê os adultos lendo, isso desperta nelas o interesse pela leitura. Então é deixá-las descobrir o mundo, colocá-las em contato com os livros, quer seja em casa ou em bibliotecas e deixá-las livres", ensina.
