Livraria da Folha

 
28/12/2009 - 16h25

Especialista em treinar líderes mostra importância de bons relacionamentos

da Livraria da Folha

Divulgação
Bons relacionamentos são a base das grandes conquistas, afirma autor
Livro mostra importância de bons relacionamentos para conquistas

O americano John Maxwell é um dos maiores especialistas internacionais em treinamento de líderes, título concedido pela Leadership Gurus International. Com mais de 13 milhões de livros vendidos em 40 países, o palestrante e escritor mostra que bons relacionamentos são a base das grandes conquistas no livro "Vencendo com as Pessoas".

Ele afirma que, na verdade, nossas relações pessoais são a matéria-prima que precisamos para alcançar o sucesso e a realização pessoal, e mostra que, felizmente, existem formas para alguém se tornar bom --ou excelente-- no desenvolvimento e manutenção de bons relacionamentos pessoais.

O livro apresenta as ferramentas necessárias para aperfeiçoar os relacionamentos já estabelecidos, assim como para cultivar outros, deixando-os fortes e ativos. "Vencendo com as Pessoas" tem o objetivo de revelar 25 princípios pessoais para se alcançar um sucesso duradouro. Para Maxwell, a seguinte equação é infalível: suas habilidades + seus relacionamentos = sucesso. Confira abaixo um trecho do livro.

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A questão da preparação: Estamos prontos para relacionamentos?

A pessoa mais útil do mundo hoje em dia é o homem ou a mulher que sabe como lidar com os outros. Relações Humanas é a ciência mais importante da vida.
Stanley C. Allyn

Passei os primeiros 26 anos de minha carreira trabalhando como pastor. Não conheço outra profissão tão exigente e intensa quando se trata de trabalhar com outras pessoas. Quem a exerce é convocado a liderar, ensinar, orientar, aconselhar e confortar pessoas de todas as idades e nos mais diversos estágios da vida, do berço à sepultura. Precisa estar junto com elas durante muitos dos momentos mais alegres de suas vidas, como no casamento ou no batismo. Da mesma maneira, o ministro é chamado nas horas mais difíceis da vida: salvar um casamento perto de acabar, consolar uma família depois da morte trágica de um filho ou procurar respostas quando as pessoas se vêem diante da iminência da própria morte.

Ao longo dos anos, aprendi rapidamente a reconhecer pessoas que enfrentavam dificuldade de se relacionar com outras. É gente de todos os tipos, todas as idades, todos os tamanhos. Às vezes, quando eu aconselhava alguém solteiro ou separado, com dificuldades para manter um relacionamento que funcionasse bem, ouvia a pessoa se lamentar pela solidão em que vivia e o desejo ardente de se casar. Triste é saber que, em vez de se concentrar no casamento, algumas pessoas assim deveriam é se preocupar com a preparação emocional - a habilidade básica para quem pretende construir um relacionamento saudável.

Vamos encarar os fatos: Nem todos possuem a habilidade de iniciar, construir e sustentar relacionamentos bons e saudáveis. Muita gente é criada num lar problemático, e nunca teve modelos positivos de relacionamento nos quais pudesse se inspirar. Algumas pessoas estão de tal forma concentradas em si e em suas necessidades que simplesmente ignoram a existência de outras. Há ainda os que ficaram tão machucadas com acontecimentos do passado que enxergam o mundo inteiro através do filtro da dor. E por conta das grandes áreas cinzentas de sua vida relacional, elas não se conhecem, nem sabem como se relacionar com outros de uma maneira saudável.

É preciso gente saudável, em termos relacionais, para construir grandes relacionamentos. É aí que tudo começa. Creio que há alguns fundamentos que tornam as pessoas preparadas para relacionamentos. Elas oferecem resposta à questão da preparação. Os componentes essenciais estão contidos nestes Princípios Pessoais a seguir:

  • O Princípio da Lente: quem somos determina nossa maneira de ver os outros.
  • O Princípio do Espelho: a primeira pessoa que devemos analisar somos nós mesmos.
  • O Princípio da Dor: pessoas más magoam as outras e são facilmente suscetíveis a sair magoadas.
  • O Princípio do Martelo: nunca use um martelo para matar um mosquito na cabeça dos outros.
  • O Princípio do Elevador: em nossos relacionamentos, podemos fazer com que as pessoas se sintam "para cima" ou "para baixo".

Quem desconsidera algum desses componentes essenciais não está preparado para relacionamentos. Como resultado, enfrentará problemas recorrentes ao trabalhar em equipe.

Se você ou alguém que conheça simplesmente não parece capaz de construir o tipo de relacionamento positivo que todos os seres humanos desejam, então a razão pode estar relacionada com a disposição. Ao aprender esses cinco Princípios Pessoais, você se preparará para a criação de relacionamentos positivos e saudáveis.

O Princípio da Lente

QUEM SOMOS DETERMINA NOSSA MANEIRA DE VER OS OUTROS

Eu não gostaria de pertencer a um clube que me aceitasse como sócio.
Groucho Marx

A pergunta que devo fazer a mim mesmo: qual a percepção que tenho das outras pessoas?

Já aconteceu de você começar num emprego novo e alguém com experiência na empresa lhe aconselhar cuidado ou recomendar o afastamento de determinada pessoa? Isso aconteceu comigo inúmeras vezes. Quando assumi meu primeiro cargo de liderança numa igreja, a pessoa que me precedeu avisou-me que deveria tomar cuidado com duas outras: Audrey e Claude. "Eles vão arranjar muitos problemas para você", disse-me. Assim, comecei a trabalhar esperando que os dois aprontassem alguma coisa.

Primeiro, fiquei de olho em Audrey. Era uma mulher forte, com uma personalidade igualmente forte (o roto falando do rasgado). Para minha surpresa, trabalhar com ela acabou se tornando uma experiência maravilhosa. Audrey era uma pessoa muito confiante e competente no que fazia, e fazia bem feito. Tínhamos um bom relacionamento de trabalho, e com o tempo ela passou a ser uma amiga de minha família. Claude, por sua vez, revelou-se um fazendeiro que amava a igreja. Na verdade, era quem exercia mais influência dentro da organização (mais de 35 anos depois, ele ainda é assim). Mas aquilo não feriu meus sentimentos. Por que eu deveria esperar que um homem com o dobro de minha idade, que fora membro da igreja por toda a sua vida, passasse a seguir minhas orientações só por conta de minha posição de liderança e um título? Trabalhar com Claude passou a ser um alvo a perseguir, e nos demos muito bem.

Quando aceitei o mesmo cargo em minha segunda igreja, mais uma vez ouvi um alerta de meu predecessor: "Fique de olho em Jim. Ele vai bater de frente com você em tudo". Assim, durante minha primeira semana ali, encontrei-me com Jim. Não era uma pessoa de diálogo fácil, mas me mostrou que amava Deus, amava a igreja e estava do meu lado. No fim, tornou-se meu braço direito por todo o tempo que pastoreei aquela igreja. De fato, ele batia de frente - só que a meu favor. Não poderia querer um membro de equipe melhor do que Jim.

Depois de aceitar o cargo de pastor na terceira igreja em que trabalhei, o líder a quem substituí convidou-me a sentar para conversar. Ele faria um relatório sobre as pessoas que poderiam me causar dificuldades. Assim como havia acontecido nas duas primeiras igrejas, aquele homem tinha a intenção de me ajudar, mas respeitosamente abri mão de sua oferta. Naquele momento, eu já havia liderado tempo suficiente para perceber que o problema que ele tinha com as pessoas não precisaria necessariamente se repetir comigo - e vice-versa. Eu provavelmente não teria tanta interação com algumas pessoas nas quais ele confiava, assim como outros com quem ele não se dava bem poderiam se revelar estratégicos para meu trabalho. Por quê? Porque quem somos determina nossa maneira de ver os outros.

A LENTE É VOCÊ

Um exemplo clássico da força da perspectiva - a maneira de ver as coisas - aconteceu quando eu estava na faculdade. Fui convidado para ser o padrinho do casamento de meu amigo Ralph Beadle. Fiquei com ele na noite anterior à da cerimônia e, logo na manhã do dia do casamento, Ralph queria sair para caçar esquilos (acho que não existe nada melhor do que atirar em pequenos animais para acalmar os nervos de um sujeito). Emprestou-me uma de suas armas e saímos para a floresta. Caminhamos por um tempo, mas não vimos nenhum esquilo.

- Onde estão os esquilos? - perguntava toda hora a Ralph durante a caminhada, fazendo barulho.

Depois de eu fazer a mesma pergunta meia dúzia de vezes, ele finalmente respondeu:

- John, fique nessa parte da floresta que eu vou pela outra.

Menos de dois minutos depois, comecei a ouvir os tiros. Eu ainda não havia visto nenhum esquilo, por isso sentei-me e fiquei descansando. Fiquei pensando: "Deveria ter trazido um livro". Comecei a olhar os animais brincando nas árvores. Enquanto isso, de vez em quando ouvia disparos e tentava imaginar em que Ralph estaria atirando. Alguns minutos depois, ele apareceu. Tinha acertado vários esquilos, e eu nem sequer vira um deles.

- Por que todos os esquilos estavam no seu lado da floresta? - perguntei.

Ralph balançou a cabeça e riu.

Quem você é determina sua maneira de ver tudo à sua volta. Não dá para separar sua identidade de sua perspectiva. Tudo que você é e toda experiência que adquire dá o tom das coisas que você vê. É sua lente. Aqui está o que estou querendo dizer:

"Quem você é determina sua maneira de ver tudo à sua volta".

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"Vencendo com as Pessoas"
Autor: John C. Maxwell
Editora: Thomas Nelson Brasil
Páginas: 328
Quanto: R$ 34,90
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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