Livraria da Folha

 
09/01/2010 - 22h59

Brasil bate recorde em supergotas de chuva; livro ensina a diferenciar precipitações

da Livraria da Folha

Caio Vilela/Folha Online
Raio ilumina o céu de São Paulo, que registrou temporais no final da tarde nesta semana, motivo de transtornos
Raio ilumina o céu de São Paulo, que registrou temporais no final da tarde nesta semana, motivo de transtornos

O período chuvoso no Sudeste cria transtornos, enseja tragédias, como a de Angra dos Reis (RJ), expõe falhas urbanísticas, como a péssima qualidade do asfalto, buracos nas ruas, acúmulo de lixo, ocupação irregular de morros e encostas, entre outras mazelas. Nas últimas semanas, em São Paulo, temporais eclodiram no fina da tarde, na hora do rush, provocando lentidão no trânsito, alagamentos, queda de árvores, raios e trovões. O guarda-chuva virou companheiro inseparável de quem não quer se molhar. Mas, afinal, qual é a diferença entre chuva e chuvisco?

Cai do céu o livro "(F)utilidades - Mistérios do Dia-a-Dia Explicados, do carioca Andrei Winograd, lançado pela Matrix Editora. Em um dos capítulos, ele explica que a diferença é dada pela intensidade da precipitação, medida em mm (milímetros) por hora, como mostra a tabela abaixo. O registro é feito por um pluviômetro (aparelho semelhante a um funil, que coleta a água que cai em determinado lugar).

Chuva fraca: precipitação entre 1,1 mm e 5,0 mm por hora ou 0,8 mm em 10 minutos

Chuva moderada: precipitação entre 5,1 mm e 60 mm por hora ou 6 mm em 10 minutos

Chuva forte: precipitação acima de 60 mm por hora ou de 10 mm em 10 minutos

Chuva inapreciável: traço de precipitação cuja quantidade não pode ser registrada nos pluviômetros por não ser acumulada ou por ter desaparecido por evaporação

Chuvisco fraco: precipitação inferior a 0,3 mm por hora. Visibilidade superior a 1.000 metros

Chuvisco moderado: precipitação entre 0,3 mm e 0,55 mm por hora. Visibilidade entre 500 e 1.000 metros

Chuvisco forte: precipitação superior a 0,55 mm por hora. Visibilidade inferior a 500 metros

Chuvisco inapreciável: chuva composta de gotículas finas, leves e pequenas que ocasionalmente flutuam no ar. Quando atinge o solo, não o umedece completamente.

Exemplo prático: no último dia 8 de dezembro, quando os céus banharam violentamente São Paulo, foram 75,8 mm de água, um terço de toda a chuva esperada para dezembro. Ou seja, a tromba d'água superou a referência da tabela para "chuva forte".

O autor também dá informações curiosas sobre o tempo. O diâmetro médio das gotas de chuva é de um a dois milímetros. Mas o Brasil bateu um recorde. Foi observada uma gota com diâmetro de um centímetro (10 mm). O recorde anterior (8,8 mm) foi verificado no Havaí em 1986.

"Essas supergotas foram registradas por equipamentos instalados em aviões de pesquisa que voavam por dentro de nuvens. Cientistas suspeitam que a formação de supergotas tenha relação com queimadas ocorridas no Brasil. Os pingos se formariam pela condensação de água em contato com partículas em suspensão na fumaça das queimadas", escreve Winograd.

Queimadas amazônicas criam supergotas (só para assinantes)

Já a poluição das metrópoles, cada vez mais tomadas por veículos, é apontada como uma das razões de outro fenômeno: na costa atlântica dos EUA, a chance de chover nos sábados é 22% maior do que na segunda-feira, diz pesquisa da Universidade do Arizona.

"Partículas vão se acumulando no ar ao longo da semana, o que facilitaria a formação de nuvens e, consequentemente, a ocorrência de chuvas nos dias não úteis. Você não terá esse problema se morar no deserto do Atacama, no Chile, cuja média pluviométrica é de 0,76 mm. A região já ficou 14 anos sem chuva", informa o autor.

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"(F)utilidades Mistérios do Dia-a-Dia Explicados"
Autor: Andrei Winograd
Editora: Matrix
Páginas: 184
Quanto: R$ 29,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

Divulgação
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