da Folha Online
"Otra Vuelta de Tuerca", que será lançado pela editora Anagrama em abril, reunirá --em um volume-- quatro livros do escritor chileno Roberto Bolaño. São eles: "Cuentos", "Putas Asesinas"), "Llamadas Telefónicas" e "El Gaucho Insufrible".
Exceto "Putas Assassinas", as demais obras ainda não foram editadas no Brasil. Para os espanhóis, a novidade reservada é o volume "Cuentos".
O leitor terá a oportunidade de resgatar por meio dessa quadrilha doses de realismo inteligente sem sermão, característicos do autor chileno. Bolaño, mais uma vez, utiliza-se da vitalidade psicológica para trazer personagens de escassa complexidade, em relatos difusos.
Veja outras obras de Roberto Bolaño já publicadas no Brasil:
"Estrela Distante" (2009) : O autor faz do livro um retrato subjetivo da sua própria geração, que tinha em torno de 20 anos quando ocorreu a derrubada do governo Salvador Allende e a implantação de uma ditadura militar.
"Amuleto" (2008) : O livro trata da invasão do campus da Universidade Nacional Autônoma do México pelas tropas do exército, em 1968. Aqui, temos a única narradora feminina em toda a obra do escritor chileno. Seu relato configura uma homenagem aos poetas e artistas do México, mexicanos ou exilados espanhóis e latino-americanos.
"Putas Assassinas" (2008) : Do escritor desconhecido que vagabundeia pela França e pela Bélgica ao filho de uma prostituta que revê os filmes censurados da mãe grávida, Bolaño mergulha-os em sua amarga ironia e acaba se identificando com cada um deles.
"A Pista de Gelo" (2007) : Primeiro romance publicado por Bolaño, em 1993, este romance policial revela a trama aos poucos e envolve o leitor como o detetive que analisa as pistas e desvenda o mistério.
"Os Detetives Selvagens" (2006) : Com humor e ironia, Bolaño faz o balanço de uma geração intelectual jovem quando havia projetos de transformação radical da América Latina e do mundo.
"Noturno do Chile" (2004) : Um denso monólogo composto por dois parágrafos: o primeiro ocupa quase todo o livro, e o segundo é uma frase de apenas oito palavras. Bolaño mistura personagens reais e ficcionais, e acerta suas contas com a ditadura chilena e com a vida literária do país.