"Eu não vivo no crime, eu escrevo livros", disse Hosmany Ramos

O escritor e médico Hosmany Ramos, que era procurado pela justiça desde janeiro do ano passado até ser detido na Islândia em agosto, é um personagem com uma biografia conturbada, repleta de passagens pela alta sociedade do Rio de Janeiro, crimes e fugas da cadeia. Enquanto esteve foragido, ele concedeu entrevista à Folha de S.Paulo e chegou até mesmo a lançar um romance enquanto era procurado.

Entenda o caso que envolve o ex-cirurgião Hosmany Ramos

Na ocasião, ele disse que conseguia se sustentar no exterior com a venda de suas obras. "Eu não vivo no crime, eu escrevo livros", disse Hosmany. Conheça abaixo os romances e livros de contos desse polêmico personagem cuja vida é tão intrigante quanto os seus próprios romances policiais.

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Livro mais recente de Hosmany trata da morte de um cartola

"O Goleador"

Um vertiginoso thriller policial que começa com o assassinato de um cartola do futebol brasileiro, Heleno Miranda, sócio de um jornal e presidente de um clube de futebol. Os principais suspeitos do crime são uma bela mulher e um jogador famoso, Rony Lee, que acaba surpreendido num automóvel fazendo sexo com um garoto de progama. Termina - depois de passar por cenas de sexo e drogas na alta sociedade carioca - com a elucidação do crime e das manipulações de jogos - até da Copa do Mundo - por uma poderosa organização internacional.

O livro envolve também em sua trama personagens que parecem inspirados em figuras da sociedade brasileira atual: políticos de todo tipo, empresários, artistas, socialites. Mas o autor garante, claro, que isso é mera coincidência.

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Mostra um mundo corrompido, brutal, cheio de conflitos e tensão.

"Delitos Obsessivos"

Hosmany deixou de relatar apenas histórias do cárcere, onde se encontrava quando escreveu a obra, para levar sua poderosa imaginação para o mundo lá fora, onde escancara a moral vigente e um mundo secreto que a sociedade burguesa esconde. Um mundo corrompido, brutal, cruel, cheio de conflitos e tensão.

Nessas novas histórias, Hosmany abre espaço principalmente para devastadoras anti-heroínas: mulheres para as quais o sexo não tem limites, o crime não tem barreiras, a culpa não existe e a vida parece um vazio sem fim. Para elas, o crime compensa - mesmo com a morte sangrenta ao final, depois de assassinarem maridos, amantes e até pais. Algo a ver com crimes recentes na alta sociedade brasileira? O autor diz que seus personagens são fictícios e se alguma história tiver algo a ver com fatos reais "terá sido mera coincidência".

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Relatos polêmicos nos quais não se sabe o que é ficção ou realidade

"Pavilhão 9: Paixão e Morte no Carandiru"

Neste imprevisto livro de contos e relatos não se sabe onde começa a ficção e termina a realidade.

A obra traz relatos inéditos, histórias da prisão, tendo como ponto de partida um relato assombroso, real, sobre o massacre de 111 presos no Pavilhão 9, da Penitenciária do Carandiru, no governo de Luís Antonio Fleury. Hosmany guardou este relato em segredo até o desaparecimento de seu verdadeiro autor, um bandido que conviveu com ele na prisão.

Destacam-se o conto que abre o livro, "Jogo de Xadrez", em que presos em uma cela contam seus crimes mais bárbaros e o conto em que um funcionário do IML desce em pé o cadáver de uma loira num elevador lotado.

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Ambição e crimes com ação em Brasília, Rio, São Paulo e Rondônia

"Seqüestro Sangrento"

Um romance policial baseado em fatos reais no qual personagens reais e imaginários misturam-se numa trama densa e brutal, cheia de paixão, erotismo, ambição, violência, sequestros e crimes misteriosos, com ação em Brasília, Rio, São Paulo e Rondônia.

Políticos corruptos, milionários inescrupulosos e policiais desonestos cruzam-se num romance cujo suspense tira o fôlego e prende o leitor do início ao fim. O submundo deslumbrante e sórdido da alta sociedade, do poder político, da corrupção e do dinheiro é desvendado de maneira impressionante por um escritor que sem dúvida conhece muito bem seus personagens - os milionários, artistas e políticos que retrata com dureza ou os criminosos com quem conviveu e convive ainda, na prisão ou nas ações pelas quais foi julgado e condenado.

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