Livraria da Folha

 
08/02/2010 - 13h31

Nem só de filosofia vivem os gregos

da Livraria da Folha

Figuras mitológicas contrapondo-se à tradição cristã. É desta forma que o leitor aprofunda sua leitura nos versos do escritor grego Konstantinos Kaváfis (1863-1933). Considerado um dos mais importantes poetas da Grécia do século 20, ele inventa personagens de ficção, ambientados no passado.

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Ironia nasce da consciência e do deslocamento dos personagens
Ironia nasce da consciência e do deslocamento dos personagens

Em "Konstantinos Kaváfis: 60 Poemas" (Ateliê Editorial, 2007), o poeta cria tipos excêntricos, às vezes fantasmagóricos e cínicos. O escritor provoca o leitor e o envolve em um jogo sensual por meio de seus versos. Outra obra que retrata muito bem os versos pungentes do grego é "Poemas" (José Olympio, 2006). Nela, Kaváfis reconstrói a história helênica com ingredientes prosaicos, como fragmentos de inscrições funerárias e crônicas bizantinas.

Em "À Espera dos Bárbaros", um de seus poemas mais conhecidos, Kaváfis conduz o leitor pelas invasões dos bárbaros, e o seduz também, tanto que o fato não se consuma, apenas se desenrola.

Os textos de Kaváfis foram publicados postumamente. Poucos conheciam seus poemas. Os versos eram impressos em folhas soltas e distribuídas por ele a seus amigos. Ao total, são 154 poemas curtos. Mais de uma dúzia de textos permaneceram incompletos.

Cético, Kaváfis questionava a religião, o patriotismo e a heterossexualidade. Em alguns versos, o poeta grego evidencia sua fascinação pelo corpo de jovens, além de encontros furtivos com adolescentes em lugares secretos.

Kaváfis reconstrói a história grega e utiliza a tradição pagano-cristã como um meio para extravasar seus sentimentos. Seus personagens são movidos por verossimilhanças históricas.

 
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