Livraria da Folha

 
22/02/2010 - 22h07

Jornalistas finalizam livro sobre 40 anos da revista "Placar"

da Livraria da Folha

Os jornalistas Bruno Chiarioni e Márcio Kroehn concluíram um livro sobre os 40 anos da revista esportiva "Placar", informou o blog da editora Primavera, nesta segunda-feira (22).

"Onde o esporte se reinventa: histórias e bastidores dos 40 anos da Placar" é o título da obra, que deve começar a ser vendida no próximo mês.

O volume vai reproduzir algumas reportagens antológicas publicadas na revista por nomes como Juca Kfouri, Carlos Maranhão, José Maria de Aquino, Michel Laurence, João Rath, Celso Kinjô, Sérgio Martins, Marcelo Rezende, Lemyr Martins, Ari Borges, Alfredo Ogawa, Leão Serva, Thomaz Souto Corrêa, Kátia Perin, Paulo Nogueira, Sérgio Xavier, Paulo Vinícius Coelho (PVC) e André Risek, entre outros.

A capa da primeira edição da revista, lançada pela editora Abril em 20 de março de 1970, trazia a foto de Pelé. O livro vai contar histórias desde o início da publicação e outras fases da revista.

Leia trechos do livro divulgados pela editora:

"A revista foi bolada pelo Hamilton Almeida Filho e Paulo Patarra, para não cometer injustiças. É engraçado isso, porque o Maurício Azêdo e o Aristélio Andrade foram os caras que levaram a ideia, mas não foram os caras que pimpa, pegaram a coisa." Michel Laurence.

"Eu sempre me interessei em contar histórias do futebol, fazer reportagens sobre o futebol, tentar contar os bastidores, aquilo que acontecia na cabeça dos jogadores, coisas paralelas do futebol. Antes de qualquer definição, eu sou um jornalista." Carlos Maranhão.

"O ritual das terças-feiras era igual para outros garotos. Acordar e comprar Placar. Comecei a minha vida de Placar como leitor, em 1973. Acordava às terças-feiras e ia para a banca. Era a primeira coisa que eu fazia naquele meu dia. Alguns dias, ela atrasava ou o jornaleiro não chegava com ela. Geralmente, a revista chegava por volta das 8h30. E eu ficava esperando. Em outros, o preço da revista aumentava, aí eu tinha que ir para casa pegar mais dinheiro. Eu era leitor fiel, toda semana comprava. Independente do meu time, o Corinthians, ir bem ou não. Lia a revista na própria terça-feira" Marcelo Duarte, autor da série "Guia dos Curiosos" e ex-diretor de redação da "Placar".

"Placar e eu começamos praticamente juntos nossa vida no esporte. A revista em 1970; eu no ano seguinte, quando vesti a camisa profissional do Flamengo pela primeira vez. Nesse período, aconteceu uma das reportagens mais marcantes, onde toda a minha família foi reunida para a foto. Esta é a única vez em que todos aparecem juntos com a camisa rubro-negra." Zico, prefácio do livro "Onde o esporte se reinventa: histórias e bastidores dos 40 anos da Placar".

"O garoto de 24 anos, barbudinho e comunista, chegava para liderar uma equipe que contava com repórteres experientes. Na edição de 15 de março de 1974, cuja capa trazia a fórmula da força dos exercícios físicos da seleção brasileira - com os preparadores Carlos Alberto Parreira e Raul Carlesso contando sobre os aprendizados internacionais - o expediente trazia como chefe de reportagem José Carlos Kfouri, no lugar de Hedyl Valle Júnior, que passou à função de chefe de redação Entre os repórteres orientados por Juca, em São Paulo, Michel Laurence, José Maria de Aquino e Carlos Maranhão. No Rio de Janeiro, José Trajano e Raul Quadros; em Porto Alegre, Divino Fonseca."

"Intitulada de Deus é alegria, Deus é Corintians (sem o h), a matéria ganhou página dupla e destacou, na época, um outro lado do recém-empossado Cardeal de São Paulo (Dom Paulo Evaristo Arns). Relatou a história de um homem que, na solidão do Palácio Episcopal, sofria em frente à tevê pelas derrotas e conquista de seu time do coração: o Corinthians, um clube que, aliás, aprendeu a torcer por causa de seu grande amor ao povo da cidade. Tudo o que puder fazer pelo Corinthians, eu faço!, reforçara o Cardeal a Maranhão na apresentação de seu texto, nas páginas 9 e 10 daquela edição."

"De fato, o automobilismo só tinha a ganhar com a chegada de Placar Todos os Esportes. Se a missão era ir além e abordar os outros esportes, o deleite era óbvio. Os repórteres estavam no caminho certo. O passo para uma revista plural em todas as modalidades e o fim da monocultura futebolística pareciam sem volta. Mas, a paixão pela revista, marca maior de todas as entrevistas feitas pelos repórteres, ficou evidenciada na mudança promovida na Placar, em 1984."

 
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