Livraria da Folha

 
23/02/2010 - 10h25

Neil Gaiman, Will Self e mais de 30 outros escritores ensinam como escrever ficção

da Livraria da Folha

O jornal britânico "The Guardian" perguntou para diversos autores de ficção ingleses, canadenses e americanos em atividade dez dicas de como se escrever bem. O que surpreendeu nas respostas dos mais de 30 escritores consultados foi a simplicidade das respostas e o bom humor com relação ao ofício de escrever, ao invés de longas teorizações sobre o processo criativo.

Divulgação
Autores como Neil Gaiman revelaram com humor traços de seus processos criativos
Autores como Neil Gaiman revelaram com humor traços de seus processos criativos

O escritor Neil Gaiman, criador da série de quadrinhos "Sandman", além de "Lugar Nenhum" e "Coraline" sugere simplesmente "escrever" e "colocar uma palavra após a outra". Ele também ressalta ao mesmo tempo a importância da opinião de alguém de confiança para avaliar o seu trabalho, mas opina que "quando as pessoas dizem que algo está errado ou não está funcionando para elas, elas quase sempre estão certas. Quando dizem exatamente porque eles acham que está errado ou como concertar, geralmente elas estão erradas".

Já Will Self, autor de obras como "Grandes Símios", que traz um protagonista que acorda em um mundo no qual todos viraram macacos, e a obra de humor negro "Como Vivem os Mortos" recomenda sempre, mas sempre, anotar as idéias, alertou para a importância de ler obras de não ficção e sugere ler todo um capítulo apenas quando ele estiver terminado e só então revisá-lo.

A vencedora do Prêmio Nébula e do Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras pelo conjunto de sua obra Margaret Atwood e autora de inúmeras obras, com destaque para "Payback", recomenda exercícios para as costas ("a dor distrai"), nunca se distanciar de uma boa gramática e quando tudo falhar: "Reze. Ou vá ler alguma outra coisa".

A autora de "A Filha do Coveiro", e de dezenas de outras obras, Joyce Carol Oates, disse não ser possível antecipar um leitor ideal, pois, mas que é necessário ser editor de si mesmo (compreensivo, mas sincero), manter um coração leve enquanto escreve, mesmo que espere o pior. Por último, lembrou uma máxima de Oscar Wilde: "um pouco de sinceridade é algo perigoso e muita é completamente fatal".

A reportagem completa do "The Guardian" foi dividida em duas partes, que podem ser encontradas aqui e aqui.

 
Voltar ao topo da página