da Livraria da Folha
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Ensaios que abordam a influência da formação profissional do escritor |
"O Mundo Prodigioso que tenho na Cabeça" traz diversos ensaios de Louis Begley, autor de "Despedida em Veneza" e "Questões de Honra", sobre Franz Kafka.
A diferença de outros ensaios sobre a obra do escritor austríaco, é que Begley se concentra em um lado relativamente esquecido da biografia de Kafka: a sua formação profissional.
Além de criar obras como "O Processo" e "A Metamorfose", Kafka se formou em direito e trabalhou em uma companhia da de seguros.
Begley, ele próprio formado em direito, utiliza uma grande pesquisa documental se baseando nos diários, na correspondência e nas entrelinhas das ficções de Kafka.
A sensação de estar preso e não poder se mover em meio a uma esmagadora burocracia, por exemplo, pode ser encontrada nas cartas nas quais reclama não conseguir sair de Praga. A desolação de não conseguir se conectar com seus amigos, análoga à de K., protagonista de "O Castelo".
O livro também aborda como o fato de só ter amigos judeus aumentou ainda mais a sensação de isolamento do autor, que tinha pouco ou nenhum interesse religioso. "O que eu tenho em comum com os judeus?" o autor se perguntou em seu diário. "Eu quase não tenho nada em comum comigo mesmo".