Livraria da Folha

 
12/03/2010 - 15h10

Livro indica principais sintomas dos psicopatas; leia trecho

da Livraria da Folha

Divulgação
Agressivos e autoritários podem ser mais do que desagradáveis
Agressivos e autoritários podem ser mais do que desagradáveis

Vencedor do prêmio Books For a Better Life em 2006, "Meu Vizinho é Um Psicopata", escrito pela psicóloga Martha Stout, apresenta os passos para reconhecer psicopatas e sociopatas --pessoas com distúrbios psicológicos e mentais caracterizadas, principalmente, pela falta de culpa e consciência.

Segundo a autora, membro do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Harvard por 25 anos, a única arma reconhecer e lidar com psicopatas é o conhecimento, a começar por saber quais são os sintomas do distúrbio: incapacidade de adequação às normas sociais; falta de sinceridade e tendência à manipulação; impulsividade; irresponsabilidade persistente e ausência de remorso.

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No livro, Stout descreve os psicopatas como pessoas capazes de mentir, roubar e matar sem sentir culpa, desde que isso os ajude a atingir seus objetivos. Ignoram os parâmetros sociais de certo e errado, embora compreendam por quais razões as demais pessoas respeitam as normas; eles simplesmente não se importam de estar à margem e causar mal às pessoas que estão por perto. A psicóloga chama atenção para o fato de que maridos agressivos, pais cruéis ou chefes autoritários podem ser mais do que apenas sujeitos desagradáveis.

A seguir, leia a introdução do livro:

*

Imagine --se puder-- como seria não ter consciência, culpa nem remorso independentemente do que fizesse, não se sentir de forma alguma tolhido pela preocupação com o bem-estar de estranhos, amigos ou mesmo parentes. Imagine nunca, em toda a vida, precisar lidar com a vergonha, por mais egoístas, relapsas, prejudiciais ou imorais que fossem suas ações. Finja des conhecer a noção de responsabilidade, salvo como um fardo que os outros - bobocas ingênuos - aparentemente carregam sem questionar. Acrescente a essa estranha fantasia a capacidade de esconder das pessoas o fato de que a estrutura psicológica delas é radicalmente diferente da sua.

Como todos simplesmente pressupõem que a consciência é um atributo universal dos seres humanos, esconder que você não a possui exige pouquíssimo esforço. Você não refreia nenhum desejo por sentir culpa ou vergonha e ninguém jamais censura sua frieza. O sangue-frio que corre em suas veias é tão bizarro, tão completamente alheio à experiência dos outros, que eles nem sequer suspeitam de seu transtorno. Em outras palavras, você vive livre de repressões interiores e essa liberdade ilimitada para fazer o que bem entender sem que isso lhe pese na consciência é, de maneira muito conveniente, invisível para o mundo. Você pode fazer absolutamente qualquer coisa e, mesmo as sim, é provável que sua estranha vantagem sobre a maioria das pessoas, mantidas na linha pela própria consciência, jamais seja descoberta.

Como você vai levar a vida? O que fará com essa enorme e secreta vantagem e com a consequente desvantagem dos outros (a consciência)? A resposta dependerá, em grande parte, de quais forem os seus desejos, porque as pessoas não são iguais. Nem mesmo os profundamente inescrupulosos são idênticos. Alguns - tenham ou não consciência - preferem a facilidade da inércia, enquanto outros são movidos por sonhos e ambições desenfreados. Há seres humanos brilhantes e talentosos, outros são simplórios e a maioria se situa entre esses dois extremos. Existem pessoas violentas e outras não violentas, indivíduos motiva dos pela sede de sangue e os que não têm tais apetites.

(...)

Acredito que se imaginar na pele de qual quer uma dessas pessoas pareça uma insanidade, por que todas elas são perigosamente lou cas. No entanto, são reais. Elas inclusive têm um rótulo. Muitos profissionais especializados em saúde mental se re ferem à pouca consciência ou à sua to tal ausência como "Transtorno da Personalidade Antissocial", uma incorrigível deformação de caráter que hoje se acredita estar presente em cerca de 4% da população --ou seja, uma em ca da 25 pessoas. Essa deficiência também tem outros nomes, sendo os mais comuns "sociopatia" ou "psicopatia", que é o termo mais popular. A ausência de culpa foi, na verdade, o primeiro distúrbio de personalidade re conhecido pela psiquiatria e os termos usa dos para defini-lo ao longo do tempo incluem manie sans délire, inferioridade psicopática, insanidade moral e debilidade moral.

Segundo a atual bíblia de rótu os psiquiátricos,3 o Manualdiagnóstico e estatístico de distúrbios mentais DSM-IV-TR, da Associação Americana de Psiquiatria, o diagnóstico clínico do "Transtorno da Personalidade Antissocial" deve ser cogitado quando um indivíduo apresentar, no mínimo, três das sete características a seguir: (1) incapacidade de adequação às normas sociais; (2) falta de sinceridade e tendência à manipulação; (3) impulsividade, incapacidade de planejamento prévio; (4) irritabilidade, agressividade; (5) permanente negligência com a própria segurança e a dos outros; (6) irresponsabilidade persistente; (7) ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa. A combinação de três desses "sintomas" é suficiente para levar muitos psiquiatras a considerarem o distúrbio.

*

"Meu Vizinho é um Psicopata"
Autor: Martha Stout
Editora: Sextante
Páginas: 256
Quanto: R$ 24,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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