Livro expõe documentos sobre a guerrilha do Araguaia; leia trecho
da Livraria da Folha
| Divulgação |
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| Livro reúne documentação sobre um período sombrio da história |
A guerrilha do Araguaia, comandada pelo PCdoB (Partido Comunista do Brasil) nos anos 70, permaneceu em uma espécie de limbo histórico por mais de 30 anos.
Todos sabiam que aconteceu, mas militares brasileiros sempre afirmaram que documentos sobre a guerrilha simplesmente não existiam.
Tais Morais e Eumano Silva realizaram um exaustivo e completo trabalho investigativo que trouxe toda a história escondia a público. O resultado da pesquisa se encontra em "Operação Araguaia".
Até a publicação deste volume, tudo que se conhecia sobre a guerrilha era uma série de reportagens, de Fernando Portela, publicada no "Jornal da Tarde", em 1979.
Leia, abaixo, um trecho do livro sobre a Operação Mesopotâmia e do desaparecimento do primeiro deputado camponês do Brasil, Zé Porfírio.
Atenção: o texto reproduzido abaixo mantém a ortografia original do livro e não está atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. Conheça o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".
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Em agosto de 1971, o Exército executou a Operação Mesopotâmia para prender subversivos na divisa entre Maranhão e Goiás. Durante 11 dias, 38 agentes do Comando Militar do Planalto (CPM) e do CIE investigaram a atuação da Ação Libertadora Nacional (ANL), da vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR - Palmares) e da Ala Vermelho. Procuravam mais de 50 suspeitos, especialmente o camponês José Porfírio, ex-deputado estadual por Goiás. Nos anos de 1950, ele liberou a revolta de Trombas e Formoso, no norte goiano. Pertenceu ao PCB, passou pela Ação Popular, a AP, organização nascida em 1962 dos movimentos estudantis católicos, que depois aderiu ao marxismo de linha chinesa (no início dos anos 1970, a maior parte dos integrantes incorporou-se ao PCdoB). Da AP, Porfírio foi para o Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT). Participou em 1962 da fundação da Associação dos Trabalhadores Camponeses de Goiânia. Ajudou a organizar o Congresso dos Camponeses de Belo Horizonte.
Trombas e Formoso era uma região com ricas terras, igualmente esquecida. No final dos anos de 1940, camponeses ocuparam ali terras devolutas, nas quais passaram a viver com prosperidade. Com os rumores de que por ali passaria uma estrada federal, a Belém-Brasília, comerciantes e fazendeiros de Uruaçu e Porangatu, mancomunados com o juiz de direito da comarca, montaram um engenhoso processo de grilagem das terras. Revoltados, os posseiros se uniram e resistiram. Emergiu assim a figura carismática do semi-analfabeto Zé Porfírio.
Em 1960, eleito com a segunda maior votação, entrou para a história como o primeiro deputado camponês do Brasil. A trajetória foi interrompida pelo golpe militar. Seu mandato foi cassado. Fugiu para o Maranhão. Em 1972, após ser libertado da prisão em Brasília, seria capturado na rodoviária e nunca mais se teria notícia dele.
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"Operação Araguaia"
Autores: Tais Morais e Eumano Silva
Editora: Geração Editorial
Páginas: 656
Quanto: R$ 64,00
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha
