Colecionador de álbuns de futebol tem figurinhas da década de 1930
JULIANA FARANO
colaboração para a Livraria da Folha
Na última terça (30), a Panini lançou oficialmente para a imprensa o álbum de figurinhas da Copa do Mundo da África do Sul. A ocasião rapidamente virou assunto no Twitter, em blogs sobre futebol, comunidades no Orkut e fóruns sobre o esporte. Não é a toa que a empresa aposta alto e coloca no mercado mais de 3 milhões de álbuns. O retorno é certo.
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Assim como os livros sobre futebol, os álbuns e cromos são parte importante no processo de preservação da memória do esporte. Quem garimpar na coleção do corintiano Moacir Andrade Peres, 56, por exemplo, fará uma viagem no tempo pelo universo da bola tendo como ponto de partida a década de 1930.
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| Desembargador Moacir Andrade Peres possui em seu acervo mais de 300 álbuns de futebol |
Há dez anos, Peres, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e professor da Fundação Getúlio Vargas, comprou o acervo da família de um colecionador já falecido e passou a buscar itens para ampliá-lo. Hoje, ele contabiliza quase 400 álbuns.
Entre seus álbuns prediletos, estão os das "Balas Futebol", veiculados entre 1938 e 1960. As figurinhas, como o nome sugere, vinham em balas e faziam a alegria dos garotos da época. "Completar esta coleção representa um grande desafio", afirma o desembargador, que já tem alguns álbuns completos e ainda corre atrás do material que falta para preencher os outros.
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| Álbum chega às bancas em 11 de abril com Ronaldinho na seleção |
Para se ter uma ideia do valor de uma coleção como essa, a Livraria da Folha fez uma busca em sites que vendem artigos usados e encontrou um destes álbuns completos e originais da época por R$ 1.550. Peres, no entanto, nem cogita vender os seus. "Não encaro a coleção como investimento, mas sim como lazer e resgate do passado", diz.
Hoje, o desembargador ainda é freqüentador assíduo das bancas de jornais em busca dos álbuns recém-lançados e suas respectivas figurinhas. "Poderia adquiri-los já completos, mas sinto que não teria a mesma satisfação", conta.
A coleção de Felipe Gama Noronha, 20, ainda engatinha perto da de Peres. O estudante de jornalismo começou a comprar álbuns de figurinhas de futebol em 1995, com o do Campeonato Brasileiro. Hoje, ele tem um acervo com 25 títulos e entre seus preferidos, assim como a maioria dos colecionadores, estão os da Copa do Mundo. "Esse é o maior evento do esporte que mais amo e com o qual quero trabalhar no futuro", diz.
Junto com o amigo Danilo Pilan, o estudante mantém o blog "Copa 3 x 4". Dedicado especialmente ao assunto, o site existe desde o dia 1º de fevereiro e tem por volta de 500 acessos por dia. Segundo Noronha, a quantidade vem crescendo a cada semana.
"Neste ano de Copa surgiu a vontade de criar algo sobre o futebol, mas sem cair no óbvio da cobertura do evento. Quis fazer algo único e acredito que consegui", conta.
Preocupado em preservar o material, o estudante guarda seu acervo com cuidado, em uma pasta especial, e espera que um dia ainda consiga mostrá-lo aos seus futuros filhos e, quem sabe, perpetuar essa paixão. "Não tenho dúvidas de que meus filhos verão meus álbuns e colecionarão também", afirma.
