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04/04/2010 - 22h04

Livro desvenda segredos da atração sexual e do bom relacionamento; leia trecho

da Folha Online

Divulgação
Saiba como conquistar o parceiro ideal e manter o desejo na relação
Saiba como conquistar o parceiro ideal e manter o desejo na relação

Allan e Barbara Pease formam um casal de sucesso: já escreveram best-sellers de grande sucesso no mundo todo, como "Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal" e o super famoso "Por Que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor?" . E eles gostam de tirar dúvidas e dar conselhos.

Lançamento da editora Sextante, "Desvendando os Segredos da Atração Sexual" responde a questões que intrigam muitos homens e mulheres há tempos: por que os homens sempre estão afim de transar e as mulheres querem (além de sexo) compromisso? O que enlouquece na hora da sedução? E que fazer para o desejo durar?

A partir de estudos científicos, os autores explicam que homens e mulheres comportam-se de maneira diferente nos relacionamentos porque o amor e o desejo são comandados por áreas cerebrais diferentes nos dois sexos. Compreender as diferenças é o primeiro passo para lidar melhor com elas --e eles mostram o caminho das pedras.

O casal Paese também dá dicas para recuperar o charme pessoal e dar uma guinada na sua vida amorosa, para encontrar o "parceiro ideal" e mantê-lo excitado na relação. E, se a nova relação não der lá muito certo, explica também como lidar com a infidelidade da melhor possível.

A seguir, leia um trecho do primeiro capítulo do livro:

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1. O Sexo no Cérebro

Paixão, atração, romance, "calores", amor obsessivo, drinques para desinibir... Essas são palavras e expressões que usamos para descrever sentimentos de êxtase, felicidade extrema e alegria que quase todos nós experimentamos de alguma forma em determinado momento na vida. Com eles, vêm sensações de angústia, aflição, dor, agonia, tormento e mágoa. Durante milhares de anos, especialistas tentaram, com pouco sucesso, definir o amor romântico, concluindo por vezes que ele deve ser controlado por forças alheias às pessoas, tais como poderes místicos, sobrenaturais ou espirituais. Não temos, no entanto, dificuldade de classificar outros sentimentos humanos, como depressão, ansiedade, obsessão e medo.

Desde os anos 1970, as pessoas sentem uma profunda necessidade espiritual de amor. Esse anseio é causado pela falência das estruturas sociais que nos garantiam relações próximas com amigos, familiares e a pessoa amada − uma regra que vigorou por milhares de anos. Evoluímos como uma espécie que cuidava dos mais jovens, que compartilhava amor e proteção e cujos indivíduos dependiam uns dos outros e se mantinham próximos em unidades sociais e familiares. Os mais velhos se preocupavam com as crianças, enquanto as pessoas da geração intermediária trabalhavam e proviam a comida. À noite, os idosos contavam histórias para as crianças e lhes falavam sobre os antepassados e a vida. Hoje, esse tipo de estrutura familiar só existe em culturas primitivas, em partes do Oriente Médio, da Ásia, do Mediterrâneo e de países em desenvolvimento. E, como é crescente o número de pessoas que permanecem solteiras ou moram sozinhas, esse abismo continua a aumentar. Por 1 milhão de anos ou mais, as sociedades se estruturaram para aproximar os homens das mulheres. As sociedades contemporâneas, no entanto, os estão distanciando. A erosão da estrutura familiar básica promoveu a perda de valores, fazendo com que filhos cresçam sem os pais e dando origem a um caos emocional.

Objetivos iguais, programações mentais diferentes
Homens e mulheres têm programações mentais diferentes em relação a sexo e amor, e estas são profundamente influenciadas pelo nosso passado remoto. Em todo o mundo, vítimas de amores fracassados enchem as clínicas médicas por conta da depressão e de impulsos suicidas. De forma geral, os homens contemporâneos são atraídos por imagens e sinais de saúde, fertilidade e juventude da mulher. No caso das mulheres, o que desperta seu interesse em relação aos homens são os sinais de poder, de status, do nível de compromisso e dos recursos materiais que eles podem lhes oferecer. E era assim também que se comportavam nossos ancestrais. Nada mudou muito nos últimos milhares de anos em termos de desejos e motivações sexuais. Essa ideia talvez não caia muito bem em um mundo politicamente correto em que é moda dizer que homens e mulheres buscam os mesmos objetivos e têm motivações, preferências e anseios iguais. No entanto, à medida que você for lendo este livro, verá que isso não é verdade − lá no fundo, até já sabe disso. Esse mito é perpetuado por pessoas que almejam o poder, como burocratas, líderes espirituais, feministas e outros indivíduos com interesses políticos. Pode até ser "elegante" dizer que homens e mulheres pensam de maneira idêntica e querem as mesmas coisas. Contudo, se você já teve a experiência de lidar, dividir um teto ou trabalhar com alguém do sexo oposto, sabe que isso não corresponde à realidade.

O poder do amor
David Buss, professor de psicologia da Universidade do Texas em Austin, é reconhecido internacionalmente por sua pesquisa evolucionista sobre as diferenças que existem entre homens e mulheres quando se trata de selecionar seus parceiros. Buss e sua equipe pesquisaram provas de amor romântico em 147 culturas. Eles descobriram provas empíricas do amor romântico em manuscritos, poemas, músicas, livros e desenhos feitos em cavernas. Quando pensam no amor, as pessoas, em sua maioria, só veem o lado positivo - imaginam olhar nos olhos do outro, segurar sua mão, cantar músicas românticas, fazer amor e vivenciar sentimentos calorosos e inebriantes, ou seja, têm em mente todos os elementos do "felizes para sempre". Ocorre que o amor possui também um lado negro. Buss e outros pesquisadores descobriram provas de que toda a história humana é marcada por poções do amor, feitiços, suicídios e assassinatos que se devem tanto à conquista quanto à perda de um amor. Na verdade, um em cada quatro assassinatos é motivado por um amor malsucedido. Esposas, amantes, rivais, perseguidores e rejeitados morrem em decorrência disso. Quase toda cultura possui uma criação equivalente à história de Romeu e Julieta. O anseio dramático pelo amor nos enche de excitação, desespero, medo e até desejo de vingança, muitas vezes tudo isso ao mesmo tempo. O amor é resultado de reações químicas no cérebro. Como o amor romântico é universal e existe em todas as culturas humanas, deve haver uma explicação biológica para isso. Em outras palavras, não pode ser apenas uma tradição cultural, como uma religião ou a adoração de ídolos. O amor é muito poderoso e é parte da nossa essência.

A biologia do amor
Cientistas que vêm pesquisando o modo como o cérebro humano opera quando uma pessoa está apaixonada concluíram que há três sistemas cerebrais diferentes para o jogo do amor e a reprodução: desejo, amor romântico e compromisso duradouro. Cada um desses três sistemas está associado a uma atividade hormonal distinta que desencadeia sentimentos específicos e mudanças comportamentais nos envolvidos. Quando pensamos no amor no contexto desses três sistemas, fica mais fácil acompanhar em que estágio a pessoa está, para que possamos compreender melhor suas ações.

O objetivo deste capítulo é ajudar você a entender melhor as funções básicas do cérebro que controlam o desejo, o amor romântico e o compromisso duradouro. Tentamos transmitir essas explicações da forma mais simples e breve possível. É importante ressaltar que, quase sempre, as regiões cerebrais mencionadas fazem parte de um sistema geral. Agradecemos ao professor Graeme Jackson, do Instituto de Pesquisas do Cérebro, em Melbourne, na Austrália, pelas sugestões nesse campo. Simplificamos as ideias e os conceitos para torná-los mais acessíveis ao leitor, mas com o cuidado de não exagerar. É fundamental que você tenha esse conhecimento sobre a pesquisa porque
há referências a esse respeito ao longo do livro. Embora tenhamos optado por usar a terminologia médica para satisfazer os iniciados no assunto, você só precisará entender o que cada um desses itens significa em relação à sua vida amorosa. Discutiremos princípios que funcionam para a maioria das pessoas na maior parte do tempo, deixando de lado o modo como minorias e exceções se comportam.

Observou-se que o amor é o resultado da ação de um grupo específico de circuitos químicos e cerebrais que trabalham em determinadas áreas do cérebro. Em termos científicos simples, ele é ativado por uma combinação de substâncias químicas cerebrais, incluindo a dopamina, a oxitocina, a testosterona, o estrogênio e a norepinefrina. Quase da mesma maneira, essas substâncias químicas levam outros mamíferos a encontrar seus parceiros amorosos. Uma vez que, baseado em determinados critérios que serão discutidos à frente, o cérebro detecta um parceiro adequado, ele entra em atividade intensa para produzir as substâncias necessárias para criar o ambiente propício a atrair aquela pessoa. Em toda a história da humanidade, casamentos eram um evento arranjado, que envolvia riqueza, status, rivalidades familiares, grupos tribais e políticos, etc. Hoje em dia, essa abordagem desapareceu do mundo ocidental e a maioria das pessoas se casa por amor.

Quando se trata de selecionar o parceiro, os seres humanos concentram sua atenção em apenas uma pessoa. Esse é um comportamento que nos distingue da maioria dos outros animais. Durante o ritual do cortejo, um pombo macho, por exemplo, infla a plumagem e aborda o maior número possível de parceiras. Os seres humanos, no entanto, costumam ter uma lista pequena de candidatos e miram intensamente um único alvo.

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"Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal"
Autor: Allan e Barbara Pease
Editora: Sextante
Páginas: 24
Quanto: R$ 24,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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