Livraria da Folha

 
07/04/2010 - 17h05

Clássico autobiográfico desnuda boemia mineira, jornalismo e repressão

da Livraria da Folha

Após quase vinte anos da sua primeira edição, o escritor Jaime Prado Gouvêa relança "O Altar das Montanhas de Minas". Mineiro de Belo Horizonte, Jaime Prado Gouvêa se inspirou na sua própria trajetória para escrever o seu primeiro romance, que se passa na época da ditadura militar. A boemia mineira, a repressão e o clima de tenso das redações fazem parte do cotidiano do personagem Dirceu Dumont. Um homem que contém a tragédia de uma geração inteira, que não conseguiu ver seus sonhos realizados. Ou precisou, para sobreviver, adequá-los a outros mais reais, mais modestos.

Divulgação
História sobre a boemia mineira e a repressão da ditadura é reeditada
História sobre a boemia mineira e a repressão da ditadura é reeditada

O autor brinca com o que poderia ser ridículo (o encontro de Dirceu com Elisa), melodramático (o acidente de automóvel), pornográfico (Elisa lavando o gesso de Dirceu), artificial (Cobra exigindo o apartamento de Dirceu), e transforma esse material em algo que jamais soa falso."Nas primeiras páginas do romance, meu personagem tateia as formas de se começar a escrever um romance, e parte da ideia de criar um outro personagem que também pretendia escrever um romance. Claro que esse personagem sou eu mesmo", confessa o autor.

Aqui, Prado Gouvêa narra o encontro de Dirceu com Elisa. Um momento que poderia ser apenas mais uma bela história de amor, mas que se transforma em tragédia após um acidente de automóvel. Escrito numa linguagem irretocável e com uma estrutura sólida, "O Altar das Montanhas de Minas" é, como diz Caio Fernando Abreu na orelha da edição original, "violento feito um soco, cortante como uma navalhada".

 
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