Livraria da Folha

 
15/04/2010 - 12h18

Companhia das Letras relança três obras mais introspectivas de Lygia Fagundes Telles

da Livraria da Folha

Romance, contos, memória e ficção. No dia 27 de abril, a Companhia das Letras retoma a publicação de três volumes de uma das mais importantes escritoras brasileiras, Lygia Fagundes Telles. "As Horas Nuas", "A Estrutura da Bolha de Sabão" e "Durante Aquele Estranho Chá" são os escolhidos da vez.

Monte sua biblioteca com obras de Lygia Fagundes Telles

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Publicado em 1989, romance é tido como um dos mais sutis da autora
Publicado em 1989, romance é tido como um dos mais sutis da autora
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Contos examinam personagens tão frágeis quanto uma bolha de sabão
Contos examinam personagens tão frágeis quanto uma bolha de sabão

Com posfácio de José Paulo Paes, As Horas Nuas percorre os amores de uma atriz decadente de teatro, Rosa Ambrósio. No romance, Lygia alterna pontos de vista e vozes, e retoma uma de suas principais características: a transição do fluxo interno de consciência para a narrativa em terceira pessoa. O movimento feminista, a cultura de massa, a Aids e as drogas compõem os destinos individuais dos personagens, dentre eles Miguel, Gregório e Diogo. O volume foi publicado originalmente em 1989 e é considerado um dos romances mais sutis da autora.

Alfredo Bosi esboça o prefácio dos oito contos de "A Estrutura da Bolha de Sabão". Os protagonistas destas histórias beiram à calamidade emocional e racional. Procuram centrar-se em si próprios, mas não conseguem chegar a um consenso. Envoltos em uma bolha de sabão simbólica, vemos que esses personagens encontram-se desconfortáveis nos ambientes que vivem. Secretos podres familiares, desenganos amorosos e vocações frustradas alternam-se no tom de contar da escritora. De descrições objetivas à fluxos de consciência, Lygia revela que a vida é mais frágil e menos translúcida do que a estrutura de uma bolha de sabão.

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Textos breves, de várias épocas, compõem rico painel de memórias
Textos breves, de várias épocas, compõem rico painel de memórias

"Durante Aquele Estranho Chá" agrupa textos breves, reunidos pela primeira vez em 2002 e que compõem um vívido painel de memórias de Lygia. Neles, participamos de seus encontros e diálogos com personalidades literárias que influenciaram a sua formação como contadora de histórias.

Por meio de fragmentos de memórias, conversas com os franceses Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, visitas a Jorge Amado e Zélia Gattai, até um estranho diálogo com o autor argentino Jorge Luis Borges, a autora revista momentos que enriqueceram sua sensibilidade artística e sua visão de mundo. O volume tem o posfácio assinado por Alberto da Costa e Silva.

Com essas três reedições, o leitor percebe a polifonia nos textos da escritora. Sob o olhar crítico e solidário da autora, as narrativas variam conforme a temperatura escrita que Lygia lhes imprime. Ela contemporiza experiências ficcionais para contar com serenidade e inquietação parábolas de vidas inanimadas pelo tempo.

 
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