Livraria da Folha

 
09/05/2010 - 16h31

Livro reúne artigos sobre a construção multicultural do império português

da Livraria da Folha

"Na Trama das Redes" mostra como a globalização não é uma novidade do século 20. O livro apresenta um cenário dinâmico e multifacetado dos principais modos de vida experimentados no império português, em que a relação entre Brasil Colônia e Portugal ganha estudo aprofundado. Os artigos organizados por João Fragoso, professor titular de teoria da história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Maria de Fátima Gouvêa, professora associada no departamento de história da Universidade Federal Fluminense (UFF), exploram a formação da monarquia lusa e do próprio Império.

Divulgação
Ensaios sobre como a troca cultural moldou o império português
Ensaios sobre como a troca cultural moldou o império português

O conceito de rede tem um lugar central no trabalho. O termo é entendido como network entre indivíduos com acesso a informações e recursos diferenciados entre si. O livro aprofunda o debate sobre este processo e mostra que os termos colonizadores e colonizados não abrangem toda a complexidade do tema Colonização. Nos artigos, os historiadores introduzem outros agentes e fatores para mostrar apresentar a existência de uma monarquia multicontinental.

Na trama das redes demonstra com clareza a forma pela qual as concepções de corpo social e monarquia corporativa pressupõem a autonomia do poderes locais. Os costumes e códigos já estabelecidos nas chamadas colônias eram respeitados por Portugal e o príncipe reconhecia e defendia o autogoverno nestes lugares. O sentimento de pertencimento à monarquia era compartilhado por integrantes de diversos estratos da sociedade.

Vassalos vindos do reino, tupis, angolas e os novos atores sociais produzidos pelo próprio processo de gestação dessa nova sociedade compartilhavam entre si um curioso sentimento de pertença à monarquia; cada um a seu modo reivindicava o estatuto de súditos de Sua Majestade. Porém esta postura não significava que os "súditos" eram passivos em relação às ordens da Coroa. Eles, na verdade, se aproveitavam de brechas entre as regras gerais e locais para se beneficiarem.

 
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