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25/09/2006
-
20h55
da Folha Online
O economista de esquerda e candidato à Presidência do Equador, Rafael Correa, 43, que movimentou investidores internacionais por liderar as pesquisas de intenção voto naquele país a um mês da eleição, disse, nesta segunda-feira, que é orgulhoso de chamar o presidente venezuelano Hugo Chávez de amigo.
"Sou honrado por essa amizade. Não vejo nenhum problema nisso," disse Correa sobre Chávez, que, na semana passada, nos Estados Unidos, chamou o presidente George W. Bush de "o diabo".
"Se sou amigo do Chávez, 'Que erro!', se fosse amigo de George Bush, seria eleito o homem do ano", disse Correa a jornalistas internacionais.
Entretanto, Correa negou as acusações de rivais conservadores de que Chávez estaria financiando sua corrida presidencial.
"Como ele estaria me ajudando? Primeiro de tudo: a lei eleitoral proíbe. Segundo: nossa campanha é a mais austera," disse o candidato, que afirma que seus correligionários estão baixando os banners de sua campanha eleitoral direto de seu site na internet e reproduzindo o material por conta própria.
Chávez tem sido acusado de se intrometer, neste ano, nas eleições do Peru, México e Nicarágua com o intuito de alavancar candidaturas de esquerda.
Correa, um economista formado nos Estados Unidos com doutorado pela Universidade de Illinois, está à frente de Leon Roldos, o atual vice-presidente centro-esquerdista do país. Contudo, cerca de metade do eleitorado ainda está indeciso quanto ao voto.
A pesquisa, realizada no último sábado pelo instituto independente Market, deu 26,4% das intenções de voto a Correa. Roldos aparece com 19,5%.
Foram entrevistadas 1.280 pessoas, mas a pesquisa não incluiu nos resultados os 42% que disseram não saber em quem votariam. A sondagem tem uma margem de erro de 3 pontos.
Panorama
Na segunda-feira, Correa disse que procuraria renegociar a dívida externa do Equador, mas que não faria moratória.
Ele disse que o Equador não pode bancar a dívida atual, cerca de US$ 2 bilhões, que representa 7% da produção interna do país. "O Equador não pode pagar mais que 3%", afirmou Correa.
O presidenciável disse que iria rever contratos com companhias estrangeiras de petróleo e disse esperar que o Equador possa eventualmente abandonar o dólar americano como indexador oficial.
"O símbolo de soberania é não ter soldados estrangeiros em solo nacional", disse o candidato, que reafirmou a intenção de não estender o uso militar americano na costa do Pacífico, especificamente na base aérea de Manta, onde os americanos mantém uma área operacional de fiscalização anti-drogas, cujo acordo de permanência expira em 2009.
"A única forma de os militares americanos poderem continuar no Equador seria se Washington permitisse que os equatorianos instalem uma base militar em Miami", disse.
Correa trabalhou durante quatro meses como ministro da Economia do atual presidente Alfredo Palacio, que pediu seu afastamento em agosto de 2005 por não tê-lo informado antes de anunciar publicamente a negação de um empréstimo de US$ 100 milhões por parte do Banco Mundial.
Se nenhum candidato vencer o pleito com mais de 50% dos votos --ou, pelo menos, 40% com, no mínimo, 10% de vantagem sobre o oponente mais próximo-- um segundo turno está marcado para 26 de novembro entre os dois candidatos mais votados.
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"Sou honrado por essa amizade. Não vejo nenhum problema nisso," disse Correa sobre Chávez, que, na semana passada, nos Estados Unidos, chamou o presidente George W. Bush de "o diabo".
"Se sou amigo do Chávez, 'Que erro!', se fosse amigo de George Bush, seria eleito o homem do ano", disse Correa a jornalistas internacionais.
Entretanto, Correa negou as acusações de rivais conservadores de que Chávez estaria financiando sua corrida presidencial.
"Como ele estaria me ajudando? Primeiro de tudo: a lei eleitoral proíbe. Segundo: nossa campanha é a mais austera," disse o candidato, que afirma que seus correligionários estão baixando os banners de sua campanha eleitoral direto de seu site na internet e reproduzindo o material por conta própria.
Chávez tem sido acusado de se intrometer, neste ano, nas eleições do Peru, México e Nicarágua com o intuito de alavancar candidaturas de esquerda.
Correa, um economista formado nos Estados Unidos com doutorado pela Universidade de Illinois, está à frente de Leon Roldos, o atual vice-presidente centro-esquerdista do país. Contudo, cerca de metade do eleitorado ainda está indeciso quanto ao voto.
A pesquisa, realizada no último sábado pelo instituto independente Market, deu 26,4% das intenções de voto a Correa. Roldos aparece com 19,5%.
Foram entrevistadas 1.280 pessoas, mas a pesquisa não incluiu nos resultados os 42% que disseram não saber em quem votariam. A sondagem tem uma margem de erro de 3 pontos.
Panorama
Na segunda-feira, Correa disse que procuraria renegociar a dívida externa do Equador, mas que não faria moratória.
Ele disse que o Equador não pode bancar a dívida atual, cerca de US$ 2 bilhões, que representa 7% da produção interna do país. "O Equador não pode pagar mais que 3%", afirmou Correa.
O presidenciável disse que iria rever contratos com companhias estrangeiras de petróleo e disse esperar que o Equador possa eventualmente abandonar o dólar americano como indexador oficial.
"O símbolo de soberania é não ter soldados estrangeiros em solo nacional", disse o candidato, que reafirmou a intenção de não estender o uso militar americano na costa do Pacífico, especificamente na base aérea de Manta, onde os americanos mantém uma área operacional de fiscalização anti-drogas, cujo acordo de permanência expira em 2009.
"A única forma de os militares americanos poderem continuar no Equador seria se Washington permitisse que os equatorianos instalem uma base militar em Miami", disse.
Correa trabalhou durante quatro meses como ministro da Economia do atual presidente Alfredo Palacio, que pediu seu afastamento em agosto de 2005 por não tê-lo informado antes de anunciar publicamente a negação de um empréstimo de US$ 100 milhões por parte do Banco Mundial.
Se nenhum candidato vencer o pleito com mais de 50% dos votos --ou, pelo menos, 40% com, no mínimo, 10% de vantagem sobre o oponente mais próximo-- um segundo turno está marcado para 26 de novembro entre os dois candidatos mais votados.
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