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03/10/2006 - 08h34

Coréia do Norte desafia EUA e anuncia teste nuclear

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da Efe
da Folha Online

A Coréia do Norte anunciou nesta terça-feira que realizará um teste nuclear. A mensagem emitida pelo Ministério de Relações Exteriores afirma que o país "promoverá no futuro um teste nuclear com todas as condições de segurança garantidas".

A notícia, que aumenta ainda mais o clima de tensão entre Pyongyang e Washington, foi publicada por agências de notícias das duas Coréias e do Japão. O governo japonês repudiou o anúncio, dizendo que qualquer teste nuclear norte-coreano é inaceitável e que a comunidade internacional responderá severamente, segundo o premiê japonês, Shinzo Abe.

Segundo a cúpula norte-coreana, "a extrema ameaça dos EUA de desatar uma guerra nuclear, além das sanções e pressões que impõem, obrigam a Coréia do Norte a realizar um teste nuclear, processo essencial para desenvolver a dissuasão atômica como medida de defesa"

Em agosto, os serviços secretos americano e sul-coreano já haviam revelado indícios sobre a realização de um possível teste nuclear para aumentar a força dissuasória norte-coreana.

A rede de televisão americana ABC divulgou a notícia de que a espionagem americana havia detectado "um movimento suspeito de veículos" num dos lugares onde os norte-coreanos poderiam realizar testes nucleares subterrâneos.

No último dia 21, a Coréia do Sul anunciou a fabricação de um míssil de cruzeiro capaz de atingir alvos militares nas regiões mais distantes da Coréia do Norte. Segundo o jornal "JoongAng Ilbo", que citava uma fonte anônima do Ministério da Defesa, o míssil Cheon Ryong tem um alcance de 500 km.

"Eixo do mal"

Coréia do Norte, Irã e Iraque foram classificados pelo presidente George W. Bush, em janeiro de 2002, como "eixos do mal". À época, Bush também advertiu que estes países poderiam ser alvos da guerra antiterrorista se continuassem produzindo armas de destruição em massa e apoiando o terrorismo. Desde a deposição do ditador Saddam Hussein após a invasão dos EUA ao Iraque, em março de 2003, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada em território iraquiano,

Os EUA contam com o apoio de Pequim para tentar negociar o fim do programa nuclear da Coréia do Norte.

No ano passado, o presidente Bush rejeitou a proposta feita pela Coréia do Norte de congelar o seu programa nuclear em troca de ajuda na área energética e da retirada do país da lista de Estados que apóiam o terrorismo. Segundo Bush, o objetivo dos EUA não é o congelamento, mas sim o desmantelamento do programa norte-coreano.

Alerta

Em fevereiro de 2005, a Coréia do Norte reconheceu que dispunha de armas nucleares.

Desde novembro último, a Coréia do Norte boicota o diálogo multilateral para desmantelar seu arsenal de armas nucleares, do qual participavam também a Coréia do Sul, Japão, China, Rússia e EUA.

Para voltar às negociações, Pyongyang exige que Washington retire suas sanções financeiras sobre o país.

Os especialistas consideram que a Coréia do Norte possui plutônio suficiente para carregar 11 bombas nucleares. Não há, no entanto, certeza se o país já desenvolveu o armamento.

A imprensa japonesa e sul-coreana informou em várias ocasiões que a Coréia do Norte pode ter recebido do Paquistão nos últimos anos tecnologia necessária para um teste nuclear subterrâneo.

A ameaça de um teste militar nuclear intensifica o desafio lançado pela Coréia do Norte em 5 de julho, quando o país disparou sete mísseis balísticos de testes, que caíram no mar do Japão e provocaram uma grave crise internacional. Um deles era um Taepodong-2, capaz de alcançar a costa ocidental dos EUA.

À época, o Conselho de Segurança da ONU condenou o lançamento de mísseis pela Coréia do Norte.

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