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09/10/2006 - 13h05

Em reunião, ONU condena teste nuclear norte-coreano

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da Folha Online

Membros do Conselho de Segurança da ONU condenaram nesta segunda-feira o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte e exigiram que o país retorne imediatamente às negociações.

O tema foi incluído na agenda de uma reunião já marcada para a nomeação do novo secretário-geral da ONU, que indicou o ministro das Relações Exteriores sul-coreano Ban Ki-moon, 62, como sucessor de Kofi Annan na liderança do órgão.

Especula-se que a Coréia do Norte tenha escolhido a data de hoje para realizar o teste para expressar seu descontentamento com a nomeação de Ki-moon para a liderança da ONU.

No encontro, o Conselho exigiu que o governo norte-coreano deixe de lado os testes nucleares e retorne para as negociações que envolvem seis países. O CS deve voltar a se reunir ainda hoje para discutir propostas para uma resolução a respeito da questão da Coréia do Norte.

Na ONU, a Coréia do Norte continuou a desafiar a comunidade internacional. O embaixador norte-coreano, Pak Gil Yon, disse que o Conselho deveria "parabenizar" seu país pelo teste.

Yon disse estar "orgulhoso" pela realização do teste nuclear e disse que o CS também deveria estar. "Seria melhor para o Conselho de Segurança e para a ONU parabenizar os nossos cientistas em vez de fazer resoluções inúteis", disse o embaixador.

Teste

Se confirmada a realização do teste, o país estará entre os nove do mundo que possuem armas nucleares, ao lado dos Estados Unidos, Rússia, França, China, Reino Unido, Índia, Paquistão e Israel. Segundo a KCNA, agência de notícias oficial norte-coreana, o teste nuclear subterrâneo foi concluído "com sucesso" e "não houve vazamento e energia nuclear".

"O teste marca um evento histórico, bastante encorajado pela população norte-coreana, que sempre desejou ter a capacidade de auto-defesa", disse a KCNA, acrescentando que a ação foi "um grande passo na construção de uma nação socialista próspera e poderosa".

Houve relatos conflitantes a respeito do tamanho da explosão. A Coréia do Sul indicou que ela foi relativamente pequena, mas, segundo a Rússia, a arma testada pode ser tão potente quanto as bombas nucleares lançadas contra o Japão durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O centro de controle sísmico sul-coreano informou que um tremor de 3,6 graus foi sentido no momento em que o teste teria sido realizado. Já o ministro russo da Defesa, Serguei Ivanov, afirmou que a bomba atômica utilizada teve uma potência de "5 a 15 quilotons".

A bomba atômica que atingiu Hiroshima, no Japão, em 6 de agosto de 1945, tinha poder destrutivo de cerca de 15 quilotons.

Um quiloton é o equivalente a mil toneladas do explosivo TNT.

EUA

Após o anúncio norte-coreano, os EUA pediram uma "ação imediata" do Conselho de Segurança da ONU e, ao lado do Japão, ameaçou impor novas sanções ao país.

"Um teste nuclear da Coréia do Norte constituiria um ato provocativo, que desafia a posição da comunidade internacional e nosso apelo para deter tais ações, além de agravar as tensões no nordeste da Ásia", disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.

Uma resolução do CS, adotada em julho último, impôs sanções contra a Coréia do Norte e exigiu o retorno do país às negociações em torno do tema. A Coréia do Norte rejeitou o pedido.

O presidente americano, George W. Bush, disse que o teste nuclear é inaceitável e "representa uma 'ameaça à paz e segurança globais". Segundo ele, a Coréia do Norte será "totalmente responsabilizada" pelas conseqüências de suas ações.

"A transferência de armas nucleares norte-coreanas para outros Estados será considerada uma grave ameaça para os Estados Unidos", disse Bush. "Ameaças não trarão um futuro melhor para o povo norte-coreano", acrescentou o presidente.

Japão

O premiê japonês, Shinzo Abe afirmou que "o desenvolvimento e posse de armas nucleares" por parte da Coréia do Norte prejudica a segurança no norte da Ásia e coloca o mundo em uma "nova e perigosa era nuclear". Ele disse ainda que seu país "tomará duras medidas" a respeito.

"A Coréia do Norte será responsabilizada pela situação que criou", disse Abe.

Neste domingo, em Pequim, Abe e o presidente chinês, Hu Jintao, prometeram trabalhar lado a lado para deter o governo norte-coreano.

A China, principal aliado a Coréia do Norte, disse nesta segunda-feira que Pequim "se opõe completamente" ao teste nuclear e que espera que Pyongyang "retorne às negociações".

O presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, afirmou que o teste "dificulta" o comprometimento de seu país com a Coréia do Norte. "Nesta situação, fica difícil manter o acordo de paz", afirmou.

As duas Coréias, que lutaram entre 1950 e 1953, deram fim ao conflito sem acordo de paz e têm a fronteira mais armada do mundo. Os dois países tentaram se aproximar a partir de 2000, quando aconteceu o primeiro encontro diplomático entre representantes de ambas as Coréias.

Com agências internacionais

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