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10/10/2006
-
11h26
da France Presse
da Folha Online
Freqüentemente ridicularizado no Ocidente por sua aparência curiosa, Kim Jong-il deveria ser levado mais a sério, afirmam os analistas, que o descrevem como um hábil estrategista. "Não se trata nem de um louco nem de alguém que se encha de ilusões", diz Michael Breen, autor de "Kim Jong-Il: ditador norte-coreano". "Ele mostrou que pode ser muito hábil", acrescenta.
O modo de vida do líder, que tem 64 anos, foi alvo de tanta polêmica que virou o papel do protagonista da sátira americana "Team America-Detonando o mundo". Além de gostar de conhaques finos, ele coleciona mulheres e filmes hollywoodianos.
Mas a imagem bizarra é enganosa: "O mundo externo cria um mito de um playboy totalmente rodeado de esquisitices. O verdadeiro Kim é politicamente muito hábil. Tem este talento norte-coreano de saber jogar a partir de uma posição frágil", explica Breen.
"Em casa, ele é como um deus para a população", conta Yu Suk-ryul, especialista político que vive em Seul. "O que ele quer a Coréia do Norte consegue", acrescenta.
Segundo um desertor norte-coreano, o "Caro Líder" --o título oficial de Jong-il-- quer um míssil capaz de liberar uma carga nuclear sobre os Estados Unidos, com a esperança de impedir, no futuro, que Washington se intrometa nos assuntos de seu regime.
"Eu não acho que ele esteja disposto a abandonar seu armamento atômico... Isto obrigaria confiar nos EUA e na Coréia do Sul", diz Breen.
Kim, tratado por "pigmeu" pelo presidente George W. Bush em razão de sua pequena estatura --o que, aliás, explica seus sapatos com sola compensada--, é o primeiro filho de Kim Il-sung, fundador da Coréia do Norte e que ainda é objeto de um verdadeiro culto no país.
Montanha sagrada
Segundo a propaganda oficial, quando Kim nasceu em 16 de fevereiro de 1942, uma estrela e um duplo arco-íris apareceram. Por isso, a montanha onde ele nasceu, o monte Paekdu, local sagrado da cultura e mitologia coreanas, ganhou ainda mais importância.
Os especialistas independentes dizem acreditar que ele nasceu na Rússia, num campo de treinamento da guerrilha, onde seu pai fazia a guerra de resistências contra o invasor japonês até 1945.
Após obter seu diploma em 1964, na universidade que tem o nome de seu pai, o jovem de 22 anos subiu as escalas da nomenclatura do Partido dos Trabalhadores no poder. Ele exercia sobretudo funções relacionadas à organização de atentados, como o que matou 17 sul-coreanos, em 1983, na antiga Birmânia, ou a explosão, em 1987, de um avião da Korean Airlines, companhia sul-coreana, que matou os 115 passageiros que estavam a bordo.
Segundo um representante sul-coreano, Jong-il esteve por trás das negociações de 1994, lançadas para dissolver uma crise nuclear referente ao enriquecimento de plutônio em Yongbyon, a 90 km a norte da capital Pyongyang.
Em troca de um congelamento desta atividade, ele conseguiu a construção de dois reatores de água leve e o fornecimento de meio milhão de toneladas de combustível por ano. Jong-il teve de esperar três anos, após a morte de seu pai em 1994, para assumir oficialmente as rédeas do Partido dos Trabalhadores.
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Excêntrico, líder da Coréia do Norte é hábil estrategista
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da Folha Online
Freqüentemente ridicularizado no Ocidente por sua aparência curiosa, Kim Jong-il deveria ser levado mais a sério, afirmam os analistas, que o descrevem como um hábil estrategista. "Não se trata nem de um louco nem de alguém que se encha de ilusões", diz Michael Breen, autor de "Kim Jong-Il: ditador norte-coreano". "Ele mostrou que pode ser muito hábil", acrescenta.
11.nov.2005/Efe |
Kim Jong-il, líder norte-coreano durante visita a uma instalação militar, em local não-revelado |
Mas a imagem bizarra é enganosa: "O mundo externo cria um mito de um playboy totalmente rodeado de esquisitices. O verdadeiro Kim é politicamente muito hábil. Tem este talento norte-coreano de saber jogar a partir de uma posição frágil", explica Breen.
"Em casa, ele é como um deus para a população", conta Yu Suk-ryul, especialista político que vive em Seul. "O que ele quer a Coréia do Norte consegue", acrescenta.
Segundo um desertor norte-coreano, o "Caro Líder" --o título oficial de Jong-il-- quer um míssil capaz de liberar uma carga nuclear sobre os Estados Unidos, com a esperança de impedir, no futuro, que Washington se intrometa nos assuntos de seu regime.
"Eu não acho que ele esteja disposto a abandonar seu armamento atômico... Isto obrigaria confiar nos EUA e na Coréia do Sul", diz Breen.
Kim, tratado por "pigmeu" pelo presidente George W. Bush em razão de sua pequena estatura --o que, aliás, explica seus sapatos com sola compensada--, é o primeiro filho de Kim Il-sung, fundador da Coréia do Norte e que ainda é objeto de um verdadeiro culto no país.
Montanha sagrada
Segundo a propaganda oficial, quando Kim nasceu em 16 de fevereiro de 1942, uma estrela e um duplo arco-íris apareceram. Por isso, a montanha onde ele nasceu, o monte Paekdu, local sagrado da cultura e mitologia coreanas, ganhou ainda mais importância.
Os especialistas independentes dizem acreditar que ele nasceu na Rússia, num campo de treinamento da guerrilha, onde seu pai fazia a guerra de resistências contra o invasor japonês até 1945.
Após obter seu diploma em 1964, na universidade que tem o nome de seu pai, o jovem de 22 anos subiu as escalas da nomenclatura do Partido dos Trabalhadores no poder. Ele exercia sobretudo funções relacionadas à organização de atentados, como o que matou 17 sul-coreanos, em 1983, na antiga Birmânia, ou a explosão, em 1987, de um avião da Korean Airlines, companhia sul-coreana, que matou os 115 passageiros que estavam a bordo.
Segundo um representante sul-coreano, Jong-il esteve por trás das negociações de 1994, lançadas para dissolver uma crise nuclear referente ao enriquecimento de plutônio em Yongbyon, a 90 km a norte da capital Pyongyang.
Em troca de um congelamento desta atividade, ele conseguiu a construção de dois reatores de água leve e o fornecimento de meio milhão de toneladas de combustível por ano. Jong-il teve de esperar três anos, após a morte de seu pai em 1994, para assumir oficialmente as rédeas do Partido dos Trabalhadores.
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