Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/10/2006 - 11h30

Veja cronologia dos conflitos entre EUA e Coréia do Norte

Publicidade

da Efe
da Folha Online

O anúncio da bem-sucedida explosão de uma bomba nesta segunda-feira acirrou ainda mais as tensões em torno da questão nuclear norte-coreana. Vários países condenaram a ação, assim como a ONU (Organização das Nações Unidas), e os Estados Unidos querem impor sanções imediatas ao país, como forma de punição ao teste.

Leia a seguir os principais fatos da crise entre Coréia do Norte e Estados Unidos:

1987: Após 27 anos de pesquisas, a Coréia do Norte coloca em funcionamento o reator nuclear de grafite moderado de Yongbyon que, em teoria, tem a capacidade de fabricar armas nucleares. A inteligência americana inicia o acompanhamento das atividades nucleares de Pyongyang.

1992

25 de maio: Delegação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), liderada por Hans Blix, informa, após duas semanas de inspeção, que Pyongyang não pode produzir armas nucleares.

1993

Março: A Coréia do Norte, signatária desde 1985 do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), anuncia sua retirada em três meses, alegando manobras dos EUA e da Coréia do Sul.

Fotomontagem/AP
Os presidentes George W. Bush (à esq.), dos EUA, e Kim Jong-il, da Coréia do Norte
Junho: A Coréia do Norte e os EUA realizam suas primeiras conversas oficiais em Nova York, onde rejeitam o uso da força, inclusive de armas nucleares, e se comprometem a respeitar as soberanias respectivas. Pyongyang suspende sua retirada do TNP.

Julho: Em segunda reunião, Pyongyang se compromete a dialogar com a AIEA se Washington ajudar a reconstruir seus reatores.

1994

Julho-agosto: Terceira reunião. Pyongyang aceita substituir seus reatores de grafite moderado por outros de água leve (que usam urânio e plutônio de baixa potência), um deles fornecido pelos EUA.

Outubro: Assinatura do Acordo Marco pelo qual Pyongyang se compromete a congelar seu programa nuclear em troca da construção, em dez anos, de reatores de água leve. Os EUA e outros países compensam a Coréia do Norte com petróleo.

2002

Janeiro: O presidente dos EUA, George W. Bush, inclui a Coréia do Norte no "eixo do mal" [expressão usada pelo presidente George W. Bush para designar Iraque, Irã e Coréia do Norte, países acusados pelos EUA de desenvolver armas de destruição em massa e de colaborar com terroristas], e exige que os três abandonem seus programas de armas de destruição em massa.

Outubro: Os EUA informam que, em uma visita do emissário americano James Kelly à Coréia do Norte, reconheceu-se o reinício do programa nuclear, o que violava os acordos de 1994.

Novembro: A Organização de Desenvolvimento Energético da Península Coreana, que administra o acordo de 1994, decide suspender o fornecimento de petróleo à Coréia do Norte.

Novembro: AIEA exige que Pyongyang suspenda seu programa nuclear, abra as instalações e aceite os controles.

Dezembro: Coréia do Norte anuncia a expulsão dos dois inspetores da AIEA de seu território (uma chinesa e um libanês).

2003

Janeiro: A Coréia do Norte anuncia na ONU que se retirará do TNP e qualifica a AIEA de instrumento de Washington.

Abril: A China e a comunidade internacional convencem Pyongyang e Washington a negociar em Pequim.

Agosto: Primeira rodada em Pequim das seis partes diretamente afetadas pela crise (EUA, as duas Coréias, Japão, China e Rússia), sem resultados.

Setembro: A Coréia do Norte afirma que aumentará sua força de dissuasão nuclear se os EUA não suspenderem sua política hostil.

Dezembro: A Coréia do Norte exige, como condição para uma segunda reunião multilateral, que os EUA retirem o país da lista de países que apóiam o terrorismo, suspendam as sanções econômicas e militares e lhe proporcionem energia.

2004

Fevereiro: Abdul Kader Khan, cientista fundador do programa de armamento nuclear do Paquistão, admite ter transferido tecnologia nuclear secreta para a Coréia do Norte. Na segunda rodada de negociações em Pequim, os seis concordam em criar grupos de trabalho para as conversas.

Junho: Terceira rodada em Pequim, sem resultados.

Setembro: A Coréia do Norte boicota a quarta rodada, alegando que a atitude "agressiva" dos EUA impede o diálogo.

2005

Janeiro: A nova secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, qualifica a Coréia do Norte como "reduto da tirania" e ameaça usar a força.

Fevereiro: Pyongyang anuncia, pela primeira vez oficialmente, que possui arsenal nuclear. A Coréia do Norte se retira indefinidamente do diálogo multilateral.

Julho: Após conseguir um acordo em reunião secreta com os EUA em Pequim, a Coréia do Norte anuncia seu retorno às conversas. Começa a quarta rodada entre os seis países e, devido às divergências entre os EUA e a Coréia do Norte (que exige o direito a um programa nuclear com fins pacíficos), ela é adiada por três semanas.

Setembro: Com várias semanas de atraso, a quarta rodada é retomada. Nela, Pyongyang apresenta a exigência de um reator de água leve para produzir energia nuclear com fins civis, algo a que os EUA, a princípio, se opõem.

Setembro: Pyongyang se compromete a abandonar seus programas nucleares de armamento e a retornar, o mais rápido possível, ao TNP. Os EUA confirmam que não possuem armas nucleares na península coreana e que não têm a intenção de atacar ou invadir a Coréia do Norte.

Novembro: Começa a quinta rodada do diálogo em Pequim, na qual Pyongyang propõe um plano de desmantelamento de seu armamento nuclear que inclui, em uma primeira etapa, a suspensão de seus planos de testes atômicos e a não entrega de sua tecnologia nuclear a outros países.

2006

Abril: O ex-chefe das tropas dos EUA na Coréia do Sul, Leon LaPorte, anuncia que a Coréia do Norte já possuía seis armas atômicas em 1994, quando prometeu congelar seu programa nuclear militar e, desde então, esse número teria aumentado.

Junho: Washington adverte que o lançamento de um míssil de longo alcance pela Coréia do Norte seria considerado uma clara ameaça à paz e à segurança internacional, ainda mais se ele passasse "por cima do território japonês".

Julho: Pyongyang testa pelo menos sete mísseis, um deles de longo alcance, o que é interpretado pela comunidade internacional como uma provocação. A pedido do Japão, é convocada uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Outubro: Coréia do norte anuncia ter realizado teste nuclear bem-sucedido. A suposta explosão da bomba gerou repúdio da comunidade internacional e da ONU. EUA pediram sanções imediatas contra o país.

Leia mais
  • Excêntrico, líder da Coréia do Norte é hábil estrategista
  • Entenda o caso dos testes nucleares da Coréia do Norte

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o programa nuclear da Coréia do Norte
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página