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10/10/2006 - 19h24

China concorda com sanções contra Coréia do Norte

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da Folha Online

Países da ONU (Organização das Nações Unidas) concordaram nesta terça-feira na necessidade de impor sanções urgentes contra a Coréia do Norte, que, de forma ousada e considerada provocativa, anunciou ter realizado um bem-sucedido teste nuclear ontem. Até a China --tradicional parceiro de Pyongyang-- disse sim às ações punitivas.

Após a condenação unânime, representantes japoneses aumentaram a pressão pela imposição de mais sanções contra o país, levantando a possibilidade de uma ação militar
--amplamente rejeitada por China e Coréia do Sul.

Um porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Liu Jianchao, disse durante reunião nesta terça-feira que uma ação militar contra a Coréia do Norte seria "inimaginável".

O presidente George W.Bush afirmou que o governo norte-coreano "desafiou a comunidade internacional", e prometeu uma resposta. "Mais uma vez, a Coréia do Norte desafiou a comunidade internacional, que irá responder."

ONU

Bush chamou líderes da Coréia do Sul, Rússia, Japão e China para reafirmarem o compromisso com uma península coreana livre de armas nucleares. Na ONU, os EUA propuseram sanções duras, como a proibição do comércio de artigos militares e de luxo, o poder de inspeção de mercadorias importadas ou exportadas do país e o congelamento de bens ligados às armas.

O representante dos EUA na ONU, John Bolton, também foi duro: "Acredito que a Coréia do Norte possui uma história de sucesso em intimidar outros países. Eles não terão sucesso conosco.

A China defendeu hoje que algumas "ações punitivas" sejam impostas à Coréia do Norte e que o CS da ONU dê uma resposta "firme, mas prudente".

Impasse

A Coréia do Norte vem sendo um problema de segurança para os EUA há vários governos. Em 2002, a administração de Bush acusou o país de desobedecer um acordo de suspensão das atividades nucleares por meio de um programa de enriquecimento de urânio.

O acordo se tornou inoperante e, nos meses seguintes, a Coréia do Norte se retirou do TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear), e deu fim à suspensão de suas atividades.

Em 2003, os Estados Unidos se uniram à China, à Coréia do Sul, ao Japão e à Rússia em um esforço para negociar o fim do programa nuclear norte-coreano em troca de vantagens econômicas. Desde novembro de 2005, as negociações estão paradas porque Pyongyang acusa a política americana de "hostil".

Falha

Nesta terça-feira, uma reportagem do jornal americano "The New York Times" afirma que a explosão da bomba norte-coreana pode ter sido pequena, e obtido sucesso parcial.

Segundo o "Times", as explosões que visam ter poder de destruição nuclear têm entre 10 mil e 60 mil toneladas --10 a 60 quilotons-- de explosivos TNT.

Mas a força da explosão realizada no teste norte-coreano aparentemente era bem menor, algo em torno de um quiloton ou menos, de acordo com cientistas citados pelo "Times".

O Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos disse ter detectado um tremor de 4,2 graus da península coreana, o que seria causado por um explosivo de cerca de mil toneladas.

No entanto, o ministro da Defesa russo, Sergei B. Ivanov, disse à agência de notícias Itar-Tass que seu governo acredita que a força da explosão tenha sido de 5 a 15 quilotons (5.000 a 15 mil toneladas). Ele não especificou como a potência da explosão foi medida.

De acordo com informações de autoridades norte-americanas, Pyongyang dispõe de duas ou três armas atômicas, 20 instalações nucleares, entre 2.500 e 5.000 toneladas de armas químicas e dez tipos armas bacteriológicas.

De acordo com informações da Federation American Scientists (FAS), os mísseis que a Coréia do Norte possui hoje podem alcançar a Coréia do Sul e o Japão. Mas Pyongyang estaria desenvolvendo dois novos mísseis, o Taepo Dong 2 e sua versão de três etapas, que pretendem alcançar alvos dentro dos Estados Unidos.

Veja lista de mísseis da Coréia do Norte:

Scud B
Alcance: 300 km
Carga: 1.000 kg

Scud C
Alcance: 550 km
Carga: 1.000 kg

Nodong
Alcance: 1.300 km
Carga: 750 kg

Taepo Dong 1
Alcance: 1.500 km a 2.000 km
Carga: 770 kg

Em desenvolvimento

Taepo Dong 2
Alcance: 5.000 km a 6.000 km
Carga: 1.000 kg

Taepo Dong 2 [com três etapas --previsto para 2015]
Alcance: 10 mil km a 12 mil km
Carga: 2.000 kg

Atualmente, existem cinco potências nucleares declaradas: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Outros três países possuiriam tecnologia atômica: Índia, Israel e Paquistão.

Com agências internacionais

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