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13/10/2006
-
11h05
da Folha Online
O economista bengalês Muhammad Yunus e o banco Grameen Bank, fundado por ele, ganharam o Prêmio Nobel da Paz 2006 por seu esforço para retirar milhões da pobreza, que lhe rendeu o apelido de "banqueiro dos pobres", anunciou o Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo.
Yunus, 66, estabeleceu, em 1976, um novo tipo de sistema bancário voltado para atender aos necessitados, particularmente mulheres, em seu país natal, Bangladesh, permitindo que os bengaleses iniciem pequenos negócios com maior facilidade. Com a iniciativa, ele foi o pioneiro de um modelo exaustivamente copiado por mais de cem países, dos Estados Unidos a Uganda.
"É uma grande alegria para mim e para meu país", disse Yunus em sua casa em Dhaka. "Agora, a guerra contra a pobreza atravessou o mundo e consolidará o combate à questão por meio do microcrédito em muitos países. Não deveria haver pobreza, em lugar nenhum", afirmou.
Segundo o Comitê, a eliminação da pobreza é "um passo para a paz e democracia". "Uma paz duradoura não pode ser alcançada se a população não encontrar maneiras de sair da pobreza. O desenvolvimento econômico contribui para a democracia e os direitos humanos", diz o Comitê.
"A erradicação da pobreza traz a paz real", disse Yunus, que pretende estar presente na cerimônia de entrega do prêmio, que acontece em dezembro em Oslo.
Fome
Em 1974, ao retornar de um período de estudos nos Estados Unidos, Yunus ficou chocado com a fome em Bangladesh e passou a visitar as vilas pobres para tentar achar uma solução.
Em suas visitas, ele percebeu que muitas mulheres de vilarejos pobres tinham altas dívidas com agiotas e decidiu tentar persuadir o banco local a dar crédito regular aos moradores locais.
Yunus enfrentou resistência dos dirigentes do banco, que argumentavam que não haveria garantia de que os beneficiados pobres conseguissem pagar suas dívidas..
Em 1976, ele fundou seu próprio banco. Desde então, mais de US$ 5,7 bilhões foram emprestados pelo sistema de microcrédito em Bangladesh, dos quais US$ 5 bilhões foram pagos.
Mais de 6,6 milhões de pessoas foram beneficiadas --96% delas mulheres.
Prêmio
Criado em 1901, o Prêmio Nobel da Paz passou a incluir, com o passar dos anos, os direitos humanos e o meio-ambiente.
Em 2004, foi concedido ao ambientalista Wangari Maathai, do Quênia, por uma campanha de reflorestamento na África. No ano passado, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, o egípcio Mohamed ElBaradei, foi o contemplado.
No entanto, nem todos apreciaram a escolha. "O prêmio deveria ser voltado para a paz, ou para o encorajamento na manutenção da paz, como aconteceu no meu caso", afirmou Lech Walesa, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983.
"Talvez o nome do prêmio deve ser mudado para contemplar aqueles que trabalham para eliminar diferenças econômicas", acrescentou.
O Nobel da Paz é dotado de 1,1 milhões de euros e, assim como o restante dos prêmios, será entregue em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel.
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O economista bengalês Muhammad Yunus e o banco Grameen Bank, fundado por ele, ganharam o Prêmio Nobel da Paz 2006 por seu esforço para retirar milhões da pobreza, que lhe rendeu o apelido de "banqueiro dos pobres", anunciou o Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo.
Yunus, 66, estabeleceu, em 1976, um novo tipo de sistema bancário voltado para atender aos necessitados, particularmente mulheres, em seu país natal, Bangladesh, permitindo que os bengaleses iniciem pequenos negócios com maior facilidade. Com a iniciativa, ele foi o pioneiro de um modelo exaustivamente copiado por mais de cem países, dos Estados Unidos a Uganda.
Efe |
O bengalês Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz |
Segundo o Comitê, a eliminação da pobreza é "um passo para a paz e democracia". "Uma paz duradoura não pode ser alcançada se a população não encontrar maneiras de sair da pobreza. O desenvolvimento econômico contribui para a democracia e os direitos humanos", diz o Comitê.
"A erradicação da pobreza traz a paz real", disse Yunus, que pretende estar presente na cerimônia de entrega do prêmio, que acontece em dezembro em Oslo.
Fome
Em 1974, ao retornar de um período de estudos nos Estados Unidos, Yunus ficou chocado com a fome em Bangladesh e passou a visitar as vilas pobres para tentar achar uma solução.
Em suas visitas, ele percebeu que muitas mulheres de vilarejos pobres tinham altas dívidas com agiotas e decidiu tentar persuadir o banco local a dar crédito regular aos moradores locais.
Yunus enfrentou resistência dos dirigentes do banco, que argumentavam que não haveria garantia de que os beneficiados pobres conseguissem pagar suas dívidas..
Em 1976, ele fundou seu próprio banco. Desde então, mais de US$ 5,7 bilhões foram emprestados pelo sistema de microcrédito em Bangladesh, dos quais US$ 5 bilhões foram pagos.
Mais de 6,6 milhões de pessoas foram beneficiadas --96% delas mulheres.
Prêmio
Criado em 1901, o Prêmio Nobel da Paz passou a incluir, com o passar dos anos, os direitos humanos e o meio-ambiente.
Em 2004, foi concedido ao ambientalista Wangari Maathai, do Quênia, por uma campanha de reflorestamento na África. No ano passado, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, o egípcio Mohamed ElBaradei, foi o contemplado.
No entanto, nem todos apreciaram a escolha. "O prêmio deveria ser voltado para a paz, ou para o encorajamento na manutenção da paz, como aconteceu no meu caso", afirmou Lech Walesa, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983.
"Talvez o nome do prêmio deve ser mudado para contemplar aqueles que trabalham para eliminar diferenças econômicas", acrescentou.
O Nobel da Paz é dotado de 1,1 milhões de euros e, assim como o restante dos prêmios, será entregue em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel.
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