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14/10/2006
-
23h32
da France Presse, em Quito
O Equador parece disposto a se voltar para a esquerda influenciado pela corrente do presidente Hugo Chávez, após uma década de governos populistas de centro e de direita que abriu o caminho para uma mudança que terá repercussões no contexto regional, consideraram analistas.
A eleição deste domingo poderá levar ao retorno da esquerda ao poder desde o restabelecimento da democracia em 1979, pelas mãos do economista Rafael Correa, simpatizante do venezuelano Chávez e favorito para vencer ainda no primeiro turno.
Mesmo que o ex-ministro enfrente um segundo turno --no qual também aparece como virtual vencedor, segundo a empresa Cedatos-Gallup--, seu favoritismo evidencia o esgotamento dos partidos políticos e a simpatia popular por uma integração ao eixo latino-americano de esquerda liderado por Chávez, disseram observadores.
"Não creio que Correa seja um Chávez, simplesmente é a expressão de um povo que se cansou de tudo, e que agora aposta em um projeto integracionista que a partir do sul reivindica as causas ignoradas pelas políticas liberais", disse à France Presse Alexis Ponce, diretor da Assembléia Permanente de Direitos Humanos.
Com 43 anos, Correa é um economista com especializações na Bélgica e nos Estados Unidos que, rejeitando o que chama de "partidocracia", promete inserir o país no "socialismo do século 21", baseando-se nas "experiências progressistas" de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e Venezuela.
"É preciso superar todas as falácias do neoliberalismo e buscar isso que foi chamado na América Latina de socialismo do século 21", declarou, acrescentando que o Equador "não pode esperar por uma profunda mudança radical e rápida"
Se triunfar, Correa abrirá para a nova esquerda "uma janela para o Pacífico" e estimulará os movimentos sociais de Colômbia e Peru --onde há governantes próximos aos Estados Unidos--, em favor de uma "nova orientação dos governos", ressaltou à France Presse o catedrático e ex-ministro de governo Alfredo Castillo.
Para a analista Patricia de la Torre, embora não esteja provado um vínculo direto entre Correa e Chávez, está claro que o candidato da Aliança País é quem mais se aproxima da tendência latino-americana de consolidar uma "nova esquerda" na região. Essa mudança de enfoque se sustenta em elementos como o antiimperialismo, o resgate da identidade e a deterioração das condições sociais, comentou para a France Presse De la Torre, membro do observatório político da Universidade Católica de Quito.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre eleições no Equador
Equador aposta em esquerda que mudará equilíbrio regional
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O Equador parece disposto a se voltar para a esquerda influenciado pela corrente do presidente Hugo Chávez, após uma década de governos populistas de centro e de direita que abriu o caminho para uma mudança que terá repercussões no contexto regional, consideraram analistas.
A eleição deste domingo poderá levar ao retorno da esquerda ao poder desde o restabelecimento da democracia em 1979, pelas mãos do economista Rafael Correa, simpatizante do venezuelano Chávez e favorito para vencer ainda no primeiro turno.
Mesmo que o ex-ministro enfrente um segundo turno --no qual também aparece como virtual vencedor, segundo a empresa Cedatos-Gallup--, seu favoritismo evidencia o esgotamento dos partidos políticos e a simpatia popular por uma integração ao eixo latino-americano de esquerda liderado por Chávez, disseram observadores.
"Não creio que Correa seja um Chávez, simplesmente é a expressão de um povo que se cansou de tudo, e que agora aposta em um projeto integracionista que a partir do sul reivindica as causas ignoradas pelas políticas liberais", disse à France Presse Alexis Ponce, diretor da Assembléia Permanente de Direitos Humanos.
Com 43 anos, Correa é um economista com especializações na Bélgica e nos Estados Unidos que, rejeitando o que chama de "partidocracia", promete inserir o país no "socialismo do século 21", baseando-se nas "experiências progressistas" de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e Venezuela.
"É preciso superar todas as falácias do neoliberalismo e buscar isso que foi chamado na América Latina de socialismo do século 21", declarou, acrescentando que o Equador "não pode esperar por uma profunda mudança radical e rápida"
Se triunfar, Correa abrirá para a nova esquerda "uma janela para o Pacífico" e estimulará os movimentos sociais de Colômbia e Peru --onde há governantes próximos aos Estados Unidos--, em favor de uma "nova orientação dos governos", ressaltou à France Presse o catedrático e ex-ministro de governo Alfredo Castillo.
Para a analista Patricia de la Torre, embora não esteja provado um vínculo direto entre Correa e Chávez, está claro que o candidato da Aliança País é quem mais se aproxima da tendência latino-americana de consolidar uma "nova esquerda" na região. Essa mudança de enfoque se sustenta em elementos como o antiimperialismo, o resgate da identidade e a deterioração das condições sociais, comentou para a France Presse De la Torre, membro do observatório político da Universidade Católica de Quito.
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