Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/10/2006 - 00h21

Liberdade de imprensa piora no Brasil, afirma ONG

Publicidade

da France Presse, em Paris

A liberdade de imprensa piorou no Brasil, segundo a organização não-governamental francesa RSF (Repórteres sem Fronteiras), que divulgou nesta segunda-feira seu relatório anual. Finlândia, Irlanda e Islândia aparecem como os campeões mundiais da liberdade de imprensa.

O Brasil, que ocupava a 63ª posição no relatório de 2005, caiu para a 75ª no ranking deste ano. "Um jornalista foi assassinado e outro sobreviveu a um atentado", destaca o documento, referindo-se ao assassinato do jornalista José Cândido Amorim Pinto (Jota Cândido), da Rádio Comunitária Alternativa.

Cândido foi morto a tiros em julho de 2005 em Carpina (PE), após sobreviver a um primeiro atentado, dois meses antes.

"Em seus programas, (Amorim) denunciou a corrupção e as práticas de nepotismo do prefeito de Carpina, e de um deputado", afirma o documento.

A RSF destaca ainda o atentado contra Maurício Melato Barth, redator e dono do jornal InfoBairros de Itapema (Santa Catarina), que ficou gravemente ferido em 23 de março ao ser atingido por tiros disparados por dois homens encapuzados que o aguardavam em frente à sua casa.

"Também neste caso o jornalista havia provocado, com suas investigações, a hostilidade dos políticos locais", acrescenta.

"A imprensa brasileira, sobretudo a local, continua sofrendo graves represálias quando se mostra curiosa demais. Embora seja aplicada raramente, a repressiva lei de imprensa de 1967 continua dando lugar a procedimentos abusivos", destaca a organização em seu site.

"Com o apoio da lei de 1967, José de Arimatéia Azevedo, diretor do site Portal AZ, em Teresina (Piauí), foi detido e encarcerado durante quarenta e oito horas por 'injúria e calúnia' e 'pressão sobre o curso de um procedimento", continua.

"Também se lançou mão desta lei nos 18 processos abertos contra Lúcio Flavio Pinto, redator-chefe do bimensal Jornal Pessoal de Belém (PA), em cujos artigos sobre tráfico de drogas, desmatamento ou corrupção eram mencionados poderes públicos locais", conclui.

Outros países

Entre os países latino-americanos, a Bolívia (16º) é aquele onde a imprensa é mais livre, segundo a organização, aparecendo pela primeira vez entre os 20 primeiros. Cuba, por sua vez, é o Estado da região onde os jornalistas sofrem uma maior repressão no exercício de sua profissão.

"No último ano, os jornalistas bolivianos desfrutaram de uma liberdade de imprensa comparável à de seus colegas austríacos ou canadenses", afirma a RSF.

No entanto, "a crescente polarização entre os meios de comunicação públicos e privados, entre defensores e críticos do presidente Evo Morales, pode complicar a situação", avisa a ONG.

Depois da Bolívia, os melhores colocados da região são a Costa Rica, em 29º, e El Salvador, em 41º.

Os últimos lugares da lista são ocupados por Coréia do Norte, Turcomenistão, Eritréia e Cuba.

"Cuba, na 165ª posição, continua sendo a segunda prisão do mundo para os jornalistas, com 24 comunicadores presos, e ainda não tolera a existência de uma imprensa independente", critica a RSF.

Depois de Cuba, vêm México e Colômbia, respectivamente nas posições 132º e 131º, países que tiveram três jornalistas mortos no último ano.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre liberdade de imprensa

    Sites relacionados
  • Veja o site da ONG Repórteres sem Fronteiras
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página