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25/10/2006 - 15h30

Bush admite insatisfação com guerra, mas manterá ação no Iraque

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da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, reconheceu nesta quarta-feira que o país está sofrendo duras perdas na Guerra do Iraque e que o público americano está insatisfeito com a ação. "Eu sei que muitos americanos não estão satisfeitos com a situação. "Eu também não estou satisfeito", disse. Ainda assim, Bush afirmou que manterá os mesmos objetivos no Iraque até que "o trabalho esteja concluído" no país.

AP
O presidente George W. Bush admitiu a insatisfação dos americanos com a guerra
O presidente George W. Bush admitiu a insatisfação dos americanos com a guerra
A afirmação faz parte de uma sombria revisão da guerra feita nesta quarta-feira pelo presidente, que enfrenta o declínio do apoio público às vésperas das eleições para o Congresso dos EUA.

Marcadas para 7 de novembro, as eleições ameaçam o controle republicano na Câmara dos Representantes e no Senado.

Apesar do reconhecimento das perdas, Bush reafirmou que a vitória é essencial no Iraque, como parte da luta contra o terrorismo no mundo. "Estamos vencendo e vamos vencer, a não ser que deixemos o país antes de terminar o trabalho", repetiu.

Bush disse ainda que, ao mesmo tempo em que os que combatem a presença americana no Iraque mudam suas estratégias, os EUA também ajustam suas táticas militares.

Cronograma

"Americanos não têm a intenção de tomar partidos na luta sectária, nem de ficar no meio do fogo cruzado entre facções rivais", disse ele.

É exatamente isso que a oposição afirma que vai acontecer com o comprometimento, sem data para terminar, das forças americanas no Iraque.

Para evitar o risco de maior envolvimento nos confrontos sectários, os EUA e o governo iraquiano tentam agora um cronograma de ação para satisfazer sunitas, xiitas e curdos.

O cronograma foi apresentado na terça-feira e prevê que em até 18 meses os iraquianos estarão prontos para tomar controle total das forças de segurança no país.

O premiê iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que os EUA têm o direito de rever suas políticas para o Iraque conforme suas necessidades. Maliki disse que a pressão para um prazo fixo de retirada das tropas estrangeiras do país não vem de dentro do governo americano, mas são fruto da campanha eleitoral em curso nos EUA. "Isso não nos interessa muito", disse.

No mesmo tom, Bush afirmou que "um prazo fixo para a retirada significa a derrota. Mas estamos deixando claro que a paciência americana não é ilimitada."

Eleições

As declarações do presidente ocorrem no momento em que pesquisas de opinião mostram que o público se tornou fortemente oposto à guerra. O número de candidatos do próprio partido republicano que demonstram impaciência com as políticas de Bush aumenta a cada dia.

Ainda assim, Bush disse acreditar que os republicanos manterão o controle na Câmara dos Representantes e no Senado.

Na questão do apoio internacional para a guerra, Bush disse que o mundo espera que o Irã e a Síria colaborem para minar a violência sectária no Iraque. No entanto, o presidente rejeitou a idéia de trabalhar diretamente com o Irã, ao menos enquanto Teerã continuar a perseguir seu programa nuclear apesar da oposição da ONU. "Se eles comprovadamente pararem o enriquecimento de urânio, os EUA estarão negociando na mesma mesa que eles", disse Bush.

Apesar da defesa fervorosa da continuidade da ação militar no Iraque, Bush tergiversou quando questionado se as eleições de novembro seriam um referendo sobre a guerra. "A eleição é um referendo sobre qual partido tem um plano para fazer a economia crescer e para deixar a América segura", disse. "Se formos bem-sucedidos no Iraque, o país estará mais seguro."

Sobre os democratas, o presidente afirmou que não questiona seu patriotismo, mas sim "se eles compreendem o quanto o mundo é perigoso".

Mais violência

Nesta quarta-feira, forças americanas e iraquianas realizaram uma operação na região de Sadr City, bastião da milícia xiita liderada pelo clérigo antiamericano Muqtada al Sadr, matando ao menos quatro pessoas e ferindo outras 18, segundo a polícia local.

A operação causou mal-estar entre as forças multinacionais e o premiê iraquiano, que disse "não ter sido informado" a respeito.

Segundo o Exército dos EUA, a ação de soldados americanos e forças especiais iraquianas visava deter "o comandante de um grupo ilegal armado que dissemina esquadrões da morte" na região leste de Bagdá, de acordo com um comunicado militar divulgado hoje.

Com agências internacionais

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