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30/10/2006 - 08h58

Piloto de avião que caiu na Nigéria decolou sem autorização

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da Efe, em Lagos

Autoridades nigerianas investigam as causas do acidente deste domingo em Abuja, onde o piloto de um Boeing 737-200 supostamente decolou sem autorização, causando um acidente no qual 98 pessoas morreram e pelo menos sete sobreviveram, segundo os últimos dados oficiais.

O governo da Nigéria, que decretou três dias de luto oficial a partir de hoje, tenta esclarecer o que levou o piloto a supostamente desobedecer a ordem de permanecer em terra até que passasse uma tempestade, de acordo com a versão das autoridades aeronáuticas.

O Boeing 737-200 da companhia local ADC decolou de Abuja, a capital do país, com destino à cidade de Sokoto, no norte, onde o luto se estenderá por seis dias. Porém, um minuto depois de levantar vôo, caiu a dois quilômetros do aeroporto, incendiando-se.

As autoridades da aviação civil disseram que a aeronave, que transportava cem passageiros e cinco tripulantes, decolou em meio a uma tempestade sem a autorização da torre de controle.

Outros dois aviões que receberam ordem para esperar em terra até que melhorassem as condições meteorológicas respeitaram a determinação da torre, o que o avião da ADC não fez.

O vôo partiu originalmente da localidade de Calabar, no sudeste do país. Depois, fez uma escala em Lagos, a cidade mais povoada e capital econômica da Nigéria, e seguiu para Abuja, de onde iria para seu destino final, Sokoto.

Investigação

Obasanjo ordenou uma investigação completa das causas do acidente, o terceiro que a aviação comercial da Nigéria sofre em quase um ano e o quarto desastre aéreo que acontece na mesma época.

As autoridades aeronáuticas divulgaram ontem à noite uma lista com o nome dos ocupantes do avião acidentado, na qual elevavam para 105 o número de pessoas que estavam em seu interior.

Sete pessoas conseguiram sobreviver, três delas membros de uma mesma família.

Segundo Ayuwon, diretor do Hospital Nacional de Abuja, onde os feridos estão internados, só um dos sete passageiros permanece na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Dois dos sobreviventes que foram entrevistados pela TV estatal da Nigéria ontem à noite pareciam muito confusos.

"Disseram-me que tinha ocorrido um acidente de avião. Liguei para meu pai para que viesse buscar-me e levar-me para o hospital", disse um deles, que se mostrava um pouco perturbado.

Outro dos entrevistados pela televisão disse: "Eu não sou o piloto do avião, portanto não sei que pode ter acontecido".

Vítimas

Entre as vítimas fatais, estão o sultão de Sokoto e líder espiritual dos muçulmanos da Nigéria, Muhammadu Maccido; seu filho, o senador Badamasi; e seu neto Umar. Os três foram enterrados ontem à noite, conforme mandam os ritos muçulmanos.

Quem também morreu foi o vice-governador da Província de Sokoto, Garuba Mohammed, e outro senador, Yari Gandi, assim como vários parentes deste último.

Em 1996, um avião da mesma companhia caiu perto de Lagos, matando 142 pessoas, no maior acidente aéreo da história recente da Nigéria.

No dia 22 de outubro do ano passado, um avião da companhia Bellview também caiu perto de Lagos, matando as 117 pessoas que estavam a bordo.

Dois meses depois, 107 pessoas morreram aconteceu quando caiu um avião da Sosoliso que se aproximava da cidade de Port Harcourt.

No mês passado, 13 chefes e oficiais das Forças Armadas, incluindo dez gerais, perderam a vida quando a aeronave da Força Aérea na qual viajavam caiu na Província central de Benue.

Os acidentes obrigaram as autoridades a aplicar novas medidas de segurança, como a retirada de circulação dos aviões que não estavam em boas condições e a implementação de revisões regulares.

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