Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/11/2006 - 18h57

Síria e Irã planejam derrubar governo do Líbano, afirmam EUA

Publicidade

da Folha Online

A Casa Branca afirmou nesta quarta-feira que crescentes provas mostram que a Síria e o Irã estão se unindo ao grupo extremista islâmico Hizbollah para derrubar o governo do Líbano. O governo dos Estados Unidos, no entanto, não informou quais seriam estas provas.

Em um comunicado mais duro do que o usual, o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse hoje que tentativas de criar demonstrações públicas e ameaças físicas contra líderes libaneses seriam uma clara violação da soberania do Líbano e de três resoluções do Conselho de Segurança (CS) da ONU.

Segundo Snow, há indícios de que a Síria quer impedir o governo do primeiro-ministro libanês, Fuad Saniora, de aprovar um estatuto para um tribunal internacional que julgaria acusados de envolvimento no assassinato do primeiro-ministro Rafik Hariri em 2005.

"Quaisquer esforços para impedir a criação do tribunal irão fracassar, pois a comunidade internacional pode estabelecê-lo independentemente do que acontecer no Líbano", afirmou o porta-voz. Ele disse ainda que os EUA estavam comprometidos em garantir a criação do tribunal.

Assassinato

Uma investigação da ONU implicou chefes da segurança do Líbano e da Síria no assassinato de Hariri, acusação que a Síria nega. O assassinato gerou grandes protestos públicos e levou a Síria a retirar suas tropas do Líbano em 2005, após intensa pressão internacional.

Tony Snow disse que Washington estava "cada vez mais preocupado com o acúmulo de provas" de que a Síria, o Irã e o Hizbollah planejam destituir o governo democraticamente eleito do Líbano. "Estamos deixando claro para todos na região que eles têm que deixar o governo de Saniora livre para continuar a trabalhar."

O anúncio da Casa Branca foi feito após o Hizbollah ameaçar a organização de protestos de rua para forçar uma antecipação das eleições libanesas. O grupo extremista exige a criação de um gabinete de "unidade nacional", que daria a militantes islâmicos e seus aliados o poder de veto em decisões estratégicas no país.

Relações tensas

Na última segunda-feira (23), o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, acusou o Irã e a Síria de tentar desestabilizar o Líbano por meio da violação do embargo de armas imposto pela organização.

Bolton destacou que a obediência síria ao embargo da ONU, autorizado em agosto, é "particularmente importante, pois a Síria é o único país que faz fronteira com o Líbano além de Israel".

Desde 1979, o Departamento de Estado dos EUA classifica Damasco como um governo que apóia o terrorismo, o que gerou sanções americanas contra a Síria, que nega envolvimento com tais ações.

Em setembro deste ano, quatro homens gritando slogans religiosos tentaram usar um carro-bomba para atingir a Embaixada dos Estados Unidos em Damasco (capital da Síria). A tentativa falhou, mas um tiroteio entre os terroristas e seguranças da área --que concentra grande parte das representações diplomáticas de vários países-- deixaram três dos agressores e um guarda sírio mortos.

A tensão entre os EUA e a Síria se acumula também pela suposta atuação do país no Iraque. Os EUA acusam Damasco de permitir que extremistas cruzem a fronteira em direção a Bagdá --onde após mais de três anos da invasão americana, em março de 2003, a violência continua fazendo um número grande de vítimas diariamente.

A Síria e o Irã também apoiam o Hizbollah e supostamente fornecem armas, treinamento e financiamento para o grupo.

Israel e o Hizbollah estiveram em conflito armado do dia 12 de julho até o dia 14 de agosto, quando foi estabelecido um cessar-fogo. O estopim do conflito foi o seqüestro de dois soldados israelenses pelo Hizbollah --a ação deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos. Durante 34 dias, Israel lançou ataques ao Líbano por terra, ar e mar. O Hizbollah também lançou foguetes (cerca de 4.000) contra o território israelense.

Com agências internacionais

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Líbano
  • Leia o que já foi publicado sobre a Síria
  • Leia o que já foi publicado sobre o Irã
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página