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09/11/2006 - 00h02

Democratas ganham maioria na Câmara e no Senado dos EUA

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da Folha Online

O Partido Democrata conseguiu, por uma cadeira, assegurar uma maioria no Senado dos Estados Unidos no final da noite desta quarta-feira, anunciaram os canais de TV NBC e CBS, além de agências de notícias americanas. O último Estado a obter o resultado da disputa pelo Senado é a Virgínia, onde o democrata Jim Webb estava derrotando o republicano George Allen por uma margem mínima de vantagem --cerca de 7.000 votos.

Com a vitória também na Câmara dos Representantes, anunciada hoje, se confirmada a maioria no Senado o Partido Democrata terá o controle do Congresso dos EUA pela primeira vez em 12 anos.

Disputa acirrada

Desde a manhã de quarta-feira, Webb já se considera o novo senador eleito no Estado de Virgínia, mas Allen continuava se recusando a aceitar a derrota. O impasse se estendeu durante a maior parte do dia.

"Os votos foram contados e Jim venceu", afirmou ontem a porta-voz da campanha de Webb, Kristian Denny Todd. Allen, no entanto, disse que iria aguardar o final do processo para aceitar a derrota --o que deve incluir uma checagem dos votos por oficiais a serviço da eleição. Por lei, a checagem deve ser feita até a próxima terça-feira (14).

Reuters
Eleitores democratas comemoram vitória na Câmara; maioria no Senado segue indefinida
Segundo o chefe do conselho do Partido Republicano da Virgínia, Lee E. Goodman, Allen ainda não decidiu se pedirá a recontagem dos votos no Estado após o anúncio do resultado. A legislação local permite que um candidato derrotado por uma margem igual ou inferior a 0,5 pontos percentuais solicite uma revisão da apuração, que seria paga pelo Estado.

Goodman disse que os republicanos estavam preocupados com a quantidade de irregularidades envolvendo urnas eletrônicas no Estado, mas negou suspeitar de fraude.

O Conselho Estadual Eleitoral deve se reunir no dia 27 de novembro para certificar o vencedor das eleições em Virgínia. Allen terá então dez dias para pedir a recontagem dos votos à Justiça. Uma eventual recontagem seria supervisionada por três juizes.

Vitória na Câmara

O Partido Democrata conquistou o controle da Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA nas eleições legislativas desta terça-feira, dando fim a um período de 12 anos de liderança republicana.

O resultado é visto nos EUA como um repúdio à política americana no Iraque e aos recentes escândalos sexuais e de corrupção envolvendo legisladores republicanos.

"O povo americano votou pela mudança", afirmou Nancy Pelosi, líder da minoria democrata na Câmara, que deve liderar a casa. "Hoje, nós fizemos história, agora, faremos progresso", disse.

Além da Presidência da Câmara de Representantes e da liderança no Senado, os democratas também devem comandar as comissões que elaboram os projetos legislativos e supervisionam áreas como o funcionamento das Forças Armadas, a política externa e o Orçamento.

Segundo os últimos números, os democratas haviam conquistado 229 das 435 cadeiras da Câmara --número suficiente para obter a liderança. Já os republicanos --que atualmente possuem 229 cadeiras-- obtiveram apenas 196 até a noite de hoje.

Perdas

Nas eleições de 2006, embora analistas previssem que o sistema de votos distrital pudesse beneficiar os republicanos, os resultados apontam perda do prestígio do partido em todas os tipos de regiões do país --conservadoras, liberais ou moderadas-- e em todos os tipos de distritos --urbanos, rurais ou suburbanos.

Pesquisas de boca-de-urna mostraram que eleitores de classe média, que apoiavam os republicanos há 12 anos, votaram nos democratas desta vez.

Três congressistas republicanos perderam seus mandatos no Indiana, outros três na Pensilvânia, dois em New Hampshire, um da Carolina do Norte, um no Kansas e um na Califórnia, entre outros. Democratas conquistaram cadeiras que eram ocupadas por republicanos em Nova York, Ohio, Flórida, Arizona, Colorado, Wisconsin, Iowa e Texas.

Os democratas também venceram as eleições para governadores, obtendo o controle de 28 dos 36 Estados. Os republicanos foram derrotados não só em Estados como Nova York e Massachusetts, onde a vitória já era esperada, mas também em locais como Colorado, Ohio e Arkansas.

Entre os governadores, o republicano Arnold Schwarzenegger derrotou seu rival democrata, o tesoureiro de Estado Phil Angelides, e foi reeleito na Califórnia. Nos últimos meses, o ex-ator recuperou sua popularidade ao se afastar do presidente George W. Bush em questões como a luta contra o aquecimento global.

Razões para derrota

A guerra no Iraque e razões éticas foram apontadas como as principais razões que levaram à vitória democrata na Câmara, segundo pesquisa de boca-de-urna realizada por redes de TV americanas.

De acordo com a sondagem, três em cada quatro eleitores afirmaram que a corrupção atribuída republicanos foi o principal fator que os levou a votar no Partido Democrata. Já outros seis em cada dez eleitores disseram que o principal fator de decisão era a desaprovação da guerra no Iraque. O mesmo número de pessoas disse estar insatisfeita com o presidente George W. Bush.

O presidente George W. Bush disse estar "decepcionado" com os resultados das eleições legislativas, segundo o assessor político Dan Bartlett.

Primeiro impacto

O primeiro impacto da vitória democrata na Câmara dos Representantes foi a saída do republicano Donald Rumsfeld, 74, do cargo de secretário de Defesa dos EUA nesta quarta-feira. Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o presidente George W. Bush oficializou o nome do ex-diretor da CIA Robert Gates, 63, como sucessor de Rumsfeld no cargo.

Rumsfeld deixa a liderança do Pentágono após ocupar o cargo pelos últimos seis anos. Seu sucessor, Bob Gates, é presidente da Universidade A&M, do Texas, e amigo próximo da família Bush. Ele ocupou o cargo de chefe da CIA entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush (1989-1993), pai do atual presidente.

Formalmente, indicação de Bush terá que ser confirmada pelo Senado americano. Gates, no entanto, não deverá enfrentar oposição do Congresso para assumir a função, tida como cargo de confiança do presidente.

Na semana passada, durante campanha republicana para as eleições legislativas, Bush havia afirmado que Rumsfeld permaneceria no cargo até o final de seu mandato, em 2008.

Com agências internacionais

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