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09/11/2006
-
08h22
da Folha Online
O Partido Democrata obteve por uma pequena diferença a maioria no Senado americano, obtendo o controle total do Congresso dos EUA após 12 anos de liderança republicana.
O último Estado a obter o resultado da disputa pelo Senado foi a Virgínia, onde o democrata Jim Webb derrotou o republicano George Allen por uma vantagem mínima --cerca de 7.000 votos.
Nesta quarta-feira, a vitória democrata na Câmara dos Representantes já havia sido anunciada. Após o anúncio, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, renunciou ao cargo.
A vitória democrata foi completada na noite desta quarta-feira, com a obtenção de 51 das cem cadeiras no Senado. O Partido Democrata elegeu mais nove senadores na votação de terça-feira (7). Seis deles derrotaram republicanos da Pensilvânia, Ohio, Missouri, Rhode Island, Montana e Virgínia. Os outros três venceram senadores de Maryland, Minnesota e Vermont.
Após o anúncio do resultado, o senador Charles Schumer, de NovaYork, que liderou a campanha democrata, pediu união. "Nós tivemos uma disputa acirrada, mas o povo americano e os senadores desejam trabalhar ao lado do presidente, de maneira bipartidária", afirmou.
Na Câmara, os democratas alcançaram 229 cadeiras --11 acima do número necessário para garantir a maioria na casa, que abriga 435 deputados.
A deputada Nancy Pelosi, que deve se tornar a líder da casa, também pediu harmonia e afirmou que o Partido Democrata não poderá "abusar de sua posição". Ela disse ainda que será a "porta-voz da casa, e não dos democratas", e descartou qualquer possibilidade de um pedido de "impeachment" de Bush.
Os governos de Estado também passarão a ser controlados pelo Partido Democrata, que elegeu 28 dos 36 governadores. Nova York, Ohio, Colorado, Maryland e Arkansas estão entre os Estados cujo controle foi conquistado pelos democratas.
Recontagem
Desde a manhã de quarta-feira, Webb já se considerava o novo senador eleito no Estado de Virgínia, mas Allen continuava se recusando a aceitar a derrota. O impasse se estendeu durante a maior parte do dia.
"Os votos foram contados e Jim venceu", afirmou ontem a porta-voz da campanha de Webb, Kristian Denny Todd. Allen, no entanto, disse que iria aguardar o final do processo para aceitar a derrota --o que deve incluir uma checagem dos votos por oficiais a serviço da eleição. Por lei, a checagem deve ser feita até a próxima terça-feira (14).
Segundo o chefe do conselho do Partido Republicano da Virgínia, Lee E. Goodman, Allen ainda não decidiu se pedirá a recontagem dos votos no Estado após o anúncio do resultado. A legislação local permite que um candidato derrotado por uma margem igual ou inferior a 0,5 ponto percentual solicite uma revisão da apuração, que seria paga pelo Estado.
Goodman disse que os republicanos estavam preocupados com a quantidade de irregularidades envolvendo urnas eletrônicas no Estado, mas negou suspeitar de fraude.
O Conselho Estadual Eleitoral deve se reunir no dia 27 de novembro para certificar o vencedor das eleições em Virgínia. Allen terá então dez dias para pedir a recontagem dos votos à Justiça. Uma eventual recontagem seria supervisionada por três juizes.
Derrota
Cerca de 79 milhões de eleitores compareceram às urnas na terça-feira --o equivalente a 40,4%. A participação foi maior que em 2002, quando 39,7% dos americanos votaram, segundo números do Centro Americano de Estudos do Eleitorado.
A derrota republicana altera o cenário político americano, já que deixa o presidente George W. Bush sem o apoio do Congresso para levar à frente sua agenda legislativa.
A guerra no Iraque e razões éticas foram apontadas como as principais razões que levaram à vitória dos democratas, segundo pesquisa de boca-de-urna realizada por TVs americanas.
De acordo com a sondagem, três em cada quatro eleitores afirmaram que a corrupção atribuída a republicanos foi o fator que os levou a votar no Partido Democrata. Em outra questão da sondagem, seis em cada dez eleitores disseram que o principal fator geral de decisão era a desaprovação da guerra no Iraque. O mesmo número de pessoas disse estar insatisfeita com o presidente George W. Bush.
Renúncia
O primeiro impacto da vitória democrata na Câmara dos Representantes foi a saída do republicano Donald Rumsfeld, 74, do cargo de secretário de Defesa dos EUA nesta quarta-feira. Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o presidente George W. Bush oficializou o nome do ex-diretor da CIA Robert Gates, 63, como sucessor de Rumsfeld no cargo.
Rumsfeld deixa a liderança do Pentágono após ocupar o cargo pelos últimos seis anos. Seu sucessor, Bob Gates, é presidente da Universidade do Texas A&M, e amigo próximo da família Bush. Ele ocupou o cargo de chefe da CIA entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush (1989-1993), pai do atual presidente.
Formalmente, a indicação de Bush terá que ser confirmada pelo Senado americano. Gates, no entanto, não deverá enfrentar oposição do Congresso para assumir a função, tida como cargo de confiança do presidente.
Na semana passada, durante campanha republicana para as eleições legislativas, Bush havia afirmado que Rumsfeld permaneceria no cargo até o final de seu mandato, em 2008.
Com agências internacionais
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Democratas ganham maioria no Congresso americano
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O Partido Democrata obteve por uma pequena diferença a maioria no Senado americano, obtendo o controle total do Congresso dos EUA após 12 anos de liderança republicana.
O último Estado a obter o resultado da disputa pelo Senado foi a Virgínia, onde o democrata Jim Webb derrotou o republicano George Allen por uma vantagem mínima --cerca de 7.000 votos.
Nesta quarta-feira, a vitória democrata na Câmara dos Representantes já havia sido anunciada. Após o anúncio, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, renunciou ao cargo.
A vitória democrata foi completada na noite desta quarta-feira, com a obtenção de 51 das cem cadeiras no Senado. O Partido Democrata elegeu mais nove senadores na votação de terça-feira (7). Seis deles derrotaram republicanos da Pensilvânia, Ohio, Missouri, Rhode Island, Montana e Virgínia. Os outros três venceram senadores de Maryland, Minnesota e Vermont.
Reuters |
Bush admite responsabilidade por derrota republicana em eleições legislativas |
Na Câmara, os democratas alcançaram 229 cadeiras --11 acima do número necessário para garantir a maioria na casa, que abriga 435 deputados.
A deputada Nancy Pelosi, que deve se tornar a líder da casa, também pediu harmonia e afirmou que o Partido Democrata não poderá "abusar de sua posição". Ela disse ainda que será a "porta-voz da casa, e não dos democratas", e descartou qualquer possibilidade de um pedido de "impeachment" de Bush.
Os governos de Estado também passarão a ser controlados pelo Partido Democrata, que elegeu 28 dos 36 governadores. Nova York, Ohio, Colorado, Maryland e Arkansas estão entre os Estados cujo controle foi conquistado pelos democratas.
Recontagem
Desde a manhã de quarta-feira, Webb já se considerava o novo senador eleito no Estado de Virgínia, mas Allen continuava se recusando a aceitar a derrota. O impasse se estendeu durante a maior parte do dia.
"Os votos foram contados e Jim venceu", afirmou ontem a porta-voz da campanha de Webb, Kristian Denny Todd. Allen, no entanto, disse que iria aguardar o final do processo para aceitar a derrota --o que deve incluir uma checagem dos votos por oficiais a serviço da eleição. Por lei, a checagem deve ser feita até a próxima terça-feira (14).
Segundo o chefe do conselho do Partido Republicano da Virgínia, Lee E. Goodman, Allen ainda não decidiu se pedirá a recontagem dos votos no Estado após o anúncio do resultado. A legislação local permite que um candidato derrotado por uma margem igual ou inferior a 0,5 ponto percentual solicite uma revisão da apuração, que seria paga pelo Estado.
Goodman disse que os republicanos estavam preocupados com a quantidade de irregularidades envolvendo urnas eletrônicas no Estado, mas negou suspeitar de fraude.
O Conselho Estadual Eleitoral deve se reunir no dia 27 de novembro para certificar o vencedor das eleições em Virgínia. Allen terá então dez dias para pedir a recontagem dos votos à Justiça. Uma eventual recontagem seria supervisionada por três juizes.
Derrota
Cerca de 79 milhões de eleitores compareceram às urnas na terça-feira --o equivalente a 40,4%. A participação foi maior que em 2002, quando 39,7% dos americanos votaram, segundo números do Centro Americano de Estudos do Eleitorado.
A derrota republicana altera o cenário político americano, já que deixa o presidente George W. Bush sem o apoio do Congresso para levar à frente sua agenda legislativa.
A guerra no Iraque e razões éticas foram apontadas como as principais razões que levaram à vitória dos democratas, segundo pesquisa de boca-de-urna realizada por TVs americanas.
De acordo com a sondagem, três em cada quatro eleitores afirmaram que a corrupção atribuída a republicanos foi o fator que os levou a votar no Partido Democrata. Em outra questão da sondagem, seis em cada dez eleitores disseram que o principal fator geral de decisão era a desaprovação da guerra no Iraque. O mesmo número de pessoas disse estar insatisfeita com o presidente George W. Bush.
Renúncia
O primeiro impacto da vitória democrata na Câmara dos Representantes foi a saída do republicano Donald Rumsfeld, 74, do cargo de secretário de Defesa dos EUA nesta quarta-feira. Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o presidente George W. Bush oficializou o nome do ex-diretor da CIA Robert Gates, 63, como sucessor de Rumsfeld no cargo.
Rumsfeld deixa a liderança do Pentágono após ocupar o cargo pelos últimos seis anos. Seu sucessor, Bob Gates, é presidente da Universidade do Texas A&M, e amigo próximo da família Bush. Ele ocupou o cargo de chefe da CIA entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush (1989-1993), pai do atual presidente.
Formalmente, a indicação de Bush terá que ser confirmada pelo Senado americano. Gates, no entanto, não deverá enfrentar oposição do Congresso para assumir a função, tida como cargo de confiança do presidente.
Na semana passada, durante campanha republicana para as eleições legislativas, Bush havia afirmado que Rumsfeld permaneceria no cargo até o final de seu mandato, em 2008.
Com agências internacionais
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