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10/11/2006 - 11h37

Bush enfrenta perda de controle do Congresso e busca conciliação

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da Folha Online

O presidente dos EUA, George W. Bush, já enfrenta a realidade da perda de controle de seu partido no Congresso após a vitória democrata nas urnas na terça-feira (7), e busca agora uma conciliação para governar o país em seus dois últimos anos no poder.

Nesta quinta-feira, Bush se reuniu separadamente com os novos líderes democratas e com os candidatos republicanos derrotados para acertar a agenda do Congresso até o final do ano.

Ontem, Bush já havia sinalizado que adotará uma postura de conciliação com o Congresso, afirmando que está "aberto a sugestões" a respeito do conflito no Iraque. A expectativa é que a nova liderança congressista exerça maior pressão sobre Bush devido à insatisfação da população com as baixas entre soldados dos EUA e a violência crescente no país.

O presidente tenta ainda apressar a aprovação de diversas medidas antes que a nova liderança democrata assuma o Congresso, em janeiro.

Os assuntos que Bush pretende incluir na pauta dos congressistas até o final de dezembro incluem o acordo nuclear que os EUA pretendem implementar com a Índia, um acordo comercial com o Vietnã e os planos para uma legislação retroativa que permita a gravação de conversas de suspeitos de terrorismo sem a necessidade de uma autorização judicial.

As reuniões de um Congresso ainda liderado por republicanos derrotados serão retomadas na próxima semana.

Oposição democrata

A perspectiva de acordo para a aprovação de temas polêmicos como as gravações sem autorização, no entanto, ainda está indefinida, segundo declarações feitas pela deputada democrata da Califórnia Nancy Pelosi --a próxima líder da Câmara dos Representantes-- após uma reunião com Bush e com o vice-presidente Dick Cheney ontem.

Pelosi afirmou a jornalistas que os democratas poderiam conseguir um acordo com o presidente, mas irão insistir em algum tipo de revisão judicial de cada gravação que o Departamento de Justiça queira fazer.

Para os democratas, os itens prioritários na agenda do Congresso pós-eleições são um corte nos juros de empréstimos estudantis, aprovação ao financiamento de pesquisas com células-tronco e a imposição de restrições para emissão de dióxido de carbono por indústrias nos EUA. Todos os temas já sofreram dura oposição de Bush no passado.

Pelosi disse também que o resultado das eleições significa que os democratas não só querem, mas esperam, que o presidente mude a estratégia militar no Iraque.

A futura líder e Bush prometeram cooperação mútua frente aos repórteres que os esperavam após a reunião privada de ontem. "Não vamos concordar em todos os assuntos", disse Bush. "Mas nós dois concordamos que amamos a América igualmente, que estamos preocupados com o futuro do país e que vamos fazer tudo que pudermos para resolver seus problemas".

Derrota

Nesta quinta-feira, o Partido Democrata obteve por uma pequena diferença a maioria no Senado, ficando com o controle total do Congresso, após 12 anos de liderança republicana.

A vitória democrata foi completada na noite desta quarta-feira, com a obtenção de 51 das cem cadeiras no Senado. O Partido Democrata elegeu mais nove senadores na votação de terça-feira (7). Seis deles derrotaram republicanos da Pensilvânia, Ohio, Missouri, Rhode Island, Montana e Virgínia. Os outros três venceram senadores de Maryland, Minnesota e Vermont.

Na Câmara, os democratas alcançaram 229 cadeiras --11 acima do número necessário para garantir a maioria na casa, que abriga 435 deputados.

Os governos de Estado também passarão a ser controlados pelo Partido Democrata, que elegeu 28 dos 36 governadores. Nova York, Ohio, Colorado, Maryland e Arkansas estão entre os Estados cujo controle foi conquistado pelos democratas.

Impacto

A derrota republicana altera o cenário político americano, já que deixa o presidente George W. Bush sem o apoio do Congresso para levar à frente sua agenda legislativa.
O primeiro impacto da vitória democrata na Câmara dos Representantes foi a saída do republicano Donald Rumsfeld, 74, do cargo de secretário de Defesa dos EUA nesta quarta-feira. Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o presidente George W. Bush oficializou o nome do ex-diretor da CIA Robert Gates, 63, como sucessor de Rumsfeld no cargo.

Rumsfeld deixa a liderança do Pentágono após ocupar o cargo pelos últimos seis anos. Seu sucessor, Bob Gates, é presidente da Universidade do Texas A&M, e amigo próximo da família Bush. Ele ocupou o cargo de chefe da CIA entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush (1989-1993), pai do atual presidente.

Com agências internacionais

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