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12/11/2006 - 13h24

Democratas querem iniciar retirada de tropas do Iraque em 6 meses

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da Folha Online

Entre quatro e seis meses. Foi o prazo com o qual se comprometeram neste domingo congressistas democratas para o início de uma retirada gradual das tropas americanas do Iraque.

Após vencerem as eleições legislativas dos Estados Unidos na última terça-feira (7), os democratas esperam apenas o início do ano legislativo de 2007 para tomarem oficialmente o controle do congresso, mas desde já negociam com o presidente George W. Bush a aprovação de uma série de mudanças nos rumos do país.

"A primeira prioridade é mudar a direção das políticas para o Iraque", disse hoje o senador Carl Levin, um democrata do Estado de Michigan que deverá ser o presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado no Congresso e apóia o prazo de até seis meses para o início da retirada.

Em entrevista a rede de TV americana ABC, Levin afirmou esperar que republicanos apóiem os democratas e ajudem a pressionar a administração Bush para dizer ao governo do Iraque que a presença das tropas americanas no país árabe não continuará indefinidamente.

Enquanto isso, Bush insiste que as tropas não deixarão o Iraque até que as forças locais estejam prontas para tomar as rédeas da segurança do país.

Mudanças no Iraque

Enquanto o controle do Congresso americano muda de mãos, o gabinete de governo iraquiano também deverá passar em breve por um reformulação. O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, anunciou neste domingo que quer uma mudança completa da composição de seu gabinete de governo.

O anúncio foi feito em um comunicado publicado após uma sessão do Parlamento a portas fechadas. "O primeiro-ministro pediu uma remodelação completa do governo, em função da situação atual do país", informou uma nota de seu gabinete.

Maliki "considera que os deputados têm a responsabilidade de construir o Estado e enfrentar os desafios que supõem a situação da segurança. Chama os homens políticos iraquianos de todos os partidos a tomarem parte nesta iniciativa e apoiar o processo de reconciliação", acrescentou ainda o texto.

Abordagem alternativa

O presidente Bush e oficiais de segurança dos EUA marcaram para a próxima segunda-feira (13) uma reunião com a comissão destacada para traçar uma nova estratégia para a Guerra do Iraque. A rapidez da organização da reunião é mais um sinal da renovada pressão que sofre o governo Bush para mudar os rumos da ação americana no país árabe após a vitória dos democratas nas eleições.

A comissão, bipartidária, é encabeçada pelo ex-secretário de Estado James A. Baker e pelo ex-congressista democrata Lee Hamilton, e deve apresentar antes do final de 2006 suas recomendações para uma nova estratégia para a guerra.

Na segunda-feira, membros da comissão terão uma conferência na Casa Branca com Bush, o vice-presidente, Dick Cheney, e o conselheiro nacional de segurança, Stephen Hadley. Individualmente, o grupo se reunirá também com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, com o secretário de Defesa Donald Rumsfeld --que renunciou ao posto na última quarta-feira (8)-- e com o embaixador dos EUA no Iraque, Zalmay Khalilzad.

Violência

Ao menos 35 pessoas morreram neste domingo quando um homem-bomba detonou explosivos em um posto de recrutamento policial em Bagdá, no último ataque visando desestabilizar os esforços dos Estados Unidos e do governo iraquiano para incrementar as forças de segurança do país.

Segundo oficiais do Ministério do Interior do Iraque, pelo menos outras 58 pessoas ficaram feridas na explosão. O suicida entrou no posto de recrutamento com explosivos amarrados ao corpo e se explodiu no meio de uma multidão de jovens.

Foi o mais sangrento ataque à recrutas iraquianos nos últimos meses, e aconteceu justamente no momento em que o presidente George W. Bush e seus principais generais preparam novas recomendações para uma mudança de estratégia no Iraque, impulsionados pela derrota republicana nas eleições legislativas americanas da última terça-feira (7).

Em ataques e explosões em outras partes do país, outras 14 pessoas morreram hoje, elevando o número de vítimas da violência para 49 neste domingo.

Seqüestrados

Também hoje, a polícia procura por um grupo de viajantes xiitas que foram seqüestrados após homens armados pararam seus ônibus no sul de Bagdá ontem, na região do chamado "triângulo da morte" sunita devido ao grande número de ataques a tropas americanas e iraquianas.

Em Diwaniya, a cidade de onde os viajantes partiram, a polícia informou que 58 pessoas foram seqüestradas. Já oficiais do Ministério do Interior em Latifiya disseram que 13 viajantes estavam desaparecidos.

Seqüestros em massa em estradas próximas a áreas com a presença tanto de xiitas quanto de sunitas se tornaram um acontecimento comum em meio à violência sectária do Iraque. Muitas das vítimas são encontradas após alguns dias assassinadas nas estradas.

Com agências internacionais

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