13/11/2006 - 19h55

Grupo de estudos sobre o Iraque deve conversar com Blair

da Folha Online

Depois de se reunir nesta segunda-feira com o presidente americano George W. Bush, o "Grupo de Estudos sobre o Iraque" pretende promover um encontro com o atual premiê britânico, Tony Blair, principal aliado de Bush na questão iraquiana.

O grupo de personalidades está encarregado de apresentar, nas próximas semanas, propostas de mudança na política conduzida pelos Estados Unidos no Iraque. O relatório do grupo é aguardado pela opinião pública americana e pela nova maioria democrata, que já propõe uma retirada das tropas americanas daqui a seis meses.

As conclusões dessas personalidades consideradas independentes são muito aguardadas por causa da persistência da violência no Iraque e da ausência de perspectiva para um restabelecimento da estabilidade e uma retirada americana.

Bush reforçou esta expectativa ao declarar que levaria em consideração as propostas do "Grupo de estudo sobre o Iraque", abrindo a possibilidade de uma mudança de política depois das eleições parlamentares de 7 de novembro, nas quais os republicanos saíram derrotados.

O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, sublinhou que não se tratava de o grupo apresentar suas conclusões a Bush.

"Eles fazem perguntas ao presidente e o presidente também faz perguntas, é uma conversa", declarou Snow ante a imprensa.

"É uma conversa na qual as duas partes vão trocar seus pontos de vista e suas idéias", disse Snow.

Os membros do grupo, dirigido pelo ex-secretário de Estado republicano James Baker e pelo ex-parlamentar democrata Lee Hamilton, fazem suas últimas deliberações antes de enviar suas propostas, talvez até o fim do ano.

O grupo realiza discussões hoje também com outros altos dirigentes, como a secretária de Estado Condoleezza Rice, o secretário demissionário da Defesa Donald Rumsfeld e os comandantes militares americanos.

Na terça-feira, deverá se reunir com os líderes dos democratas, agora majoritários nas duas Câmaras. Os democratas querem uma retirada das forças americanas do Iraque.

O Grupo de estudo sobre o Iraque também deve conversar com Blair.

Num dia em que Bush recebeu o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, o porta-voz da Casa Branca descartou uma mudança de política de Washington para Teerã e Damasco.

O Irã e a Síria são os dois grandes inimigos de Israel. Eles são as duas bestas negras dos Estados Unidos na região.

"Nesse estado, nossa posição no que diz respeito às discussões diretas com os iranianos é clara", declarou Snow. Ele reafirmou que, antes das discussões diretas, a república islâmica deveria começar suspendendo suas atividades nucleares sensíveis.

Durante a reunião com o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert nesta segunda-feira, Bush disse "que é muito importante para as pessoas que fazem sugestões reconhecer que as melhores opções militares dependem das condições no local".

"Acredito que é importante ter êxito no Iraque, não apenas por nossa segurança, mas também pela segurança do Oriente Médio e espero idéias interessantes", disse o presidente.
Bush disse que espera trabalhar com a oposição democrata.

"O que é interessante é que estão começando a entender que com a vitória vêm as responsabilidades", disse o presidente.

"Espero trabalhar com os democratas para alcançar objetivos comuns", acrescentou.

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