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23/11/2006 - 19h26

Número de mortos no Iraque aumenta para 161

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da Folha Online

As três explosões de carros-bomba e de dois morteiros, que atingiram a região de Sadr City, considerada bastião da milícia xiita em Bagdá, já contabilizam pelo menos 161 pessoas mortas e 257 feridas nesta quinta-feira, nos ataques que são considerados, até o momento, os maiores já registrados desde a invasão do Iraque, em 2003

Os atentados ocorrem um dia após a divulgação de um relatório da ONU, o qual informa que o mês de outubro atingiu um nível recorde de mortes entre civis no Iraque, com 3.709 pessoas mortas.

Reuters
Iraquianos observam local de explosão de carro-bomba; mais de cem morreram em atentados
As suspeitas da autoria dos atentados recaíram sobre extremistas sunitas. Após as explosões, dez morteiros foram lançados na região de Azamiya, supostamente em resposta aos ataques.

Os ataques desta quinta-feira apenas enfatizam a impotência do exército iraquiano e das forças de segurança perante a onda sectarista naquele país.

"Nós condenamos tais atos de violência sem lógica que estão claramente direcionados a minar as esperanças do povo iraquiano de obter paz e estabilidade", disse Jeanie Mamo, uma porta-voz da Casa Branca. Bush e o premiê Nouri al-Maliki já se preparam para um encontro a ser realizado na semana que vem em Amã, na Jordânia.

O governo impôs toque de recolher à capital e fechou o aeroporto internacional de Bagdá.

Os corredores e salas de espera dos hospitais de Sadr City estavam lavados de sangue e lotados de sobreviventes mutilados.

As milícias e esquadrões de morte são tidos como os responsáveis pelos assassinatos de centenas de sunitas desde que as suspeitas de um ataque a bomba a um santuário xiita, ocorrido em fevereiro, recaíram sobre militantes da Al-Qaeda no Iraque.

O grande aiatolá Ali al-Sistani, uma proeminente figura religiosa xiita no Iraque, condenou o ataque e ofereceu condolências às famílias dos mortos. Ele pediu autocontrole a seus seguidores.

A explosão coordenada dos carros-bomba com cerca de 100 quilos de explosivos em seu interior ocorreram em diferentes partes de Sadr City, destruindo ruas e veículos e deixando marcas de sangue, em um dos piores ataques em Bagdá neste mês. Um dos veículos foi detonado em frente a um mercado lotado.

Os ataques em série ocorreram pouco depois que cerca de 30 homens armados atacaram o Ministério da Saúde do Iraque, na região central de Bagdá, com morteiros e armas de fogo.

Tiros

Também em Sadr City, soldados americanos que buscavam um oficial dos EUA seqüestrado atiraram hoje contra um microônibus e mataram quatro passageiros, segundo testemunhas e policiais iraquianos.

O coronel Christopher Garver, porta-voz do Exército, disse que o veículo ignorou sinais e tiros de advertência dos soldados, que haviam bloqueado a área enquanto realizavam a operação de busca no bairro.O coronel afirmou que cinco suspeitos foram detidos na operação, mas não confirmou o número de mortes.

Moradores de Sadr City afirmaram que os passageiros do microônibus eram trabalhadores e não militantes. Os quatro mortos, segundo imagens da mídia local, eram três homens jovens e um homem de idade avançada. Outras oito pessoas ficaram feridas pelos disparos de metralhadoras dos soldados americanos contra o veículo, segundo testemunhas.

Recorde de vítimas

O número de mortes entre civis no Iraque em um mês atingiu um nível recorde em outubro com 3.709 pessoas mortas, segundo um relatório da ONU divulgado ontem em Bagdá.

Segundo Said Arikat, porta-voz da missão de assistência da ONU no Iraque, o número --que está presente no mais recente relatório sobre direitos humanos no país-- excede a última estimativa, de julho de 2006, que contabilizava 3.590 mortes em mês.

Oficiais da ONU apontaram o aumento da influência das milícias armadas e dos casos de tortura, 'apesar do compromisso do governo em coibir os abusos', como um dos fatores principais para o elevado número de assassinatos.

O relatório aponta que a violência sectária é, aparentemente, a principal causa da violência. Segundo Arikat, que falou por telefone de Bagdá, o relatório completo será divulgado em breve.

O documento se baseia em dados do ministério iraquiano da Saúde, de hospitais em todo o país e do Instituto Médico Legal de Bagdá. O número total de civis mortos em setembro e outubro foi de 7.054 --entre eles, 351 mulheres e 110 crianças, segundo o documento da ONU.

No relatório, a ONU ainda pede que o governo iraquiano, as forças de coalizão lideradas pelos EUA e países do mundo todo ajudem a aumentar a disciplina e a segurança das forças armadas, conter a influência das milícias e combater a corrupção e o crime organizado.

Com agências internacionais

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