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26/11/2006 - 20h18

Equador vota dividido entre amigo de Chávez e aliado dos EUA

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da France Presse, em Quito
com Folha Online

Os equatorianos votaram neste domingo entre o esquerdista Rafael Correa --amigo do líder venezuelano Hugo Chávez-- e o empresário conservador Alvaro Noboa, aliado dos Estados Unidos, após uma década de instabilidade política no país.

A votação que escolhe o novo presidente equatoriano começou às 10h (Brasília) e foi encerrada às 20h (Brasília). Os primeiros resultados oficiais só devem sair na terça-feira, mas o TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) autorizou a publicação das pesquisas de boca-de-urna, que indicam vitória de Correa.

Miguel Romero/Reuters
Candidato à Presidência do Equador Rafael Correa, do movimento esquerdista
Candidato à Presidência do Equador Rafael Correa, do movimento esquerdista
Correa, que votou no norte de Quito, advertiu para "sérios riscos de irregularidades" nesta eleição, "já que o Tribunal Supremo Eleitoral está totalmente entregue a Alvaro Noboa, é um tribunal que não garante nada". "Se houver fraude e aceitarmos o resultado seremos cúmplices da corrupção", advertiu o candidato do movimento Alianza País.

Correa citou a prisão de um militante do partido de Noboa detido quando se fazia passar por um mesário em uma seção eleitoral, e acusou o TSE de permitir este tipo de irregularidade.

Já Noboa, sempre com a Bíblia na mão, afirmou ser alvo de uma "guerra suja do Diabo", ao impedir que a imprensa o filmasse votando em Guayaquil. "Há uma guerra suja vinda do Diabo, na qual todos os dias me insultam; o canal Ecuavisa está metido nesta guerra (...) desonrando o jornalismo no Equador", disse o empresário, após ler uma passagem da Bíblia para milhares de seus seguidores em Guayaquil.

Noboa, 56, candidato pelo Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), venceu o primeiro turno com 26,8% dos votos, contra 22,8% para Correa, contrariando as pesquisas na ocasião.

Martin Mejia/AP Photo
Eleitores fazem fila para votar na cidade de Cayambe, região ao norte de Quito
Eleitores fazem fila para votar na cidade de Cayambe, região ao norte de Quito
Os equatorianos vão às urnas após uma década de instabilidade, na qual nenhum dos três presidentes eleitos chegou ao final do mandato, derrubados por revoltas populares que levaram a sua destituição pelo Congresso.

Divisão

O contraste entre os candidatos reflete a divisão na América Latina, onde Chávez faz uma dura guerra para conter a influência dos Estados Unidos, com sua aliança socialista.

Correa, economista que estudou nos EUA, apresenta-se como um político diferente para tentar atrair os equatorianos decepcionados com a classe política do país, que muitos culpam pela pobreza e pelos anos de instabilidade no maior exportador de bananas do mundo. Ele não conseguiu se eleger no primeiro turno, em outubro, e até agora estava atrás nas pesquisas.

Noboa, 56, de família que fez fortuna com bananas, atraiu votos com uma campanha populista misturando distribuição de dinheiro, cadeiras de rodas e computadores com religião e ofertas de empregos, além de 300 mil casas por ano para os pobres.

O magnata, que faz parte da elite mundial, está em sua terceira tentativa de ser presidente e aposta na experiência na administração de negócios, desde fazendas de café até construção.

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