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27/11/2006 - 08h06

Noboa duvida da vitória de Correa em eleições no Equador

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da Efe

O candidato à Presidência do Equador Álvaro Noboa expressou sua dúvida a respeito da vitória nas urnas de seu adversário, o esquerdista Rafael Correa, no segundo turno das eleições, ocorridas neste domingo. Correa foi apontado como vencedor por pesquisas de boca-de-urna.

Noboa criticou as três pesquisas que indicam sua derrota e mostrou uma outra, da empresa Consultar, que trabalha para ele e foi a única a apontá-lo como o vencedor das eleições.

O magnata populista, líder do Partido Renovador Institucional de Ação Nacional (Prian) --a maior força parlamentar do país-- exigiu uma apuração voto a voto para esclarecer suas dúvidas sobre a vitória de Correa.

"Vou contar voto a voto pelo bem dele [Correa], pelo meu bem e o do país", afirmou Noboa, que insistiu em desconhecer as pesquisas de boca-de-urna das empresas Cedatos e Market, que dão a vitória ao candidato esquerdista.

"Digo a todos os equatorianos que fiquem tranqüilos e esperem que cada um dos tribunais termine de abrir as urnas" e conte todos os votos, insistiu o candidato do Prian, que se perder as eleições acumulará seu terceiro fracasso consecutivo na tentativa nas urnas.

Em uma entrevista à cadeia "Eleições 2006", formada pelas emissoras de TV "Teleamazonas" e "RTS", Noboa agradeceu aos seus eleitores e pediu "calma" na espera pela apuração oficial da Corte Suprema Eleitoral (TSE), que deve ser concluída na próxima quarta-feira (29).

Confiante

No entanto, os primeiros dados dessa contagem de votos, com apenas 0,21% das mesas eleitorais apuradas, também davam uma cômoda vantagem a Correa.

"Estou convencido que venci", repetiu Noboa ao criticar as pesquisas que apontam para a vitória do esquerdista, alegando que essas mesmas empresas davam vantagem ao populista há dez dias, quando foram contratadas por ele.

Apesar da contestação de Noboa, a maioria da imprensa e das empresas de pesquisa está segura de que Correa assumirá o poder em 15 de janeiro, tornando-se o oitavo presidente do país na última década.

Correa afirmou, em entrevista coletiva em um hotel de Quito, não ter dúvidas sobre sua vitória, mas pediu a seus correligionários que estejam atentos para "irregularidades" na apuração.

Em tom conciliador, Correa disse que o domingo foi um dia "histórico para a pátria", sem vencedores ou vencidos entre os cidadãos.

"Começamos a recuperar a pátria. Hoje não termina uma jornada, começa uma outra decisiva, jamais nossa luta foi por enviar um homem à Presidência, sempre foi pela pátria", afirmou Correa, em sua primeira mensagem após a divulgação dos resultados das pesquisas.

Além disso, o esquerdista assegurou que assumiu a "vitória" com "serenidade, esperança e gratidão" aos equatorianos, que confiaram em sua palavra de mudar o país e de perfilar "o poder cidadão".

Chávez

Sua linha de esquerda e sua amizade com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, também fez de Correa um personagem polêmico em relação ao que denomina de "o poder hegemônico" dos Estados Unidos.

Embora tenha adotado uma postura mais moderada que a do venezuelano, Correa reiterou que não assinará o Tratado de Livre-Comércio com os EUA, apesar de afirmar que irá manter relações de "respeito" com esse país, o principal parceiro comercial do Equador.

A renegociação da dívida externa também foi abordada pelo esquerdista, que não descartou a aplicação de uma moratória dos passivos internacionais.

Correa disse ainda que estudará a possibilidade de o Equador voltar a fazer parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), da qual saiu há mais de uma década.

Ministros

O economista de esquerda, de 43 anos, tem tanta confiança em sua eleição que chegou a anunciar parte de seu gabinete, no qual figuram vários dos porta-vozes de sua campanha: Ricardo Patiño será seu ministro da Economia, Alberto Acosta assumirá a pasta de Energia e Carlos Casal será o presidente da empresa estatal Petroecuador.

Além disso, informou que o ativista de direitos humanos Gustavo Larrea será seu ministro de governo e polícia (Interior) e Janet Sánchez será a titular da pasta de Bem-estar Social.

O esquerdista também convidou os cidadãos "de mãos limpas, mentes lúcidas e corações patriotas a se unirem a esta mudança certa".

Caso sua vitória seja confirmada, Correa assumirá o poder em 15 de janeiro de 2007 para um período de quatro anos de mandato.

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