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28/11/2006
-
18h46
da France Presse, em La Paz
Cerca de 5.000 indígenas do leste e dos Andes bolivianos chegaram nesta terça-feira a La Paz, sede do governo, ao término de uma longa marcha iniciada há várias semanas para expressar seu apoio à reforma agrária lançada pelo presidente Evo Morales.
"Queremos terra", clamavam os manifestantes em trajes típicos, alguns dos quais saíram de casa há um mês e andaram mais de 500 km.
Procedentes do leste boliviano habitado por etnias silvestres como os guaranis e os tupi-guaranis, mas também dos vales centrais e das montanhas, os índios se congregaram pouco antes de meio-dia na praça San Francisco, a 500 metros do palácio presidencial.
"Queremos mudanças: queremos um título de propriedade, queremos que eles não dêem esses títulos apenas aos grandes proprietários, aos traficantes de terras", disse Oscar Nuñez, chefe da Confederação dos povos indígenas do leste boliviano (Cidob).
A poderosa Confederação Sindical Única dos trabalhadores camponeses da Bolívia, que reúne os índios aymaras e quechuas, dos Andes, também apoiou a marcha.
Nuñez declarou que apóia a reforma do presidente Morales, que consiste em redistribuir aos camponeses pobres milhões de hectares de terras improdutivas. "Viemos aqui para dizer ao presidente que não somos contrários a seu projeto, que vamos apoiá-lo ainda mais em suas decisões", afirmou Nuñez.
O presidente enfrenta há várias semanas pressões da oposição parlamentar, de governadores regionais e da próspera região de Santa Cruz sobre a reforma agrária, sobre um projeto de controle dos governadores e o sistema de votação na Assembléia Constituinte.
Após ter recebido uma coroa de flores, Morales garantiu à multidão que estava disposto a dialogar com seus adversários, mas que não voltará atrás em seus princípios.
Morales insistiu em que o país não vai recuar em seu propósito de pôr fim ao latifúndio nem levar adiante um processo de mudança que inclui mais nacionalizações.
"Pedem diálogo, venham dialogar, jamais recusamos o diálogo, esperarei no palácio de governo porque somos da cultura do diálogo", disse Morales aos opositores, que lhe deram um ultimato até sexta-feira antes de convocar uma greve.
No entanto, Morales garantiu que "não tem nenhum medo de assinar um decreto contra o latifúndio".
Pouco depois de retornar da Holanda, Morales participou do encontro com milhares de camponeses e indígenas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Evo Morales
Leia o que já foi publicado sobre a Bolívia
Indígenas marcham em La Paz para apoiar a reforma agrária
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Cerca de 5.000 indígenas do leste e dos Andes bolivianos chegaram nesta terça-feira a La Paz, sede do governo, ao término de uma longa marcha iniciada há várias semanas para expressar seu apoio à reforma agrária lançada pelo presidente Evo Morales.
"Queremos terra", clamavam os manifestantes em trajes típicos, alguns dos quais saíram de casa há um mês e andaram mais de 500 km.
Procedentes do leste boliviano habitado por etnias silvestres como os guaranis e os tupi-guaranis, mas também dos vales centrais e das montanhas, os índios se congregaram pouco antes de meio-dia na praça San Francisco, a 500 metros do palácio presidencial.
"Queremos mudanças: queremos um título de propriedade, queremos que eles não dêem esses títulos apenas aos grandes proprietários, aos traficantes de terras", disse Oscar Nuñez, chefe da Confederação dos povos indígenas do leste boliviano (Cidob).
A poderosa Confederação Sindical Única dos trabalhadores camponeses da Bolívia, que reúne os índios aymaras e quechuas, dos Andes, também apoiou a marcha.
Nuñez declarou que apóia a reforma do presidente Morales, que consiste em redistribuir aos camponeses pobres milhões de hectares de terras improdutivas. "Viemos aqui para dizer ao presidente que não somos contrários a seu projeto, que vamos apoiá-lo ainda mais em suas decisões", afirmou Nuñez.
O presidente enfrenta há várias semanas pressões da oposição parlamentar, de governadores regionais e da próspera região de Santa Cruz sobre a reforma agrária, sobre um projeto de controle dos governadores e o sistema de votação na Assembléia Constituinte.
Após ter recebido uma coroa de flores, Morales garantiu à multidão que estava disposto a dialogar com seus adversários, mas que não voltará atrás em seus princípios.
Morales insistiu em que o país não vai recuar em seu propósito de pôr fim ao latifúndio nem levar adiante um processo de mudança que inclui mais nacionalizações.
"Pedem diálogo, venham dialogar, jamais recusamos o diálogo, esperarei no palácio de governo porque somos da cultura do diálogo", disse Morales aos opositores, que lhe deram um ultimato até sexta-feira antes de convocar uma greve.
No entanto, Morales garantiu que "não tem nenhum medo de assinar um decreto contra o latifúndio".
Pouco depois de retornar da Holanda, Morales participou do encontro com milhares de camponeses e indígenas.
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