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29/11/2006
-
17h42
da Folha Online
Autoridades britânicas detectaram radiação em dois aviões da companhia British Airways, como parte da investigação sobre a morte do ex-espião Alexander Litvinenko, 43, envenenado com polônio radioativo.
A informação foi divulgada pelo ministro do Interior, John Reid, após uma reunião com o comitê de emergências do governo britânico.
Segundo Reid, dois aviões foram testados, e um terceiro ainda passará por exames.
De acordo com comunicado da British Airways, resultados de testes iniciais indicaram pequenos vestígios de substâncias radioativas a bordo de duas aeronaves. Segundo a companhia, a investigação se limita a três aviões, que ficarão fora de serviço até que os trabalhos terminem.
Altas doses de polônio 210 --elemento raro e altamente radioativo-- foram detectadas no organismo de Litvinenko por meio de exames de urina. O espião morreu na quinta-feira passada (23) após ser envenenado pelo material radioativo.
A morte de Litvinenko deixou um 'rastro radioativo' no centro de Londres, detectado por policiais por meio de registros de ligações em telefones celulares e imagens dos circuitos internos de edifícios para refazer o trajeto do ex-espião antes de sua morte.
Entre os locais onde os vestígios foram encontrados está o escritório do magnata russo Boris Berezovsky, onde Livtinenko esteve antes de ser hospitalizado.
Aparentemente, ele deixou vestígios radioativos em vários locais onde esteve. Oito locais já foram identificados --entre eles, os dois hospitais onde Livtinenko foi tratado.
Traços de polônio radioativo também foram encontrados no prédio da empresa de segurança Erinys, onde o ex-espião também esteve. O material também foi encontrado em um local próximo do Hotel Millennium onde Litvinenko se reuniu com três russos em 1º de novembro.
Parte da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital University College, onde o ex-espião foi tratado, ficou fechada nesta terça-feira, assim como parte do Hotel Millennium e do restaurante Itsu, em Piccadilly, onde ele jantou com um italiano antes de sentir-se mal.
Contrabando nuclear
Segundo uma reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal britânico "The Independent", Livtinenko revelou ao acadêmico italiano Mario Scaramella, com quem se reuniu em Londres antes de passar mal, que liderou uma ação de contrabando de material nuclear da Rússia.
O ex-espião teria contado a Scaramella que realizou o traslado ilegal de material nuclear para Zurique, na Suíça, em 2000. O 'Independent' não cita a finalidade do contrabando, mas diz que Litvinenko deixou a Rússia quando começou a ser investigado por acusações de corrupção.
Litvinenko, ex-agente da KGB que se tornou um feroz crítico do governo de Vladimir Putin, passou mal em 1º de novembro e foi internado no Hospital Barnet, no norte de Londres. Depois do agravamento de sua condição, ele foi transferido para a UTI do Hospital University College.
Altas doses de polônio-210 --material radioativo raro-- foram detectadas em seu organismo.
Antes de sua morte, Litvinenko deixou uma carta acusando Putin por seu envenenamento.
O governo russo nega veementemente a acusação.
Investigação
O premiê britânico, Tony Blair, prometeu nesta terça-feira uma rígida investigação da Scotland Yard para desvendar as circunstâncias e a autoria da morte de Litvinenko.
Segundo Blair, o caso é 'muito sério' e não haverá barreiras 'políticas ou diplomáticas' que impeçam a investigação. O premiê disse considerar a possibilidade de discutir o caso pessoalmente com o presidente russo, Vladimir Putin, caso isso seja necessário.
Após a morte do ex-espião, mais de mil pessoas telefonaram para a Agência Britânica de Proteção à Saúde pedindo orientação a respeito do risco de contaminação nuclear.
Oito pessoas foram encaminhadas para clínicas por precaução. Os resultados dos exames devem ser divulgados em uma semana.
No entanto, segundo especialistas em segurança, os traços de polônio detectados, até o momento, representam risco mínimo para a população.
Uma autópsia no corpo do ex-espião deve ser realizada na sexta-feira (1), mas terá de ser feita sob condições especiais de segurança para evitar a contaminação radioativa da equipe médica.
Espionagem
Litvinenko se mudou para o Reino Unido em 2000, quando pediu asilo político no país. No mês passado, o ex-espião adquiriu cidadania britânica.
Ele se uniu às forças de contra-inteligência da KGB em 1988, e chegou a ser coronel do Serviço de Segurança Nacional da Rússia.
Em 1991, Litvinenko começou a se especializar em terrorismo e crime organizado, e foi transferido para o mais secreto departamento sobre organizações criminosas do serviço de segurança russo em 1997.
Desde que deixou a Rússia, há seis anos, o ex-espião é um feroz crítico do Kremlin. Internado no dia 1º deste mês, sua saúde se deteriorou rapidamente e ele sofreu uma parada cardíaca na última quarta-feira (22).
Litvinenko morreu na quinta-feira (23), poucas semanas depois de obter a cidadania britânica.
Com agências internacionais
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Autoridades britânicas detectaram radiação em dois aviões da companhia British Airways, como parte da investigação sobre a morte do ex-espião Alexander Litvinenko, 43, envenenado com polônio radioativo.
A informação foi divulgada pelo ministro do Interior, John Reid, após uma reunião com o comitê de emergências do governo britânico.
Segundo Reid, dois aviões foram testados, e um terceiro ainda passará por exames.
De acordo com comunicado da British Airways, resultados de testes iniciais indicaram pequenos vestígios de substâncias radioativas a bordo de duas aeronaves. Segundo a companhia, a investigação se limita a três aviões, que ficarão fora de serviço até que os trabalhos terminem.
Efe |
Alexander Litvinenko, ex-espião russo envenenado em Londres |
A morte de Litvinenko deixou um 'rastro radioativo' no centro de Londres, detectado por policiais por meio de registros de ligações em telefones celulares e imagens dos circuitos internos de edifícios para refazer o trajeto do ex-espião antes de sua morte.
Entre os locais onde os vestígios foram encontrados está o escritório do magnata russo Boris Berezovsky, onde Livtinenko esteve antes de ser hospitalizado.
Aparentemente, ele deixou vestígios radioativos em vários locais onde esteve. Oito locais já foram identificados --entre eles, os dois hospitais onde Livtinenko foi tratado.
Traços de polônio radioativo também foram encontrados no prédio da empresa de segurança Erinys, onde o ex-espião também esteve. O material também foi encontrado em um local próximo do Hotel Millennium onde Litvinenko se reuniu com três russos em 1º de novembro.
Parte da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital University College, onde o ex-espião foi tratado, ficou fechada nesta terça-feira, assim como parte do Hotel Millennium e do restaurante Itsu, em Piccadilly, onde ele jantou com um italiano antes de sentir-se mal.
Contrabando nuclear
Segundo uma reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal britânico "The Independent", Livtinenko revelou ao acadêmico italiano Mario Scaramella, com quem se reuniu em Londres antes de passar mal, que liderou uma ação de contrabando de material nuclear da Rússia.
O ex-espião teria contado a Scaramella que realizou o traslado ilegal de material nuclear para Zurique, na Suíça, em 2000. O 'Independent' não cita a finalidade do contrabando, mas diz que Litvinenko deixou a Rússia quando começou a ser investigado por acusações de corrupção.
Litvinenko, ex-agente da KGB que se tornou um feroz crítico do governo de Vladimir Putin, passou mal em 1º de novembro e foi internado no Hospital Barnet, no norte de Londres. Depois do agravamento de sua condição, ele foi transferido para a UTI do Hospital University College.
Altas doses de polônio-210 --material radioativo raro-- foram detectadas em seu organismo.
Antes de sua morte, Litvinenko deixou uma carta acusando Putin por seu envenenamento.
O governo russo nega veementemente a acusação.
Investigação
O premiê britânico, Tony Blair, prometeu nesta terça-feira uma rígida investigação da Scotland Yard para desvendar as circunstâncias e a autoria da morte de Litvinenko.
Segundo Blair, o caso é 'muito sério' e não haverá barreiras 'políticas ou diplomáticas' que impeçam a investigação. O premiê disse considerar a possibilidade de discutir o caso pessoalmente com o presidente russo, Vladimir Putin, caso isso seja necessário.
Após a morte do ex-espião, mais de mil pessoas telefonaram para a Agência Britânica de Proteção à Saúde pedindo orientação a respeito do risco de contaminação nuclear.
Oito pessoas foram encaminhadas para clínicas por precaução. Os resultados dos exames devem ser divulgados em uma semana.
No entanto, segundo especialistas em segurança, os traços de polônio detectados, até o momento, representam risco mínimo para a população.
Uma autópsia no corpo do ex-espião deve ser realizada na sexta-feira (1), mas terá de ser feita sob condições especiais de segurança para evitar a contaminação radioativa da equipe médica.
Espionagem
Litvinenko se mudou para o Reino Unido em 2000, quando pediu asilo político no país. No mês passado, o ex-espião adquiriu cidadania britânica.
Ele se uniu às forças de contra-inteligência da KGB em 1988, e chegou a ser coronel do Serviço de Segurança Nacional da Rússia.
Em 1991, Litvinenko começou a se especializar em terrorismo e crime organizado, e foi transferido para o mais secreto departamento sobre organizações criminosas do serviço de segurança russo em 1997.
Desde que deixou a Rússia, há seis anos, o ex-espião é um feroz crítico do Kremlin. Internado no dia 1º deste mês, sua saúde se deteriorou rapidamente e ele sofreu uma parada cardíaca na última quarta-feira (22).
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Com agências internacionais
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