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02/12/2006 - 10h27

Reino Unido investiga se italiano foi envenenado intencionalmente

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da Efe, em Londres
da Folha Online

A polícia britânica investiga se o professor italiano Mario Scaramella, que se encontrou com o ex-espião russo Alexander Litvinenko, 43 --morto por envenenamento com polônio-- no dia em que este ficou doente, foi envenenado intencionalmente, informa o jornal britânico "The Times".

Scaramella está internado no University College Hospital de Londres e será submetido a novos exames médicos, depois de as análises de contaminação por polônio 210 --substância radioativa que causou a morte do ex-agente secreto russo, em 23 de novembro-- terem dado positivo.

Reuters
O italiano Mario Scaramella, que se encontrou com o ex-espião russo
O hospital informou que o professor, especialista em segurança e espionagem, "passa bem e não apresenta sintomas de envenenamento radioativo", apesar de os novos exames realizados terem detectado uma quantidade "significativa" dessa substância, segundo fontes sanitárias.

Especialistas consultados pelo "The Times" consideram que esses níveis são maiores que os que teriam sido obtidos a partir do simples contato físico com Litvinenko, e alertam que várias semanas podem passar até que seus efeitos a longo prazo sejam conhecidos.

A polícia se reunirá hoje com médicos especialistas para determinar se Scaramella foi acidental ou intencionalmente envenenado com polônio-210.

Segundo o tablóide britânico "The Sun", Scaramella pode ter inalado a substância.

Ainda de acordo com meios de comunicação do Reino Unido, exames de contaminação por polônio-210 feitos na mulher do ex-agente também deram positivo, mas os níveis detectados não são suficientemente significativos para acarretar uma doença a curto prazo.

Reunião

No dia 1º de novembro, o professor italiano se encontrou com Litvinenko, um crítico do presidente russo, Vladimir Putin, em um restaurante japonês do centro de Londres.

Segundo informações do próprio Scaramella, no encontro, apenas Litvinenko comeu, enquanto ele se limitou a beber uma garrafa de água.

A imprensa britânica informou que, no encontro, Scaramella forneceu ao ex-espião nomes de pessoas que poderiam estar envolvidas no assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, e o alertou que os dois eram alvo de um grupo de ex-agentes do KGB.

Negócios

Fontes dos serviços de segurança consultados pelo "The Times" dizem que a morte de Litvinenko pode estar relacionada às atividades profissionais do ex-espião.

Aparentemente, ele trabalhava com empresários russos envolvidos no lucrativo setor energético e em negócios de segurança particular.

Nos últimos dias, as suspeitas recaíram sobre Andrei Lugovoy, um ex-agente do KGB com o qual Litvinenko se encontrou no mesmo dia da reunião com Scaramella num hotel do centro de Londres, segundo o "The Times".

Em uma carta só divulgada após sua morte, o ex-agente secreto, que morreu no University College Hospital de Londres após o rápido agravamento do seu estado de saúde, acusou Putin de estar envolvido na morte de Politkovskaya.

Autópsia

Três patologistas concluíram ontem uma autópsia no corpo de Litvinenko no Hospital Royal London Hospital, segundo o chefe da equipe, Andrew Reid.

Utilizando roupas especiais de proteção para evitar contaminação, um patologista representou o governo, um segundo a família de Litvinenko, e o terceiro era um especialista independente.

O resultado da autópsia deve ser divulgado dentro de alguns dias, segundo a polícia.

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