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02/12/2006 - 13h47

Após contaminação de italiano, cresce mistério sobre ex-espião

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da France Presse, em Londres

O mistério em torno do caso Litvinenko aumenta, enquanto ganha força, neste sábado, a tese de um complô dos serviços secretos russos no Reino Unido, após a hospitalização de Mario Scaramella, contato do ex-espião russo morto após ser contaminado com polônio-210.

O italiano Mario Scaramella, que se reuniu em 1º de novembro com o ex-espião Alexandre Litvinenko, 43, deu entrada no University College Hospital de Londres, depois que exames detectaram vestígios de polônio 210 em seu organismo.

Os médicos informaram nesta sexta-feira que Scaramella estava "bem" e que os sintomas de envenenamento pela substância radioativa não apareceram por enquanto, uma informação que contradiz as informações de vários jornais britânicos.

Citando um policial que não se identificou, o "Daily Mirror" garantiu que "os médicos estimam que suas possibilidades de sobreviver são praticamente zero. Acham que sua saúde piorará progressivamente e morrerá".

"Dizem que será um milagre se viver muito mais. Parece que teremos um segundo assassinato nas nossas mãos", acrescentou a fonte, citada pelo jornal.

O hospital onde morreu Litvinenko em 23 de novembro passado informou que não emitirá nenhum comunicado durante o fim de semana sobre o estado de saúde do italiano.

Documento

A pista russa, por sua vez, continua sendo privilegiada, depois que o jornal "The Daily Telegraph" publicou trechos do documento que Scaramella supostamente entregou a Litvinenko durante encontro no restaurante japonês do centro de Londres onde também foram encontrados vestígios de radioatividade.

Segundo o jornal, o documento apontaria quais agentes do serviço secreto e veteranos de um grupo chamado Dignidade e Honra, presidido pelo coronel Velentin Velichko, tentavam assassinar o "inimigo número 1 da Rússia", em alusão ao oligarca Boris Berezovsky, e seu "companheiro de armas" Litvinenko.

Na lista de alvos, também apareceriam os nomes de Scaramella e do senador Paolo Guzzanti, presidente da comissão Mitrokhin sobre as atividades da KGB, na Itália, durante a Guerra Fria.

O jornal acrescentou que o polônio-210 utilizado para envenenar Litvinenko provavelmente foi produzido em um reator nuclear na Rússia. "Os cientistas de Aldermaston foram capazes de determinar que o polônio 210 foi fabricado pela mão do homem e teriam estabelecido que sua origem é, provavelmente, um reator russo", destacou o jornal.

Aldermaston, localizada em Berkshire (noroeste de Londres), sedia o centro Atomic Weapons Establishment, única fábrica que produz armas nucleares no Reino Unido.

Interrogado pela AFP, o ministério britânico da Defesa se negou a fazer comentários.

Negócios

Um colaborador de Litvinenko, o homem de negócios russo Andrei Lugovoi, sustentou, por sua vez, que o ex-espião russo poderia ter sido contaminado com material radioativo duas semanas antes de 1º de novembro, data considerada até agora, noticiou o jornal russo Kommersant.

Um avião da British Airways que estava em Moscou com suspeita de estar contaminado por material radioativo chegou a Londres, informou um porta-voz da companhia.

Segundo a Agência Britânica de Saúde Pública (HPA, na sigla em inglês), os três aviões da companhia aérea britânica onde foram detectados vestígios de radioatividade receberam luz verde das autoridades sanitárias britânicas para voltar a voar nos próximos dias.

Na quinta-feira (30), autoridades britânicas revelaram a detecção de vestígios de radiação em 12 locais de Londres --entre eles, os aviões da British Airways.

A companhia emitiu um alerta para aproximadamente 33 mil passageiros de 221 vôos que poderiam ter sido expostos a possível radiação no último mês.

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