Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/12/2006 - 15h28

Venezuelanos vão às urnas em eleição sem registro de incidentes

Publicidade

da Folha Online

Os venezuelanos vão às urnas neste domingo para eleger um novo presidente, em uma votação que transcorre em clima de tranqüilidade e sem registro de ocorrência de grandes incidentes.

A votação teve início às 6h (8h de Brasília), com a abertura oficial das mesas eleitorais. Cerca de 16 milhões eleitores inscritos para a votação e devem comparecer às urnas.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, 11 mil postos eleitorais foram montados em todo o país, vigiados por cerca de 130 mil soldados.

As urnas devem ser fechadas às 16h (18h de Brasília).

Reuters
Eleitores fazem fila para votar na Venezuela; 16 milhões devem ir às urnas
Devido a novas tecnologias implantadas, o tempo de votação de cada eleitor deverá ser de um minuto e vinte segundos --cinco segundos abaixo do tempo registrado em eleições anteriores.

Quase 50% dos eleitores se concentram em cinco Estados do país. Zulia é a região com maior população eleitoral-- com 1. 962. 959 votantes. Em seguida, aparece Miranda, com 1.670.847 eleitores. O Distrito Capital aparece em terceiro, concentrando outros 1.452.735.

O vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, descartou neste sábado o risco de fraudes no processo eleitoral e disse que há todas as condições para que "o povo exerça seu direito de voto" com soberania.

Mais de 300 observadores internacionais devem acompanhar o processo.

Adesão

Segundo a Procuradoria Geral da Venezuela, apenas quatro incidentes foram registrados--uma delas um oficial militar. "Temos quatro registros de incidentes: um oficial que foi detido no Estado Carabobo, uma briga entre dois eleitores e duas pessoas que rasgaram as cédulas eleitorais", disse Isaias Rodríguez , que preside o órgão.

Rodríguez destacou a participação em massa de eleitores, e disse que isso mostra que a Venezuela está votando "contra o silêncio" e está "derrotando a abstenção". "O povo se sente protagonista do momento que o país está vivendo", declarou o procurador-geral.

O governo da Venezuela calcula que a abstenção pode ser menor do que 30% nas eleições presidenciais que ocorrem hoje no país, caso o comparecimento em massa dos eleitores nos locais de votação registrado durante as primeiras horas se mantenha ao longo do dia.

Favoritismo

Uma pesquisa de intenções de votos divulgada em novembro aponta que Hugo Chávez seria reeleito com 52% dos votos nas eleições para a Presidência.

Seu principal opositor, o governador do Estado de Zulia, Manuel Rosales, obteria 25,5% dos votos no estudo, que ainda registrou um alto índice --22,5%-- de indecisos.

O levantamento foi conduzido pela empresa Datanálisis e ouviu 1.600 pessoas entre os dias 23 de outubro e 6 de novembro. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais.

Segundo Luiz Vicente León, diretor da Datanálisis, a margem de abstenção poderia chegar a 30% ou 40% nas eleições marcadas para o domingo.

A lei eleitoral venezuelana proíbe que sejam publicadas pesquisas de intenção de voto durante a semana prévia à realização do pleito, em uma tentativa de impedir que, na reta final, os números se convertam em um elemento de campanha eleitoral.

Sistema eleitoral

O sistema eleitoral da Venezuela prevê um único turno para as eleições presidenciais, por isso, o candidato que obtiver mais votos no domingo --sem importar o índice de participação dos eleitores-- , governará o país entre 2007 e 2013.

Chávez prometeu que, caso vença, promoverá uma reforma para que o chefe de Estado possa exercer mais que dois mandatos consecutivos, como dita a atual lei venezuelana.

A oposição rejeita a intenção de Chávez, vista como barreira para a democracia no Executivo.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) prometeu divulgar os resultados e proclamar o vencedor na noite de domingo ou na manhã de segunda-feira, e proibiu a veiculação de resultados extra-oficiais de qualquer tipo.

Voto eletrônico

A nova Constituição da Venezuela, aprovada em 1999, dispõe que o voto seja eletrônico e sob um sistema automático, imposição que também foi questionada pelos partidos de oposição.

Uma das normas mais criticadas foi a obrigação de o eleitor passar por uma máquina de identificação da impressão digital antes de votar --medida que, segundo o Congresso, visa evitar que seja burlado o princípio de que cada eleitor vote uma só vez.

Inicialmente, a oposição argumento que tal sistema "violaria o voto secreto".

No entanto, em seguida, os opositores retiraram o argumento e criticaram o sistema por considerarem que "causa medo" nos eleitores e aumenta a taxa de abstenção.

Restrições

O Ministério venezuelano do Interior decretou a proibição da venda e do consumo de bebidas alcoólicas em todo o país desde sábado (2) até o anúncio oficial do resultado eleitoral.

Além da "Lei Seca", manifestações públicas, concentrações de pessoas e "quaisquer atos similares que possam prejudicar o desenvolvimento da votação" também foram proibidos.

A campanha eleitoral deve terminar 48 horas antes do início da votação, segundo o sistema eleitoral da Venezuela que, ao contrário de outros países, não limita a quantidade de recursos.

Leia mais
  • Oposição encerra campanha na Venezuela
  • Dividido, povo da Venezuela vai às urnas no domingo

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Hugo Chávez
  • Leia o que já foi publicado sobre Manuel Rosales
  • Leia o que já foi publicado sobre a eleição na Venezuela
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página