Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/12/2006 - 14h06

Outro contato de Litvinenko apresenta contaminação por radiação

Publicidade

da Folha Online

Andrei Lugovoi, um contato do ex-espião russo Alexander Litvinenko --morto em Londres após ser envenenado com polônio 210, uma substância radioativa-- também apresentou nesta sexta-feira sintomas de intoxicação com o mesmo material. A informação é da agência de notícias Interfax, que citou fontes médicas.

"Problemas no funcionamento de alguns órgãos afetados por radiação foram encontrados", disseram as fontes citadas pela agência.

Os empresários e ex-colegas do ex-espião, Lugovoi e Dmity Kovtun, ambos russos, tomaram drinques com Litvinenko no bar do hotel Millennium Mayfair em Londres em 1º de novembro, dia em que o ex-espião foi contaminado com polônio 210. Kovtun foi contaminado e está internado em Moscou.

A polícia britânica está investigando o bar do hotel, chamado The Pine Bar, onde ao menos dez pessoas se contaminaram --além dos três russos, polônio 210 foi detectado em sete funcionários do local.

As condições de Kovtun são mais sérias do que as de Lugovoi. Ontem, chegou a ser noticiado que Kovtun estaria em coma, mas o advogado de Lugovoi desmentiu a informação nesta sexta-feira. Kovtun já sofre de contaminação aguda por radiação e está em estado grave.

Interrogatório

Segundo o advogado de Lugovoi, Andrei Romashov, um encontro entre seu cliente e os detetives britânicos que estão em Moscou para investigar a morte de Litvinenko poderá ocorrer hoje.

Os oficiais britânicos, que atuam com o apoio de agentes de inteligência, tentam entrevistar Lugovoi há dias, mas ainda não tiveram sucesso. O procurador-geral russo Yuri Chaika afirmou na última quarta-feira (6) que policiais do Reino Unido não têm autorização para interrogar o ex-agente diretamente, mas poderão estar presentes durante um interrogatório conduzido por oficiais russos.

Traços de polônio 210 foram encontrados em diversos locais visitados por Lugovoi nas últimas semanas, incluindo o estádio londrino do time de futebol Arsenal e a embaixada britânica em Moscou.

Passo-a-passo

No dia 1º de novembro, quando foi internado, Litvinenko tomou drinques com os dois ex-colegas russos no Pine Bar, e posteriormente se encontrou com Mario Scaramella, um contato italiano, em um restaurante japonês. O ex-espião russo morreu no dia 23 de novembro em um hospital de Londres.

Scaramella foi liberado do hospital onde fez exames na quarta-feira. Testes para detectar uma eventual contaminação por radioatividade no italiano deram resultado positivo, mas ele não apresenta sinais de intoxicação.

Nove detetives da Scotland Yard estavam em Moscou (6) para entrevistar várias pessoas na investigação sobre a morte de Litvinenko.

Traços de polônio foram encontrados nos aviões em que os ex-colegas russos de Litvinenko viajaram de Londres a Moscou. No total, 12 locais foram contaminados com polônio 210.

Lugovoi já declarou que não tem nada a ver com a história do envenenamento por radioatividade de Litvinenko e recordou que os traços dessa radiação podem ser encontrados em qualquer pessoa que tenha estado em contato com a vítima.

Litvinenko foi coronel do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB) e vivia desde 2000 como refugiado no Reino Unido, onde o governo lhe havia concedido nacionalidade britânica. Antes de morrer, ele acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin --de quem era crítico-- de ter planejado seu assassinato.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Polícia detecta polônio 210 em funcionários de hotel em Londres
  • Saiba mais sobre contaminação por materiais radioativos
  • Ex-espião russo envenenado deixa "rastro" radioativo em Londres

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a KGB
  • Leia o que já foi publicado sobre Alexander Litvinenko
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página