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09/12/2006 - 10h00

Andrei Lugovoi, outro contato do espião morto, está contaminado

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da Folha de S.Paulo

Em mais um episódio relacionado às circunstâncias misteriosas da morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko, descobriu-se que o empresário Andrei Lugovoi, também russo, foi contaminado por substância radiativa. A informação é da agência de notícias estatal russa Interfax.

Lugovoi, que, de acordo com a Interfax, teve órgãos vitais afetados devido à exposição a níveis perigosos de radiação, está em Moscou e foi uma das pessoas que se encontrou com Litvinenko no dia 1º de novembro, quando este começou a passar mal.

Alexander Zemlianichenko - 24.nov.06/ AP
Lugovoi, que se encontrou com Litvinenko e foi contaminado
Lugovoi, que se encontrou com Litvinenko e foi contaminado
Ex-oficial da FSB, serviço de inteligência russo, Alexander Litvinenko morreu no último dia 23 de novembro, em Londres, vítima de envenenamento por uma substância radiativa rara, o polônio 210. Litvinenko havia fugido da Rússia para o Reino Unido em 2000, alegando ser perseguido pelo regime de Vladimir Putin, e obteve cidadania britânica.

Os britânicos estão investigando a história de Litvinenko e as circunstâncias de sua morte. Além de terem sido descobertos vestígios de radiação em vários pontos de Londres pelos quais Litvinenko passou pouco antes de morrer, os policiais constataram que, no dia 1º de novembro, ele se encontrou com três pessoas --uma delas Andrei Lugovoi.

A outra foi o também ex-espião russo Dimitri Kovtun, outro contaminado por radiação. O encontro entre os três foi de manhã, num hotel de Londres, o Millenium. Kovtun, que já foi interrogado e, segundo a Interfax, entrou em coma anteontem em conseqüência da contaminação, também é empresário.

À tarde, no mesmo dia, Litvinenko almoçou com o italiano Mario Scaramella, num restaurante onde havia também vestígios de radiação. Scaramella é mais um que foi contaminado.

Comer, beber, fumar

As descobertas recentes fizeram o foco das investigações se voltar para o Hotel Millenium, que está sendo considerado pelas autoridades britânicas o local onde provavelmente se deu o envenenamento. O bar do hotel, onde os três russos se reuniram naquele 1º/11, está sob quarentena, e um teste para o polônio 210 foi feito em todos os sete funcionários do bar que estavam trabalhando no dia. O jornal britânico "Times" afirma que o teste deu positivo.

Michael Clark, médico da agência sanitária britânica, crê que o hotel possa ter sido de fato o local em que Litvinenko ingeriu a substância radioativa. "As pessoas vão aos bares para comer, beber e fumar; todas atividades propícias ao envenenamento", disse Clark.

Interrogatório

Em Moscou, para onde foram agentes britânicos a fim de interrogar, com o auxílio de autoridades russas, pessoas que se envolveram com Litvinenko, estava marcado para ontem o depoimento de Lugovoi. Mas o encontro não ocorreu. Segundo o advogado de Lugovoi, Andrei Romashov, ele não poderia dar detalhes do motivo do cancelamento do interrogatório, mas afirmou que a saúde de seu cliente não era um deles.

Já há cinco dias na capital russa, os britânicos continuam investigando o motivo da morte de Litvinenko, que acusou o Kremlin de o envenenar. Uma das hipóteses é a de que o ex-espião teria informações que incriminavam o governo russo na morte da jornalista Anna Politkovskaya, em outubro. Ela denunciava abusos cometidos pelas tropas russas na Tchetchênia. A Procuradoria Geral russa informou que também está investigando o caso.

Com agências internacionais

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