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11/12/2006
-
17h34
da Ansa, em Madri
O governo de José Luis Rodríguez Zapatero está orgulhoso pela Espanha ter contribuído por desmascarar o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, enquanto que a Esquerda Unida (Izquierda Unida, IU) pediu a aplicação "da lógica da Justiça frente à impunidade em relação ao franquismo".
"É um orgulho que a Espanha tenha colaborado para colocar o ditador no seu devido lugar e, assim, tentar oferecer uma reparação aos sobreviventes dos crimes que ocorreram no Chile durante a execrável ditadura", declarou o ministro de Justiça espanhol, Juan Fernando López Aguilar.
"A Audiência Nacional trabalhou pela implantação da justiça universal, perseguindo crimes inclusive além de nossas fronteiras e os responsáveis por crimes contra a humanidade, genocídio, torturas e violações em massa dos direitos fundamentais", acrescentou.
O juiz espanhol Baltasar Garzón, que processou Pinochet e decretou a sua prisão em Londres em 1998 com a intenção de julgá-lo na Espanha, lamentou que a justiça "não teve tempo para concluir a sua ação em relação ao ditador, que morreu sem ter sido condenado pelos crimes dos quais era acusado".
Já o chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos, disse que Pinochet será julgado pela história. "Felizmente os chilenos já deixaram para trás esta página negra e obscura da história de seu país, sob a ditadura do general Pinochet. Só podemos lamentar que a Justiça não o tenha julgado em vida, mas a história o julgará e será ela quem ditará a sentença", declarou o chanceler em Bruxelas.
Gaspar Llamazares, líder da Esquerda Unida (IU), partido que faz parte da acusação popular na súmula de Garzón, lamentou que o ditador "finalmente conseguiu burlar a Justiça, morrendo impune".
"Os mesmos que promoveram a perseguição internacional dos crimes contra a humanidade no caso chileno, não podem no caso espanhol tapar as gravíssimas responsabilidades do franquismo e reconhecer-lhe a impunidade", proclamou Llamazares.
Por isso, o dirigente político afirmou que a IU dá um prazo ao governo "para que modifique radicalmente a lei de memória histórica", cujo debate no Parlamento começa na próxima quinta-feira.
O projeto de lei não cobre as expectativas da IU que, entre outras coisas, critica que não se anulem as sentenças decretadas durante a guerra civil e depois desta.
Llamazares pediu que "a lógica da Justiça frente à impunidade também seja aplicada pelo governo espanhol".
"Se não for alterada, esta é uma lei de ponto final, de impunidade. Trai as expectativas das vítimas e dos democratas por se tratar de uma lei do medo e do silêncio", disse Llamazares.
Isabel Allende, filha do presidente socialista chileno assassinado, explicou na sede do Partido Socialista (Psoe), onde se reuniu com o premiê espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que espera que a fortuna de Pinochet "volte ao erário para aumentar os atos de reparação, pois talvez não fomos generosos".
"Espero que não sejam os filhos a herdar a fortuna. Não conheço nenhum ex-comandante que acabou com US$ 30 milhões", disse Allende, que evidenciou que "Pinochet estabeleceu a quebra da honestidade, que era um orgulho dos chilenos, pois nenhum presidente deixou o governo enriquecido", acrescentou.
"A morte de Pinochet não muda o Chile. Nós continuaremos trabalhando para abrir os caminhos. Lamento que os processos judiciais não tenham chegado ao fim mas espero que a justiça prossiga no seu trabalho. Os familiares continuam procurando pelos restos das vítimas", esclareceu a deputada socialista.
A coincidência da morte do ditador com o Dia Internacional dos Direitos Humanos é "uma excelente jogada do destino, pois justamente Pinochet disse que os direitos humanos eram uma invenção marxista", disse Allende, que também comentou a decisão do governo de não prestar honras de Estado ao ditador: "Não esperava menos que isso."
O governo espanhol não estará representado nos atos fúnebres de amanhã, informaram fontes diplomáticas, já que nenhum representante da embaixada espanhola em Santiago.
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"É um orgulho que a Espanha tenha colaborado para colocar o ditador no seu devido lugar e, assim, tentar oferecer uma reparação aos sobreviventes dos crimes que ocorreram no Chile durante a execrável ditadura", declarou o ministro de Justiça espanhol, Juan Fernando López Aguilar.
"A Audiência Nacional trabalhou pela implantação da justiça universal, perseguindo crimes inclusive além de nossas fronteiras e os responsáveis por crimes contra a humanidade, genocídio, torturas e violações em massa dos direitos fundamentais", acrescentou.
O juiz espanhol Baltasar Garzón, que processou Pinochet e decretou a sua prisão em Londres em 1998 com a intenção de julgá-lo na Espanha, lamentou que a justiça "não teve tempo para concluir a sua ação em relação ao ditador, que morreu sem ter sido condenado pelos crimes dos quais era acusado".
Já o chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos, disse que Pinochet será julgado pela história. "Felizmente os chilenos já deixaram para trás esta página negra e obscura da história de seu país, sob a ditadura do general Pinochet. Só podemos lamentar que a Justiça não o tenha julgado em vida, mas a história o julgará e será ela quem ditará a sentença", declarou o chanceler em Bruxelas.
Gaspar Llamazares, líder da Esquerda Unida (IU), partido que faz parte da acusação popular na súmula de Garzón, lamentou que o ditador "finalmente conseguiu burlar a Justiça, morrendo impune".
"Os mesmos que promoveram a perseguição internacional dos crimes contra a humanidade no caso chileno, não podem no caso espanhol tapar as gravíssimas responsabilidades do franquismo e reconhecer-lhe a impunidade", proclamou Llamazares.
Por isso, o dirigente político afirmou que a IU dá um prazo ao governo "para que modifique radicalmente a lei de memória histórica", cujo debate no Parlamento começa na próxima quinta-feira.
O projeto de lei não cobre as expectativas da IU que, entre outras coisas, critica que não se anulem as sentenças decretadas durante a guerra civil e depois desta.
Llamazares pediu que "a lógica da Justiça frente à impunidade também seja aplicada pelo governo espanhol".
"Se não for alterada, esta é uma lei de ponto final, de impunidade. Trai as expectativas das vítimas e dos democratas por se tratar de uma lei do medo e do silêncio", disse Llamazares.
Isabel Allende, filha do presidente socialista chileno assassinado, explicou na sede do Partido Socialista (Psoe), onde se reuniu com o premiê espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que espera que a fortuna de Pinochet "volte ao erário para aumentar os atos de reparação, pois talvez não fomos generosos".
"Espero que não sejam os filhos a herdar a fortuna. Não conheço nenhum ex-comandante que acabou com US$ 30 milhões", disse Allende, que evidenciou que "Pinochet estabeleceu a quebra da honestidade, que era um orgulho dos chilenos, pois nenhum presidente deixou o governo enriquecido", acrescentou.
"A morte de Pinochet não muda o Chile. Nós continuaremos trabalhando para abrir os caminhos. Lamento que os processos judiciais não tenham chegado ao fim mas espero que a justiça prossiga no seu trabalho. Os familiares continuam procurando pelos restos das vítimas", esclareceu a deputada socialista.
A coincidência da morte do ditador com o Dia Internacional dos Direitos Humanos é "uma excelente jogada do destino, pois justamente Pinochet disse que os direitos humanos eram uma invenção marxista", disse Allende, que também comentou a decisão do governo de não prestar honras de Estado ao ditador: "Não esperava menos que isso."
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