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11/12/2006 - 18h56

Centenas comemoram morte de Pinochet em Barcelona e Paris

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da Folha Online
da Efe, em Santiago

Cerca de 300 pessoas, em sua maioria chilenos residentes na Catalunha (noroeste da Espanha), se juntaram na segunda-feira em frente ao edifício da prefeitura de Barcelona para "festejar, comemorar ou qualquer palavra que sirva para selar a morte do genocida".

"Nem perdão nem esquecimento para os crimes da ditadura militar", dizia um grande cartaz assinado pelo Partido Socialista do Chile.

O emotivo ato, convocado pela Associação Protetora das Associações Chilenas na Catalunha, tentou ser uma expressão "alívio e raiva atrasada" que "sentimos muitos chilenos, mesclada com a alegria pela morte do tirano" Pinochet, disse à France Presse Víctor Fernández, pintor chileno exilado desde 1973 em Barcelona.

O representante da Associação lamentou que seja na escola militar de Santiago, onde se formam os futuros militares chilenos, "donde serão velados os restos deste genocida", porém ficou feliz pela medida adotada pelo governo de Michelle Bachelet de não render honras ao ditador Pinochet.

"Se sente, se sente, Allende está presente" e "o povo unido, jamais será vencido", foram os lemas mais cantados pelos presentes, entre os quais passava uma chilena com uma foto de Víctor Jara que dizia, em catalão: "Somos todos Víctor Jara, te recordaremos sempre", enquanto um conjunto musical interpretava "Amanda" e "Gracias a la Vida", de Violeta Parra.

Paris

Uma centena de manifestantes, em sua maioria exilados chilenos ou filhos destes, reuniram-se nesta segunda-feira à tarde defronte à Embaixada Chilena em Paris para se manifestar pela morte do ditador Augusto Pinochet, nesse domingo em Santiago.

Tal como havia ocorrido na véspera, quando os chilenos se dirigiram espontaneamente à rua, a alegria aparecia moderada pelo fato de que, ao morrer, o general escapou sem ser julgado por vários cargos de assassinato, torturas, seqüestros e evasão de divisas.

Assim recordou um dos oradores, o presidente da Associação de ex-Presos Políticos de Paris, Ricardo Parvex, que denunciou em seu discurso a lentidão da Justiça para concluir os processos contra o ditador.

Outros manifestantes aludiam a morte do ditador à vontade de prosseguir a luta contra os responsáveis que sobrevivem: "Nem esquecimento nem perdão com Pinochet no caixão."

Suspensão

Os juízes chilenos encarregados de diferentes processos contra Augusto Pinochet estão à espera de que o falecimento do ditador seja oficialmente atestado para sobrestar (suspender) o julgamento do ditador por morte, informaram hoje fontes judiciais.

Segundo as fontes, os magistrados precisam da documentação que atesta a morte do ditador (1973-1990) e não são obrigados a sobrestar seu julgamento imediatamente.

Nesta situação estão os juízes que processaram Pinochet em casos de direitos humanos como Víctor Montiglio e Alejandro Solís, além de Carlos Cerda, que investiga as contas bancárias milionárias secretas de Pinochet descobertas no exterior a partir de uma investigação do Senado americano no Banco Riggs dos Estados Unidos.

Montiglio acusou Pinochet de delitos relacionados à "Operação Condor", coordenação repressiva das ditaduras do Cone Sul nas décadas de 70 e 80, que deixou milhares de desaparecidos na região.

O juiz Solís, por sua vez, o que esteve mais perto de condenar Pinochet, processou o ditador pelos crimes de tortura, homicídio e desaparecimento de presos no centro de reclusão de Villa Grimaldi.

Solís disse no domingo a jornalistas que tinha tudo pronto para encerrar a investigação em mais 30 dias.

Os magistrados podem sobrestar o julgamento de Pinochet no fim dos processos, que serão arquivados apenas em relação à responsabilidade do ditador e nos quais estão envolvidos outros militares que serão sentenciados.

"Os juízes não são obrigados a sobrestar imediatamente o julgamento de Pinochet", disseram as fontes.

Hoje, o presidente interino da Corte Suprema, Marcos Libedinsky, rejeitou as críticas feitas aos tribunais por não terem condenado Pinochet em nenhum dos numerosos casos que o envolviam.

"Os tribunais não estão em dívida. Fizeram tudo o que puderam", manifestou Libedinsky, ressaltando que os juízes encarregados das investigações avançaram bastante e foram eficientes dentro de suas possibilidades.

Com agências internacionais

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