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30/12/2006
-
01h33
da Folha Online
O ditador iraquiano Saddam Hussein viveu muitos anos como grande autoridade cultuada no país, mas passou a viver como clandestino após a queda de seu regime, em 2003.
O culto da personalidade em torno do "grande dirigente" terminou com sua captura, por tropas americanas, em um beco ao norte de Bagdá, em 13 de dezembro de 2003, depois de uma perseguição que durou oito meses.
Em 9 de abril de 2003, o regime do homem que prometeu "morrer no Iraque e preservar a honra de seu povo" caiu com a entrada das tropas americanas na capital iraquiana e a fuga de seu Exército.
Após a queda, Hussein, 69, entrou na clandestinidade. Suas estátuas foram derrubadas e seus retratos, destruídos. Seus filhos Qusay e Uday foram mortos três meses mais tarde, em um ataque das forças de ocupação contra seu esconderijo. Sua mulher e suas filhas fugiram do Iraque.
Após sua captura, o ex-governante foi mantido preso em locais desconhecidos do Iraque, antes de ser transferido a uma prisão em uma das maiores bases americanas do país, perto do aeroporto de Bagdá.
Crimes
Em 5 de novembro deste ano, Saddam Hussein e dois de seus colaboradores mais próximos --o ex-presidente do tribunal revolucionário iraquiano, Awad Ahmed al Bandar, e seu meio-irmão, Burzan Ibrahim al Hassan, ex-chefe do serviço secreto do país-- foram condenados à forca por crimes de guerra pelo Tribunal Superior Penal do Iraque. Eles foram considerados culpados pela morte de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.
Se não tivesse sido enforcado, Saddam também seria julgado pela dura repressão a uma revolta xiita, em 1991, pelo ataque com gases contra curdos, em Halabja, em 1988 --que deixou 5.000 mortos-- e pela campanha contra aldeias curdas, que deixou 180 mil mortos.
O ex-ditador será o primeiro chefe de Estado árabe julgado em seu próprio país por crimes cometidos contra seu povo.
No entanto, o ex-governante ainda inspira medo, devido ao grande número de partidários que continuam em liberdade, e à rebelião realizada pelos insurgentes sunitas, que o apóiam.
Golpe
Nascido em 28 de abril de 1937 em Awja, na região de Tikrit, ao norte de Bagdá, em uma família de camponeses, Saddam teve uma infância difícil. Aos 9 anos, ficou órfão e foi criado por um tio que o mandou a Bagdá para estudar.
Em 1959, Saddam ficou conhecido ao tentar assassinar o então presidente iraquiano, Abdel Karim Qassem. Ferido em uma perna, fugiu do país e retornou quatro anos mais tarde, antes de ser preso, em 1964.
Pouco tempo depois, Saddam escapou da prisão e retomou suas atividades clandestinas com o partido Baath.
Em 1968, participou do golpe de Estado que levou o Baath ao poder. Foi o início da ascensão que o levou a se tornar o homem forte do regime do presidente Ahmad Hassan al Bakr.
Ditador
Em 1969, o secretário-geral adjunto do Baath se tornou vice-presidente do Conselho do Comando da Revolução (CCR) --a mais alta instância dirigente-- e não deixou de reforçar seu poder.
Em 16 de julho de 1979, elevado finalmente à liderança, Saddam acumulou o posto de chefe de Estado, secretário-geral do partido, presidente do CCR e chefe supremo do Exército. Saddam não toleraria nenhuma dissidência, punindo seus oponentes com o exílio ou a morte.
Entre 1980 e 1988, Saddam empreendeu uma sangrenta guerra contra o Irã. Em 1991, foi derrotado na guerra do Golfo.
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O culto da personalidade em torno do "grande dirigente" terminou com sua captura, por tropas americanas, em um beco ao norte de Bagdá, em 13 de dezembro de 2003, depois de uma perseguição que durou oito meses.
Em 9 de abril de 2003, o regime do homem que prometeu "morrer no Iraque e preservar a honra de seu povo" caiu com a entrada das tropas americanas na capital iraquiana e a fuga de seu Exército.
Após a queda, Hussein, 69, entrou na clandestinidade. Suas estátuas foram derrubadas e seus retratos, destruídos. Seus filhos Qusay e Uday foram mortos três meses mais tarde, em um ataque das forças de ocupação contra seu esconderijo. Sua mulher e suas filhas fugiram do Iraque.
Após sua captura, o ex-governante foi mantido preso em locais desconhecidos do Iraque, antes de ser transferido a uma prisão em uma das maiores bases americanas do país, perto do aeroporto de Bagdá.
Crimes
Em 5 de novembro deste ano, Saddam Hussein e dois de seus colaboradores mais próximos --o ex-presidente do tribunal revolucionário iraquiano, Awad Ahmed al Bandar, e seu meio-irmão, Burzan Ibrahim al Hassan, ex-chefe do serviço secreto do país-- foram condenados à forca por crimes de guerra pelo Tribunal Superior Penal do Iraque. Eles foram considerados culpados pela morte de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.
Se não tivesse sido enforcado, Saddam também seria julgado pela dura repressão a uma revolta xiita, em 1991, pelo ataque com gases contra curdos, em Halabja, em 1988 --que deixou 5.000 mortos-- e pela campanha contra aldeias curdas, que deixou 180 mil mortos.
O ex-ditador será o primeiro chefe de Estado árabe julgado em seu próprio país por crimes cometidos contra seu povo.
No entanto, o ex-governante ainda inspira medo, devido ao grande número de partidários que continuam em liberdade, e à rebelião realizada pelos insurgentes sunitas, que o apóiam.
Golpe
Nascido em 28 de abril de 1937 em Awja, na região de Tikrit, ao norte de Bagdá, em uma família de camponeses, Saddam teve uma infância difícil. Aos 9 anos, ficou órfão e foi criado por um tio que o mandou a Bagdá para estudar.
Em 1959, Saddam ficou conhecido ao tentar assassinar o então presidente iraquiano, Abdel Karim Qassem. Ferido em uma perna, fugiu do país e retornou quatro anos mais tarde, antes de ser preso, em 1964.
Pouco tempo depois, Saddam escapou da prisão e retomou suas atividades clandestinas com o partido Baath.
Em 1968, participou do golpe de Estado que levou o Baath ao poder. Foi o início da ascensão que o levou a se tornar o homem forte do regime do presidente Ahmad Hassan al Bakr.
Ditador
Em 1969, o secretário-geral adjunto do Baath se tornou vice-presidente do Conselho do Comando da Revolução (CCR) --a mais alta instância dirigente-- e não deixou de reforçar seu poder.
Em 16 de julho de 1979, elevado finalmente à liderança, Saddam acumulou o posto de chefe de Estado, secretário-geral do partido, presidente do CCR e chefe supremo do Exército. Saddam não toleraria nenhuma dissidência, punindo seus oponentes com o exílio ou a morte.
Entre 1980 e 1988, Saddam empreendeu uma sangrenta guerra contra o Irã. Em 1991, foi derrotado na guerra do Golfo.
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