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02/01/2007 - 09h55

Sunitas lideram protestos contra execução de Saddam

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da Folha Online

Muçulmanos sunitas, irritados pela execução do ditador Saddam Hussein e pelas imagens que revelam o caráter sectário de seu enforcamento, organizam protestos há dias em meio a temores de que as ações do governo xiita do premiê Nouri al Maliki provoque uma piora nos conflitos que assolam o Iraque.

Nesta segunda-feira, um multidão de sunitas em luto marchou na cidade de Samarra até uma mesquita xiita semi-destruída, na entraram levando um caixão falso e fotos de Saddam. O protesto foi realizado na Mesquita Dourada, que foi destruída por bombas há dez meses.

O ataque, perpetrado por extremistas sunitas, detonou a intensificação dos conflitos sectários que foram responsáveis pela morte de quase 16 mil iraquianos em 2006, segundo dados do Ministério do Interior.

Nesta terça-feira, o Exército dos Estados Unidos anunciou a morte de mais um soldado americano na explosão de uma bomba no sudoeste de Bagdá. A explosão, ocorrida ontem, feriu três outras pessoas, incluindo um intérprete.

Outra bomba, detonada hoje, matou três civis iraquianos e feriou outros sete no leste de Bagdá, de acordo com a polícia.

Protestos

Centenas de manifestantes fizeram luto por Saddam nesta segunda-feira em um bairro sunita no norte de Bagdá. Alguns homenagearam o partido Baath, o grupo nacionalista sunita que, sob Saddam, dominou o Iraque por décadas.

"O partido Baath e os baathistas ainda existem no Iraque, e ninguém pode marginaliza-los", disse Samir al Obaidi, 48, um dos que participaram da manifestação pró-Saddam no norte de Bagdá.

Reuters
Imagem de filmagem clandestina mostra Saddam pouco antes de execução
Imagem de filmagem clandestina mostra Saddam pouco antes de execução
Em Dor, ao norte de Bagdá, outras centenas de manifestantes marcharam para homenagear Saddam. Em Tikrit, cidade natal do ditador, iraquianos sacrificaram uma ovelha em uma mesquita em homenagem ao ditador.

A mesquita em Tikrit teve suas paredes tomadas por cartões de condolências enviados por simpatizantes do sul do Iraque e da Jordânia que não puderam comparecer ao memorial.

Além dos protestos no Iraque, muçulmanos organizaram manifestações contra a execução de Saddam também na Jordânia, onde vivem duas filhas do ditador, e na Índia.

Revolta

Os sunitas protestam não só pela rápida execução de Saddam --apenas quatro dias depois que sua sentença foi confirmada pelo tribunal de apelações iraquiano-- mas também pelas imagens que mostraram provocações de xiitas contra o ditador nos momentos que antecederam seu enforcamento.

Um vídeo clandestino feito provavelmente pela câmera de um telefone celular de um dos guardas presentes na execução foi divulgado na internet e em cadeias de TV por todo o mundo.

O vídeo mostra que os guardas gritaram contra Saddam e defenderam radicais xiitas, como o clérigo Moqtada al Sadr, antes do enforcamento. Al Sadr é considerado um dos políticos de maior influência sobre o governo do premiê xiita Nouri al Maliki no Iraque.

Outro motivo de protesto foi a data escolhida para a execução, no último sábado (30 de dezembro). Sábado é o primeiro dia do feriado sagrado do Eid al Adha, uma das mais importantes datas do calendário muçulmano.

De acordo com informações divulgadas pela mídia americana, até o Exército dos Estados Unidos tentou adiar a execução de Saddam, mas foi ignorado pelo governo xiita iraquiano.

Com Associated Press

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