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06/01/2007 - 18h07

Cantor popular egípcio apresenta canção sobre a morte de Saddam

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da Folha Online

Um dos cantores mais populares do Egito nos últimos anos, Abderrahim Chaban (conhecido como "Chabula"), acaba de apresentar uma canção sobre a recente execução de Saddam Hussein.

No entanto, Chabula evitou, na letra da música, os aspectos mais mórbidos e polêmicos da execução de Saddam, sem fazer muita alusão à pessoa de Saddam nem aos detalhes do dia de seu enforcamento.

A música se chama (em tradução livre do espanhol para o português) "Acabou-se a sessão". Nela aparecem as expressões filme, direção, "fecha-se a cortina", que dão a entender que o julgamento e a condenação de Saddam Hussein foi um roteiro de cinema.

O único toque de humor (negro) que se permite Chabula é fazer um paralelismo entre a execução de Saddam e o sacrifício, nesse mesmo dia, de milhões de carneiros em todo o mundo para comemorar o "Aid al Kabir", maior festa do Ilsã.

"Como se fosse um sacrifício, no Aid o degolaram", disse Chabula em sua canção, na qual lhe falta o tom mordaz de outras produções suas.

Chabula ficou famoso no ano 2000 com uma canção chamada "Odeio Sharon, amo Amr Musa [secretário geral da Liga Árabe]", publicada quando a segunda "intifada" palestina estava em seu auge.

Mais tarde cantou sobre a guerra do Iraque e a queda de Saddam, mas o tom de suas canções já se havia domesticado, para não alinhar-se demais ao oficialismo egípcio.

Revisão de relações

Hoje, diversos jornais do mundo, inclusive o italiano "La Repubblica" e o francês "Le Monde" publicaram um pronunciamento do premiê iraquiano, Nouri Al Maliki, que criticava as nações que rechaçaram a execução de Saddam Hussein.

O governo iraquiano pode "rever suas relações com todos os Estados que não respeitaram a vontade do povo" sobre a execução de Saddam Hussein, "assunto interno que diz respeito apenas aos iraquianos", declarou Al Maliki.

"O governo pode ser obrigado a rever suas relações com todos os Estados que não respeitaram a vontade do povo iraquiano", ameaçou Al Maliki, em cerimônia pelo 86º aniversário da fundação do exército iraquiano. "Rejeitamos e condenamos as reações, oficiais ou divulgadas pela imprensa, de certos governos", afirmou o premiê.

"Estamos estupefatos com as reações de certos governos que lamentam o destino do déspota sob pretexto de ele ter sido executado em um dia santo, sendo que ele mesmo sempre violou as festas santas. Para nós trata-se de uma traiçoeira sublevação, uma flagrante interferência nos assuntos internos do Iraque, e uma afronta às famílias das vítimas", acrescentou.

Esta é a primeira reação oficial do primeiro-ministro à execução de Saddam, enforcado dia 30 de dezembro de 2006, dia de festa muçulmana, em uma caserna do norte de Bagdá.

Um vídeo pirata de sua morte, divulgado na internet, gerou indignação na comunidade internacional. As imagens desta gravação, feitas com um telefone celular, revelaram que o ex-presidente foi insultado antes de ser enforcado.

Segundo Al Maliki, execução de Saddam é um "assunto interno que diz respeito apenas aos iraquianos". "A execução do déspota não foi uma decisão política, como afirmam os inimigos do povo iraquiano, foi tomada após um justo processo, que o ditador não merecia", disse.

"Declaramos regularmente que Saddam Hussein não representava nenhuma pessoa do povo iraquiano. Os crimes que ele cometeu contra o povo, os países e suas instituições são indefensáveis", continuou o chefe do governo. Continuaremos aplicando a justiça contra os que abusaram do povo iraquiano e que têm o sangue dos inocentes em suas mãos", acrescentou.

Com agências internacionais

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