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07/01/2007 - 15h00

Israel nega ter planos de lançar ataque nuclear contra Irã

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da Folha Online
da Efe, em Jerusalém

O Ministério de Relações Exteriores israelense desmentiu neste domingo informações, publicadas pelo jornal britânico "Sunday Times" de que Israel elaborou um plano secreto para destruir instalações do Irã destinadas a enriquecer urânio para produzir armas atômicas.

Segundo o jornal, Israel traçou planos secretos para lançar um ataque nuclear contra instalações iranianas que poderiam servir para fabricar armamento atômico.

Se confirmado, o ataque seria o primeiro com armas nucleares desde 1945, quando os Estados Unidos lançaram bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

O porta-voz do ministério de Relações Exteriores de Israel, Mark Regev, disse à imprensa, após a reunião semanal do conselho de ministros, que Israel deseja que o conflito sobre o programa nuclear iraniano seja resolvido pela via diplomática, segundo a resolução 1737 do Conselho de Segurança da ONU.

"Israel, atualmente, apóia plenamente as ações diplomáticas e a implementação dessa resolução", que impõe sanções ao Irã por se negar a suspender um programa que pode levar o país a fabricar armas nucleares. "Se a diplomacia for bem-sucedida o problema poderá ser resolvido de maneira pacífica", acrescentou Regev.

A porta-voz do governo israelense, Miri Eisin, se recusou a comentar a informação.

O ministro para Ameaças Estratégicas, Avigdor Liberman, também não quis se pronunciar a respeito. Ele é encarregado de acompanhar o desenvolvimento do programa atômico que, segundo o Irã, tem como objetivo o uso pacífico da energia atômica.

A deputada pacifista Zahava Gal On, do Meretz, na oposição, pediu hoje que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, desmentisse as notícias de que Israel planeja um ataque contra o Irã.

"Israel não pode estar planejando outra aventura para se complicar depois da guerra [de julho e agosto de 2006] no Líbano, e se comportar como xerife do mundo", afirmou. Para ela, "o caminho da diplomacia é o único" para dissipar a ameaça iraniana.

Planos

Dois esquadrões da Força Aérea israelense se preparam para atacar com bombas nucleares táticas uma fábrica iraniana de enriquecimento de urânio na localidade de Natanz, diz o jornal, que cita fontes israelenses.

De acordo com os planos, o ataque começaria com bombas convencionais guiadas por laser, que se encarregariam de abrir túneis pelos quais imediatamente entrariam as bombas nucleares. Em seguida, explosivos seriam lançados contra a planta em Natanz, causando uma explosão subterrânea, para minimizar o risco de vazamento radioativo à atmosfera.

Segundo o "Sunday Times", os planos israelenses seriam conseqüência das descoberta do Mossad --serviço secreto israelense --de que o Irã estaria a ponto de produzir urânio enriquecido suficiente para fabricar bombas nucleares em apenas dois anos.

O Exército israelense acredita, segundo o jornal, que não bastariam ataques com armas convencionais para destruir as instalações de enriquecimento de urânio. Algumas delas foram construídas a 22 metros de profundidade e estão protegidas por rocha e concreto.

Alvos

Segundo o "Sunday Times", estrategistas israelenses identificaram três alvos ao sul de Teerã nos quais Estados Unidos e Israel suspeitam estarem envolvidos no programa nuclear iraniano.

O primeiro é Natanz, onde se instalaram milhares de centrífugas para o enriquecimento de urânio. O segundo é uma fábrica de conversão de urânio nas proximidades de Ispahan, onde em seus túneis estão armazenadas 250 toneladas de gás para esse processo de enriquecimento, segundo declarou na semana passada o vice-presidente iraniano.

O terceiro alvo citado pelo jornal é um reator de água pesada em Arak, que pode chegar a produzir plutônio suficiente para uma bomba atômica.

Analistas militares israelenses dizem acreditar, segundo o jornal, que a destruição dessas três instalações causaria um dano irreversível ao programa nuclear iraniano.

Pilotos israelenses viajaram para Gibraltar nas últimas semanas a fim de treinar para a viagem de ida e volta de mais de 3.200 quilômetros em que consistiria essa missão, segundo o jornal.

Esquadrões da força aérea com base em Hatzerim, no deserto de Neguev e Tel Nof, ao sul de Tel Aviv, receberam formação no emprego de bombas nucleares táticas sob a supervisão do general Eliezer Shkedi, comandante da Força Aérea Israelense.

Reunião

Autoridades israelenses e americanas se reuniram diversas vezes para discutir uma ação militar contra o Irã, de acordo com o jornal britânico.

Segundo analistas militares, a divulgação dos planos teria a intenção de aumentar a pressão sobre Teerã.

Alguns especialistas advertem, no entanto, que o Irã poderia adotar represálias, interrompendo a provisão de petróleo ao Ocidente e lançando ataques terroristas contra alvos judeus no mundo todo.

O governo israelense afirmou em várias ocasiões que não permitirá que armas nucleares sejam fabricadas no Irã, país cujo presidente, Mahmoud Ahmadinejad, declarou em certa ocasião que Israel deveria ser "varrido do mapa".

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