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21/01/2007 - 19h32

Projeções mostram ultranacionalistas à frente em eleições sérvias

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da Efe, em Belgrado
da Folha Online

As primeiras projeções independentes após o fim da votação nas eleições parlamentares de hoje na Sérvia mostram a vitória relativa dos ultranacionalistas do Partido Radical Sérvio (SRS), com 28,5% dos votos.

Neste domingo, os colégios eleitorais na Sérvia foram abertos às 7h (4h em Brasília) para as eleições parlamentares --consideradas cruciais para a continuação da transição democrática no país.

Os reformistas do Partido Democrático (DS) teriam 22,9% dos votos. O Partido Democrático da Sérvia (DSS), 17% --menos que o esperado nas enquetes antes da votação. Já era esperado que nenhuma das legendas alcançasse a maioria absoluta para formar o governo sozinha.

O Partido Socialista Sérvio (SPS), fundado então pelo ex-presidente Slobodan Milosevic, também conseguirá entrar no Parlamento --contra todas as previsões, com 6,1% dos votos, segundo as projeções. Outro partido que conseguiu superar o mínimo de 5% para chegar ao Parlamento é o reformista pró-europeu G17 Plus, com 6,8% dos votos.

No entanto, o monárquico Movimento de Renovação da Sérvia (SPO), liderado pelo atual ministro de Exteriores sérvio, Vuk Draskovic, não conseguirá superar os 5%, o que o Partido Liberal-Democrático (LDP) poderia conseguir.

Os mais de 8.000 colégios eleitorais fecharam suas portas às 20h (17h em Brasília). A votação é supervisada por aproximadamente quatro mil observadores nacionais e internacionais, incluindo mais de cem enviados pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Ranko Cukovic /Reuters
Mulher coloca voto em urna para eleições parlamentares sérvias
Mulher coloca voto em urna para eleições parlamentares sérvias
Os 6,6 milhões de cidadãos com direito a voto foram convocados a escolher os 250 deputados do Parlamento nacional entre 3.795 candidatos de 20 partidos e coalizões.

O favorito nas pesquisas prévias era o ultranacionalista Partido Radical da Sérvia (SRS) --membro do antigo regime autoritário de Slobodan Milosevic, derrubado em 2000, e que agora lidera as enquetes de intenções de voto com 30% de apoio.

Os reformistas pró-europeus, o Partido Democrático (DS), do presidente da república, Boris Tadic, e o Partido Democrático da Sérvia (DSS), do primeiro-ministro em fim de mandato, Vojislav Kostunica, obteriam cerca de 25% e 20% dos votos, respectivamente.

As eleições aconteceram conforme o sistema proporcional. Espera-se que superem a barreira de 5% e entrem no Parlamento o pró-europeu G-17 Adicional, o Partido Socialista da Sérvia (SPS), fundado por Milosevic, e o novo Partido Liberal-Democrático (LDP), uma cisão do DS.

Kosovo

Na última quarta-feira, com a intenção de prevenir incidentes violentos nas eleições, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos) reforçou seu dispositivo militar na Província independentista de Kosovo, declarou o porta-voz da Aliança Atlântica, James Appathurai.

"O nível de nossas forças já está um pouco mais elevado do que antes. As reservas se encontram em posição de serem trasladadas mais rápido", indicou o porta-voz.

Os 17 mil soldados da força de manutenção da paz da Otan (KFOR) "estão muito informadas sobre esta questão" e, por isso, "não haverá surpresas", acrescentou Appathurai, em alusão aos riscos de atos de violência entre a maioria albanesa e a minoria sérvia de Kosovo.

Depois das eleições na Sérvia, o emissário da ONU, Martti Ahtisaari, deve apresentar suas recomendações sobre o estatuto final de Kosovo.

Oposição

A campanha de Kosovo pela independência da região encontra forte oposição dentro da Sérvia.

Srdjan Ilic/AP
O premiê Vojislav Kostunica acena em reunião eleitoral de seu partido
O premiê Vojislav Kostunica acena em reunião eleitoral de seu partido
No final de 2006, o primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, disse que a Sérvia só poderia perder a Província de Kosovo se sofrer uma "violência jurídica".

"Kosovo nunca poderá chegar a ser independente de forma legal e justa. Só pode ser separado se alguém quiser e se atrever a recorrer à violência jurídica, com o respaldo na força", disse Kostunica em reunião do DSS (Partido Democrático da Sérvia).

Kostunica também se opôs a qualquer possibilidade de reconhecimento unilateral da independência do Kosovo e reiterou a posição sérvia de que a província deve gozar de autonomia substancial dentro da Sérvia.

As negociações do estatuto entre sérvios e albano-kosovares começaram em fevereiro passado, mas não conseguiram aproximar as posições opostas entre as duas partes nem nos assuntos técnicos.

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